Capítulo 48

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                Não consegui sair dali, toda vez que tentava mexer as pernas e as obrigar a andar meu corpo não obedecia, era como se eu estivesse arrastando 10 kg em cada perna. Com impasse do tempo, (pouco tempo,) comecei a ouvir os gritos, era a voz de Cedrico, o ar começou a faltar em meus pulmões mesmo eu tentando respirar fundo, o desespero tomava conta de cada pedaço do meu ser enquanto os gritos se tornavam cada vez mais agonizantes, meus joelhos falharam e eu caí no chão desmoronando. Os gritos de Ron começaram a ecoar, mas os de Cedrico não cessaram, com uma força que não sei da onde veio me levantei enquanto sentia o desespero e medo se tornarem raiva lentamente e essa raiva, esse ódio se tornava cada vez mais poderoso e começou a tomar conta de mim, caminhei até lá e abri a porta sem mais nem menos.
Todos pararam tudo o que estavam fazendo para me olhar, e o meu olhar pousou em Cedrico caído no chão como se tivesse levado um crucios. Nessa hora qualquer vontade minha de ir contra a raiva desapareceu e deixei seja lá o que for tomar conta de mim, quando vi estava jogando feitiços que nem conhecia em todos da sala, o primeiro a cair no chão apagado foi Lúcio, depois Belatrix, então Sirius, só restavam eu, Snape que estava do meu lado e Narcisa que estava comigo também, levantei minha varinha na direção do Lorde, ele fez mesmo. Não fiquei com medo, as luzes do duelo incendiaram a sala e a medida que a raiva ia passando comecei a perder, estava muito perto de perder, de morrer. Olhei para Cedrico deitado que abriu os olhos, mas ainda dava gemidos de dor, olhei para Ron ainda completamente inconsciente e o sentimento voltou, lembrei de tudo o que esse filho da puta do Voldemort fez, matou os pais do Harry, matou trouxas inocentes, petrificou Cedrico, e torturou Cedrico, torturou Ron. Sem mais impedimentos comecei a vencer, assisti vitoriosa enquanto a luz da minha varinha encurtava a luz da varinha de Voldemort, e quando estava a milímetros dele, ele estava a milímetros de sua derrota, olhei em seus olhos e vi desespero, tudo o que eu queria era causar dor a ele, humilhá-lo e me vingar, canalizei toda a minha força e o Lorde foi lançado para trás, ainda consciente ele me olhou com uma expressão de medo, me senti vitoriosa, poderosa, o Lorde das Trevas estava com medo, de mim. Fodase o que o velho do Dumbledore disse, eu seria poderosa e usaria meu poder para proteger o que eu acredito, pararia de ser uma covarde que faz o que a família manda e começaria a lutar como Cedrico, Harry, Wood, Hermione, Luna, Ron.
Vi que o idiota sem nariz tentava alcançar sua varinha, a chutei para longe. Cheguei bem perto dele e sussurrei:
-você realmente acredita que tem algum poder, você realmente acredita ser superior, ter coragem, ambição, astúcia, determinação, mas a verdade é que você é só um covarde, não consegue lutar pelo que acredita, olhe para si mesmo, derrubado, derrotado.
Saboreei as palavras que saiam da minha boca como veneno.
Eu: se algum dia você realmente chegou a ter poder, está claro que ele acabou, porque eu te venci, eu sou mais poderosa que você, e você não pode fazer nada sobre isso. Minha maior vontade é matar você, aqui, agora, ouvir o barulho de seus ossos quebrando e do seu sangue sujo escorrendo, não vou fazer isso porque acho que alguém merece mais essa vingança do que eu.
Vi o pavor no olhar dele e continuei:
- além disso, te matar agora tiraria toda a graça da história
Eu ri com gosto e apontei minha varinha para ele.
- Crucius!
O desejo de seu sofrimento tomava conta de todo meu corpo enquanto canalizava toda a minha energia para ver seu corpo se contorcendo e seus urros de dor. Quando ele apagou, ajudei Cedrico que já estava melhor mas parecia não estar realmente ali a se levantar e levantei Ron ainda inconsciente, estávamos saindo por uma espécie de portal aberta por Dobby quando de repente ouvi um barulho familiar, uma facada. Olhei para mim mesma e estava suja de sangue, mas não estava sentindo dor, olhei para meu lado direito e o sangue escorria de Cedrico, deixei um urro de raiva, sofrimento e desespero sair de minha garganta, depois olhei para o chão, Dobby estava deitado, ainda respirando mas sangrando muito, levantei minha varinha e sem pensar disse:
- Avada Kedavra!
E o corpo inerte de Belatrix caiu no chão, mas antes ela me olhou uma última vez, eu vi a vida sair de seu corpo, seu olhar ficar cinza. Não tive tempo de processar o que tinha acontecido, catei Dobby rapidamente porém com cuidado e atravessei o portal.
               Estávamos em um lugar lindo em circunstâncias horríveis, estávamos no Chalé das Conchas, meu corpo estava quase sucumbindo, levantava Ron totalmente apagado, dava apoio a Cedrico e carregava Dobby, coloquei Ron no chão sem muito cuidado, ele não estava ferido, apoiei Cedrico com cuidado no chão e depois fiz o mesmo com Dobby, o elfo estava em um estado tão grave que estava claro que não havia mais nada a ser feito, ele não ia aguentar. Me ajoelhei olhando em seus olhos, ele morreu para nos salvar, ele levou o corte por Cedrico, Belatrix usou sua adaga enfeitiçada para tentar me cortar, errou e teria acertado Cedrico se Dobby não tivesse entrado na frente e levado o corte por ele. Cedrico estava machucado e com um corte, que só não foi fatal por Dobby, esse elfo caído com a cabeça apoiada em meus joelhos, esse elfo que tingia a água de vermelho e manchava minha calça preta salvou Cedrico, e eu seria eternamente grata por isso. Uma mistura de sentimentos tomava conta de mim, não sei ao certo quais sentimentos formavam aquele redemoinho que me consumia, estava confusa, não tive tempo de processar nada do que aconteceu, eu deveria fazer o que? Ir socorrer Cedrico? Como? Eu não tinha o que precisava para curar o corte da maldita adaga envenenada. Eu queria tanto poder salvar Dobby, ele morreu pela pessoa que eu amo, eterna gratidão.
Eu: obrigada
O ser abriu um sorriso e ficou quieto, seu peito e seus barriga já não se mexiam com sua respiração, peguei em seu pulso e foi confirmado, Dobby morreu em meu colo com um sorriso no rosto no Chalé das Conchas em março de 1998, quase em maio.

Mais um capítulo sem imagens, desculpa

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