Part 21

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Peter

Eu estava frustrado. Já tinha se passado alguns dias desde que eu descobri sobre os sentimentos de Britt, e eu tenho que falar que esperava estar pulando com ela nos braços nesse ponto. Mas o máximo que eu tinha conseguido conversar com ela foi sobre as aulas ou se ela tinha gostado da festa, algo sempre entrava no caminho, ou era o sinal batendo ou Ned me puxando pra longe quando eu estava perto de contar que sim, eu também a amava.

Mas as aulas passaram, eu ia pra casa e ficava sempre na varanda esperando que ela estivesse ali, mas ela nunca estava. Somente em dois dias coloquei a roupa do Homem Aranha e vasculhei o bairro procurando alguém pra ajudar, ate tentei ajudar uma garota que deixou cair o celular, mas isso apenas levou a ela gritando porque se assustou e jogando seu café gelado em mim. Foi péssimo, e todos os dias estavam péssimos, eu sabia que eles só iam voltar a ser bons quando eu finalmente falasse para a Britt que eu gostava dela, eu não pretendia falava a palavra "amor" de primeira é claro, mas eu queria poder expressar que eu gostava dela mais que uma coisa de adolescente sem importância. Queria chamar ela para o baile, se ela ainda tivesse disponível, eu esperei muito tempo antes de saber que ela tinha sentimentos por mim tentando me convencer a chamar ela, mas mesmo assim eu nunca consegui. Esperava que quando se eu soubesse que seus sentimentos fossem recíprocos tudo seria mais fácil, mas era o contrario.

Na aula de matemática, ela sentou na minha frente, era a ultima aula do dia e nos só tínhamos educação física a tarde então eu juntei todas as forças do meu corpo, eu ia contar para ela tudo. O sinal tocou, levantei com confiança e obriguei meus pés a ficarem firmes no chão. Quando eu finalmente fui andar todos aqueles adolescentes foram andando na minha frente e a única coisa que eu conseguia ver era seu cabelo de ondinhas indo rapidamente em direção a porta. Eu não era muito mais alto que ela, não consegui ver quando sai para o corredor lotado. Ela não estava em lugar nenhum. As vezes eu sentia que ela tinha um sexto sentido pra sumir assim sempre que eu preciso falar com ela.

Peguei da minha bolsa um sanduiche de atum que me deu dor de barriga só pelo cheiro, decidi que era melhor pegar um café na cafeteria pra tomar de almoço. Se a May soubesse que eu estava fazendo isso ela me matava. Teve alguns anos atrás que eu fiquei bem mal com o fato de não ter pais e eu só não comia mais. Não me lembro muito bem desses dias mas eu sei que eles me fizeram perder 15 quilos e um reflexo de vomito péssimo. E eu não falo sobre isso, quando Ned me perguntou o porque eu estava tão magro só dei disse que tinha pegado uma gripe forte demais, falei isso pra escola também, mas Tia May ligou para a escola e avisou o que estava acontecendo. Eu tive autorização pra ir pra casa pra almoçar, pra ter minha tia me observando comer. È um assunto que eu só falo com a May e só ela sempre vai saber, não é como se eu tivesse vergonha, mas eu só não queria ninguém mais comentando.

Quando se passaram alguns minutos eu fui em direção ao ginásio com a minha roupa de moletom, mas travei quando vi Shawn e Britt andando lado a lado um do outro. Ela ria e mexia no cabelo. Eu odiava esse garoto. Na real eu não sabia que eu odiava ele ou o fato dele ter mais coragem do que eu para chegar nela. Fiquei tão bravo que minhas bochechas se tornaram um vermelho claro, não me dei o luxo de ver o final daquela cena, sentei no lado dos meus amigos e esperei de cabeça baixa ate ela chegar ate nos. Só me dei o trabalho de olhar quando senti seus passos bem perto.

- Alguém quer ir ao jogo sábado? - Ela falou para todos nos. Ele tinha chamado ela pra ir na droga de um jogo, eu sei que isso para as garotas é algo especial, quase um encontro Ned me falou uma vez quando eu tentei entrar no grupo de lacrosse. Minha raiva de adolescente só continuava crescendo, senti que Jules me olhou pelo canto dos olhos pra ver minha reação, ela sabia que eu estava surtando. Por que eu não posso simplesmente levantar e falar pra ela não ir no jogo com ele? Para ela passar a noite na varanda comigo?

- Ele te chamou pra ir no jogo dele? - Ned falou.

- Não só chamou, mas pediu que eu fosse como o elemento de sorte dele.- Quando ela falou isso eu vi toda a minha raiva saindo pela minha boca, eu precisava falar algo.

- O Shawn é um fofo mesmo - Agora todos amavam esse babaquinha?

- Ele é só mais um garoto sem estilo nenhum - Eu disse mais para mim mesmo, mas todos escutaram.

- O que você quer dizer com isso?- Acho que eu nunca tinha visto a Britt brava ate aquele momento.

- Só acho que ele vai provavelmente querer dormir com você e depois te largar é isso que eles fazem, sabe os atletas, e você não tá se dando valor ao ficar com ele - Se dar valor? Essa era a coisa mais machista que eu poderia falar, eu simplesmente não podia acreditar que eu falei pro amor da minha vida que "ela não se dava valor". Era péssimo com qualquer garota, por que eu achei que seria de boa com ela?

- Você é nojento Peter - Isso não poderia estar acontecendo - Você acha que é o cara mais incrível que existe porque todas as garotas querem comer sua cara, bom eu te falo que você não é nada, nada mesmo melhor do que aqueles atletas por querer ser todo cult! E você não pode nunca dar opinião na minha vida amorosa, principalmente você, seu merda!

Eu dessa vez sabia que não podia nem pensar em falar nada, eu odiava machucar as pessoas, principalmente se a pessoa fosse Britt. E eu também sabia que quando ela falou "principalmente você" era porque ela tinha passado todos os anos sofrendo em silencio. Eu fui criado pra nunca machucar ninguém, eu nunca esperei de mim mesmo falar aquelas coisas grotescas, não esperava falar aquilo pra uma garota. Eu tratei ela igual lixo e eu só queria bater minha cabeça na parede ate tudo passar.

Ser um babaca é uma das piores sensações possíveis. Ser um babaca com ela fazia minha cabeça arder, eu só queria excluir aquele acontecimento. Quando começamos a correr eu corria tão rápido que quando tive um torcimento no pé eu escutei meu osso rangendo. Cai com tudo no chão e bati minha cabeça forte no chão, provavelmente ficaria azul e amarelo depois.

- Parker! - O treinador gritou do outro lado da arquibancada onde estava parado conversando com a professora de química que tomava algo que definitivamente não era café em sua caneca personalizada - Que merda foi essa? Algum momento falei pra você dar uma de bolt super cão?! Sai daqui! Leva esse pé vermelho para a enfermaria! - Ele voltou a da em cima da professora, eu sabia muito bem que os dois eram casados.

A enfermaria não ficava tão longe, mas com o pé desse jeito parecia uma eternidade. A enfermeira nova me colocou sentado mesmo eu pedindo pra ir para a maca, mas ela argumentou que como eu bati a cabeça seria bom ficar sentado mesmo. Eu tinha um pacote de gelo no pé e um na cabeça. Perguntei pra enfermeira se tinha que colocar uma tala ou algo assim, ela disse que estava tudo certo, mas que eu ia sentir muita dor hoje a noite, ela indicou tomar umas duas aspirinas. Bom, acho que eu mereci isso. Também me manteram em observação por no mínimo duas horas, eu disse que estava bem, mas mesmo assim não adiantou.

Quando me liberaram eu precisei ir ate a diretoria pra assinar uns papeis, depois fui andando ou melhor, mancando, para casa. Era quase um puro andar da vergonha, eu nunca tinha me sentido tão mal por algo quanto agora, me odiava em todos os pontos. Sabia que poderia ir pra casa pulando de prédio em prédio, mas nem dos meus poderes eu sentia que merecia. O elevador tinha parado o que me fez usar as escadas pra chegar em casa. Quando finalmente abri a porta notei algo estranho, eram os cachos de alguém caindo do sofá. Quando cheguei mais perto me agachei o mais perto possível, a menina estava enrolada em uma coberta antiga da minha Tia. Quando tirei o cabelo de seu rosto percebi quem era. Britt.


Oi leitores! Eu estou tentando postar um capitulo por dia e realmente estou com vários ja prontos. Então por favor enviem essa fanfic para os seus amigos lerem também! Ela só melhora eu prometo! Obrigada por todas as leituras também!

To the end of the lineOnde histórias criam vida. Descubra agora