Na sala de ensaios

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 O silêncio predomina na sala de ensaio, Ochako o encara, mas também olha ao redor, esperando que algo aconteça. Ela não sabe exatamente o quê, talvez que as paredes comecem a rachar e desmoronem, ou que o chão se abra e a engula. Ela nunca pegou um bad ending, então não tem ideia do que acontece em um, exatamente.

— D-desde... desde o começo?

— Você é diferente da protagonista que eu me lembro. Claro, é meio atrapalhada, e aparenta ser muito gentil, mas sua personalidade é mais expansiva, você tem resposta para tudo. A que eu conheço não é tão... rápida. — basicamente, ele está dizendo que a protagonista desse jogo é burra. Algo que Ochako talvez concordaria aos risos caso não estivesse tão alarmada enquanto espera pelo pior.

— Então... você sabe de tudo? Das rotas, dos endings, do...

— Não sei cada detalhe, mas sei quem são os outros pretendentes. Sei também que aquele Bakugou não é o garoto que deveria ser. Vocês estão juntos, não?

— O... o quê?

— Vocês estão jogando juntos. — ele esclarece — Como vieram parar aqui? Não vejo uma jogadora nova há muito tempo.

— Eu... eu não sei dizer ao certo. Eu e o Bakugou-kun tivemos uma discussão, o jogo estava carregado na televisão quando uma estante nos atingiu, e aí... acordamos aqui.

— Ah sim, o método de entrada ainda é o mesmo, pelo jeito. — ele analisa.

— E-espera, Todoroki-senpai, você... não, esse não é seu nome mesmo, é?

— Acaba por ser. Eu tenho a aparência e características de algum garoto do seu mundo com esse nome, então pode continuar me chamando assim.

— E-eu... eu tenho tantas perguntas, mas... — ela segue olhando ao redor, apreensivamente — Não sei quanto tempo a gente tem.

— Eu reservei essa sala por duas horas.

— Não, digo... se tá acabando, eu não sei quanto tempo... ou o que acontece depois que acabar.

— O que está acabando?

— Sua... sua rota! Isso é um bad ending, não é?

— Um bad ending? Por quê? Você não fez nada de errado. — ele a encara neutramente.

— M-mas você... você descobriu que isso tudo é um jogo, você sabe que eu não sou- isso é ruim, não é?

— Hum... é, talvez seja. — ele parece só se dar conta disso agora — Digo, não eu saber do que tudo isso se trata, eu sempre sei, mas eu ter te contado que sei, acho que me precipitei.

Espera, então ele está dizendo que o fato de estar ciente de que isso é um jogo é algo inerente dele? Não foi nada que ela fez que acabou fazendo com que ele descobrisse?

— O quê? Mas... como assim, "você sempre sabe?"

— Não sei explicar ao certo, eu só tenho consciência de quando uma jogadora aparece. Nas primeiras vezes, não, mas depois fui conseguindo perceber.

— Porque você é o true ending.

— É, deve ser por isso. — ele dá de ombros — Então não precisa fazer drama, protagonista, você não pegou bad ending ainda.

— Bom, é que... eu imaginei que... na verdade, o Bakugou-kun imaginou que se algum personagem soubesse que isso é um jogo, e eu sou uma forasteira, isso atrapalharia a história.

— É provável que sim, não conheço os outros pretendentes tão bem, mas sei que eles são completamente diferentes de mim nesse sentido.

— O Monoma-kun sente que tem algo de errado, mas acho que ele não entende o que é.

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