— Tsk. Você é lerda mesmo, já dá uma boa protagonista pra essas merdas. — ele desdenha assim que ela aponta sua descoberta — Entendeu agora porque você tinha que ter ido com o Kirishima naquele dia? Se você escolher andar comigo, pode pegar bad ending.
— Entendi… Bakugou-kun, tá… tá tudo bem? — ela pergunta compadecidamente. Ochako não sabe bem como anda sendo a vida dele nesse mundo, mas não deve ser boa. Ele está com certeza irritadíssimo por não ter sua individualidade, preso em uma outra dimensão ou o que quer que isso seja, e tendo seu nome citado como o uma palavra tabu que carrega a raiz de todo mal.
Ninguém gostaria de ser considerado o vilão no que quer que seja, principalmente alguém que dedica sua vida e habilidades a ser um herói. Se isso tudo é confuso e frustrante pra ela, deve ser imensamente pior pra ele.
— Tsk, por que não estaria? — mas, sendo o Bakugou, ele nunca admitiria isso.
— Bom, é que… isso tudo é muito louco, né? E você, hã… eu percebi que sua fama não é das melhores por aqui.
— Lógico, porra, eu sou o vilão.
— Sim… é por isso que você não tem ido à escola?
— É, ué. Aqui diz que o vilão curte matar aula, então é o que eu tô fazendo.
— Ah… certo, mas… você nem gostaria de ir à escola, pelo menos um dia?
— Você não me ouviu, Cara de Lua? Tá escrito aqui que o vilão não vai pra escola!
— E daí? Você vai fazer só porque tá escrito aí? — ela põe as mãos nos quadris, e isso soa mais desafiador do que ela intencionava.
— Sim, caralho. É um jogo, tem uma história, tem que seguir a história se não…
— Se não o quê? Bakugou-kun, a gente pode não ter garantia nenhuma de que dê tudo errado caso não siga o jogo, mas também não tem garantia nenhuma de que vai dar tudo errado caso siga. — quando ela diz em voz alta, soa bastante confuso, mas o Bakugou parece entender — Você não quer pagar pra ver?
— Tsk. — ele parece irritado por estar considerando o que ela disse. Que bom.
Porque resignação não combina com ele, nunca combinou. Bakugou pode até ser alguém muito mais sensato do que aparenta à primeira vista e dificilmente toma decisões impensadas. Se ele escolheu seguir o que seu personagem equivalente nesse mundo faria, é porque definitivamente pensou nisso a fundo e julgou ser a melhor decisão. E talvez seja, mas é baseada em incertezas, ele só tem um achismo de como funciona esse mundo, não há garantia de nada, então se conformar e se isolar quando parece não ser o que ele quer não combina com o colega que ela convive e conhece.
— Só um dia, só pra você testar.
— Tá. Só porque você é uma noob sem noção, e eu preciso ficar perto pra ver se você não tá fazendo merda!
— Ok, ok… — ela revira os olhos — É tudo meio esquisito, os outros alunos parecem nem notar minha presença.
— São NPCs, só tão ali pra preencher espaço.
— Ah sim… agora que você falou, eu percebi mesmo. Mas mesmo as pessoas que a gente conhece são estranhas. Às vezes parece muito com o pessoal, às vezes nem tanto, e é tudo mundo muito… exagerado. E ninguém respeita muito espaço pessoal.
— É assim que esses jogos funcionam, Cara de Lua. — ele parece mais exausto do que irritado a esse ponto — Todo mundo vai dar em cima de você de um jeito diferente, aí você tem que se virar pra descobrir o que esse povo gosta.
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Tudo o que está em jogo
FanfictionDepois de uma briga tarde da noite, Ochako e Katsuki se veem presos em um mundo completamente diferente do seu, ou talvez nem tanto assim: boa parte de seus amigos está aqui, e com certeza há uma competição rolando, só que essa é pelo amor da person...