O mensageiro

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Alguns dias depois

Travis Point Of View

Eu me encontrava assentado no canto de meu quarto, adoptado em minhas pernas. Meu pai havia acabado de me dar uma surra. Eu não aguentaria aquilo por mais muito tempo.

De repente, um ser se materializou em minha frente. Ele era negro, sombrio, e com seu corpo obscuro, dava ao mesmo um ar melancólico. Seus olhos possuíam um tom escarlate, sendo a única coisa possível de se ver em sua face. Aquele olhar nocivo esbanjava luxúria e desejo, o que fez com que eu me afastasse apavoradamente do sujeito desconhecido. Ele não aparentava ser um humano, mas sim, a silhueta de um.

-Não tenha medo, criança. Eu vim apenas para lhe oferecer ajuda. -O indivíduo diante de mim falava com um tom de voz doce, porém, com seus olhos sátiros pregados em minha face assustada.

-Q-Quem é você...? Como entrou aqui? -Minha voz não se encontrava mais alta que um sussurro, por conta de meu pânico. Afastei-me da sombra, que apenas semicerrou seus olhos, assim como um sorriso

-Não se preocupe. Eu sei o quão difícil é morar com seu pai. Ele te bate todos os dias, não é? -Ele se aproximou, agachando-se a minha frente. O ser segurou meu braço _que continha um hematoma e alguns arranhões. O mesmo recostou uma se suas mãos em minhas feridas, o que as curou- Sou um enviado por Deus para ajudar você.

-Espera...D-Deus enviou você? -Mirei-o surpreso e admirado. Eu não acreditava que um dos mensageiros de Deus havia vindo até mim, para me socorrer

-Isso mesmo, pequeno. Eu irei te ajudar, e você nunca mais terá que apanhar de seu pai. Porém, você terá que fazer um favor para mim. -Ele parecia consideravelmente animado, e seus olhos expressavam misericórdia...Eu deveria mesmo confiar nele? Afinal, eu já me encontrava desesperado. Eu apenas queria sair daqui o mais rápido possível

-Que tipo de favor...? -Me mostrei interessado. Um sorriso níveo e maléfico surgiu nos lábios negros do mensageiro, o que fez meu corpo estremecer. Por algum motivo, ele causava certo pânico em meu ser, mesmo que fosse um enviado por meu Pai.

-Sabe, está óbvio que você está interessado por aquele Sal Fisher...Acalme-se, Deus não ficará irado com você ao saber disso. -Ele completou ao ver minha feição de terror. Suspirei aliviado- Porém, ele não te ama de volta. Ele gosta de outro. -Aquelas palavras foram como uma facada em meu estômago. Eu sabia que ele não se interessava em mim, porém, aquilo ainda me doía- E não é culpa sua. Mas, convenhamos, vocês dois poderiam ser um ótimo casal.

Meu sangue fervia com o ódio. Mesmo que eu não fosse alguém próximo do Fisher, eu ainda o queria. Queria que ele fosse meu. E só meu.

-O seu dever será matar o Fisher. -Ele proferiu com um tom calmo. Me surpreendi com sua proposta. Eu o amava, mas não seria a este nível- Deus não se agrada das atitudes desde garoto. Ele não merece viver. E queimará no inferno para todo o sempre...Porém, não vou te forçar a nada. Você aceita esta oferta?

Pensei um pouco, e a cada pensamento, meu sangue queimava cada vez mais. Se ele não fosse meu, eu iria garantir que não seria de mais ninguém. Afinal, ao menos, eu poderia me livrar de meu pai no final de tudo.

-Eu aceito. -Falei com a voz trêmula com o ódio

-Ótimo. Você terá até o anoitecer de amanhã para mata-lo, entendeu? -Ele se levantou, virando de costas para mim- Adeus, Menino Travis. Até amanhã.

Unidos Pela Música -SarryOnde histórias criam vida. Descubra agora