Capítulo 30

194 16 5
                                    

    _____Cedrico_____
            Paramos em frente a enorme mansão Brown. Ela tinha dois andares, no jardim de fora uma fonte de mármore preto, e flores desconhecidas de coloração vinho com o interior preto rodeavam a casa. Alguns pés de abútuas cresciam nas paredes pretas foscas  da casa. O telhado era verde bem escuro, a porta era no mesmo tom das telhas e as enormes janelas também, mas elas estavam fechadas por cortinas cinzas. Percebi a mudança de postura de Mary, o sorriso se fechou, ela enrijeceu e seus ombros não estavam nem um pouco relaxados.

_____Mary_____
          Caminhamos lentamente até a porta, quando toquei na maçaneta hesitei, ainda dava tempo de voltar para casa de Cedrico, ainda dava tempo de proteger ele dos meus pais.
Eu: tem certeza que quer ir?
Cedrico: tenho. Mas você não parece ter. Se não quiser que eu vá, ou se quiser dar meia volta e ir para casa, é só falar
Ele falou casa como se fosse nossa casa. Esse pensamento me deixou decidida, ia apresentá-lo para meus pais.
Eu: ia acontecer uma hora ou outra.
Abri a porta pesada com um pouco de dificuldade, antes de entrarmos senti o toque de Cedrico. Ele segurou a minha mão, a mão dele estava um pouco suada, a minha também, estávamos nervosos. Aquele gesto me confortou e me deu coragem, passaríamos por isso juntos.

____Cedrico_____
         O ar da casa era pesado, tão pesado que ficava difícil de respirar. Mary me guiou segurando minha mão até a sala principal. O chão era de uma madeira bem escura, as paredes eram pretas, algumas verdes escuro, e uma tinha um papel de parede que representava vários símbolos dos comensais discretamente. Passamos por uma enorme mesa de jantar preta com um vaso das flores do jardim no centro. Em cima da mesa um lustre de cristais verdes que deveria valer mais de 2000 galeões brilhava com a luz que saia de uma pequena fresta da janela.
           Então quando chegamos a sala principal encontramos os pais de Mary sentados em poltronas de couro preto, sua mãe passava os pés em um tapete verde enquanto bebia uma taça de vinho branco e seu pai observava um quadro de retrato de família, eles estavam com o Lorde das Trevas, me assustei, principalmente quando vi a bebê Mary no colo do próprio Voldemort. Tentei não demonstrar. Eles se viraram para nós e imediatamente Mary apertou minha mão.
Cyntia: Mary, vejo que trouxe
Ela parou como se não soubesse meu nome.
Eu: Cedrico
Mary: eu já te falei Cyntia
Cyntia: seja bem vindo Cedro
Ela errou meu nome, de propósito.
Eu: Cedrico
Cyntia: ah sim
Era estranho elas não se chamarem de mãe e filha, usarem nomes deixava ainda mais nítido as desavenças. August apenas me olhou de cima a baixo como se eu não fosse ninguém digno de sua atenção e depois cochichou algo para Cyntia. Ele não saiu do lugar então surpreendentemente fui até ele e estendi minha mão. Ele a apertou bruscamente e de forma rápida, mas tempo suficiente para seus anéis prateados me machucarem.
Mary: vamos subir
Ela segurou minha mão, sua mão estava suada como acontecia quando ela estava nervosa, Mary me puxou e subimos as escadas de mármore preto rapidamente. Fomos parar em um cômodo com um sofá de couro em um canto, um piano e sobre ele as flores do jardim, um tapete que parecia ser de algum animal forrava o chão. Ao passar pelo tapete Mary pareceu ficar nervosa, sabia o que ela pensava sobre esse tapete mesmo sem falar uma palavra. Andamos mais um pouco e estávamos em um corredor largo e comprido cheio de portas escuras. Mary foi até o final e abriu a porta da esquerda.
Foi revelado uma cama de solteiro com roupa de cama cinza escuro, um closet de madeira, um tapete estampado com cobras pretas e verdes além de uma mesa de cabeceira com as flores típicas da casa.
Mary: esse é o quarto de hóspedes. Deixa alguma coisa aí para meus pais não estranharem, você não vai dormir aí.
Coloquei uma mala no quarto e depois ela abriu a porta da direita.
Era seu quarto. Em uma parede ficava uma cama de casal enorme com roupas de cama pretas e um dossel verde. No canto esquerdo oposto ao da cama ficavam várias estantes repletas de livros e um pufe preto. Em frente ao pufe ficava uma enorme janela que trazia claridade ao quarto e tinha vista para o jardim dos fundos. No canto oposto a cama do lado direito tinham duas portas, Mary as abriu, a que ficava mais para a direita era o banheiro. Uma pia de mármore preto ficava em frente a um grande espelho, e mais ao lado uma enorme banheira de mármore verde com as torneiras de prata. Ela abriu a outra porta, era um closet, no meio ficava um tapete peludo verde, e um lustre de esmeraldas balançou fazendo um pouco de barulho. O closet era repleto de vestidos de festa, capas e joias principalmente esmeraldas. Mary pegou minha mala e colocou em uma parte vaga, ela parecia mais confortável agora que em seu quarto.
Eu elogiei o lugar, ela agradeceu e então resolvemos ler um livro juntos.
Mary: pode escolher
Ela se deitou na cama. Eu fui até a estante e escolhi um livro grosso de capa vermelha. Me deitei ao seu lado sentindo o colchão macio, ela veio para perto e começamos a ler.

DaisiesOnde histórias criam vida. Descubra agora