Britt
Ele me encarou por alguns segundos, sem nenhum de nós saber o que fazer, como agir ou se precisávamos falar algo. Eu levantei e May foi na minha frente falar com ele. Mil conversas passavam na minha cabeça, como eu queria pedir desculpa por tudo que eu falei e que nada tinha sido verdade era só eu sendo estupida, que eu sentia muito que eu tinha causado ele estar nessa situação, e principalmente que eu o amava com todo meu coração e com cada respiração que era dedicada ele. Meu coração era completamente seu e eu o deixaria fazer qualquer coisa com ele, desde que pudesse continuar o amando.
Peter mal conseguia levantar a cabeça e falar era ainda mais difícil, mas ele se esforçava para mostrar para a tia que tudo ia ficar bem e que ela não precisava se preocupar mesmo sabendo que a história não era bem assim. May pedia desculpa constantemente e soluçava enquanto ele afirmava que não era culpa dela, mais discordava com a cabeça do que com palavras, era tão triste e eu segurava minhas lágrimas para que ele não me visse mal e chorando. May já estava com ele a um bom tempo e eu ficava mais ansiosa a cada minuto, pensava no que eu queria contar para ele por primeiro e eram tantas coisas não conseguia me decidir.
Quando finalmente ele me chamou para se aproximar e minhas mãos estavam geladas e suadas o médico entrou no quarto e chamou a atenção de todos para o relatório que ele segurava com os dois braços nessa prancheta de madeira. No começo ele parecia falar em outra língua sobre como estava o sangue de Peter e os remédios que ele estava tomando.
- Ele teve a barriga basicamente cortada de um lado para o outro, foi um corte considerável, mas superficial ao mesmo tempo, o suficiente para ele perder muito sangue por isso foi necessário as primeiras horas em um coma. Mas se tudo continuar igual e o Senhor Parker não pegar nenhuma infecção da lâmina que o cortou ele tem chance de sair daqui em um mês.
- Isso quer dizer que tudo vai ficar bem? - Eu perguntei muito rápido e ele concordou com um sim. Peter ficaria bem e eu não teria que o perder, não tinha como explicar tão sentimento de felicidade meu corpo que antes estava totalmente gelado agora suava e estava quente de felicidade.
- Britt... - Me virei e era Peter me chamando.
O encarei nos olhos e vi que ele também chorava, eu corri e me abaixei no nível da maca. Segurei seu rosto firme e não soltei, não o levantei também e fiz todo o trabalho quando o beijei com toda a força que meu corpo distribuía. Lágrimas juntavam-se aos nossos lábios, mas nenhum de nós se importava o suficiente para limpar, nos estamos juntos e era so isso que importava. Ele segurou meu rosto com uma mão e soltou um suspiro, minha respiração só não funcionava mais, tudo girava em torno dele e eu só conseguia pensar em o beijar. Ele afastou meu rosto e tirou o cabelo que estava grudado no meu rosto devido às lágrimas e eu dei risada pelo nariz, era a coisa mais Peter Parker me ajudar sendo que ele estava literalmente quase impossibilitado de se mexer. Eu o amava tanto. Nos só encostamos cabeças e ficamos ali, como se aquilo fosse resolver todos os nossos problemas estar juntos ali realmente resolvia todas nossas preocupações.
- Eu preciso te falar... - Ele se esforçava a cada palavra então eu o fiz ficar calado.
- Eu sei, eu sei... Não precisa falar nada meu amor - Eu o beijei novamente.
- Você precisa... Me deixar falar - Concordei - Foi tudo você, Britt. Eu sai vivo de lá porque a cada segundo eu pensava em você, em voltar pra você.
- Peter. - Eu chorava tanto que quase não o enxergava.
- Eu te amo mais do que qualquer pessoa pode amar alguém, eu nunca achei que fosse possível isso, você mudou minha vida Britt. Você mudou minha visão da realidade e me mostrou tudo de mais incrível que eu poderia ter e eu te amo por isso. Eu sou completamente seu e eu devo minha vida a você, por me mostrar quem eu era que eu era mais do que só um adolescente problemático. Você me mostrou que eu sou maior que isso e que eu tenho um propósito, eu te amo mais que tudo.
- Peter, eu te amo. Tem tantas coisas que eu preciso te falar.
- Não, você precisa me deixar falar, cada batida do meu coração bate por você, cada vez que eu respiro é por você e cada dia que eu levanto é porque eu sei que você vai estar na minha varanda com a minha camiseta. Eu te amo mais que tudo. Conhecer você foi o que salvou minha vida.
- Peter Parker, você realmente consegue achar todas as palavras certas para uma garota cair aos seus pés!
Nos dois demos risada e ele colocava a mão na barriga para segurar a dor, entretanto a felicidade de estarmos juntos era grande demais para ser segurada. May logo me abraçou e todos nós estávamos completos, tudo finalmente estava em seu devido lugar. Eu passaria minha vida com eles, com a minha família e nada poderia me deixar mais feliz. Peter só sorria mesmo eu o mandando na brincadeira para parar.
Foi quando nós começamos a conversar sobre o que tinha acontecido que alguém gritou no fundo do corredor, May se assustou e foi até a porta, olhei para Peter e ele encarava o teto com os olhos dilatados em um medo que eu nunca tinha visto estampado no seu rosto, era a própria feição do desespero. Corri até ele o segurei sua mão.
- Peter?! Peter?! O que está acontecendo?! - Eu estava em pânico.
- Eu não sei! Eu não me sinto bem, Britt eu não me sinto bem, eu não quero ir!
- Para onde Peter?! Peter?! - Eu gritava, não saber o que estava acontecendo me deixava adulterada.
Ele segurou meu rosto junto com as minhas mãos e enquanto chorava limpou minhas lágrimas e aproximou meu rosto para um último beijo, como se nós nunca tivéssemos feito aquilo, mas ao mesmo tempo como se aquilo fosse tão simples como respirar. Eu me afastei e olhei para os seus curativos para ver se era algo sangrando, mas o que eu vi foi bem pior. Na porta onde May estava, um ar de poeira e algum tipo de po preto tomava seu lugar, eu olhei imediatamente para Peter para perguntar o que estava acontecendo, mas o tempo estava contra meu favor.
- Eu te amo... Eu... Te...
E simples assim Peter Parker se foi, ele virou o mesmo tipo de pó que circulou o quarto como uma tempestade no deserto e como um furacão de areia. Peter não estava mais ali.
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To the end of the line
FanficPeter Parker sempre foi um adolescente normal, bom, se você chama escalar paredes e atirar teias igual uma aranha de normal, então sim, ele era normal. Ele porém sempre manteve sua vida de adolescente básico com estudos, amigos, bebidas, e uma paixã...