Pov's Harry
Respiro fundo e me sento na frente da equipe de treinamento da Northwestern, que é considerada umas das escolas de ponta do meio-oeste e um dos melhores programas de futebol. Frequentei um seminário sobre a escola e fiz uma turnê durante o dia todo pelo campus. É bonito aqui, bem às margens do lago Michigan. Não posso evitar desejar que Draco estivese aqui para dizer você consegue.
Draco, por mais que eu tente empurrar as lembranças de nós dois para o fundo da minha mente, eu não consigo. Ele se tornou parte de mim, sinta ele a mesma coisa por mim ou não.
Quando fecho meus olhos e toco minha marca de mordida e penso nele, tocando suavemente meu rosto, passando a mão pelos meus cabelos, ou apenas me abraçando porque ele sabe que eu preciso ser abraçado, sinto de fato uma calma que não experimento desde que meu pai partiu.
Quero voar para o Texas para buscá-lo, e dizer-lhe o quanto eu quero que ele me escolha. Mas, se eu fizer isso, não vou deixá-lo escolher seu próprio caminho. Não quero nunca sentir que eu o forcei ou coagi a estar comigo ou me marcar. Obviamente ele não estava pronto para um compromisso para o resto da vida, pelo menos comigo. Eu só quero que ele seja feliz. Se ele estiver feliz sem mim no Texas, preciso aceitar.
Quem estou enganando? Nunca vou aceitar isto, e sinto tanta falta dele. Ele é meu melhor amigo, aquele que me ensinou que eu sou digno de ser amado. Ele me fez saber que foi meu pai quem saiu perdendo. Pela primeira vez na vida, realmente acreditei nisso.
— Ainda que estejamos impressionados com seu desempenho no ano passado, e você recebeu uma recomendação maravilhosa do técnico Bene da Elite e do técnico lupin de Hogwats, não estamos prontos para oferecer nenhum tipo de auxílio ou bolsa — o técnico diz — Nós temos muitos chutadores para considerar, Harry. Você está na nossa lista de observados, mas, para ser honesto, há um bando de jogadores na sua frente e queremos ser realistas. Mas agradecemos pelo seu tempo e interesse na Northwestern. É uma grande escola e adoraríamos tê-lo como aluno aqui.
Aceno, agradecendo-lhes por me levarem em consideração, e a reunião termina em questão de minutos. Quando volto ao elevador a caminho do primeiro andar, uma pontada de mágoa toma meu peito pela sensação de que uma porta está fechada.
Eles não acham que sou bom o suficiente.
Quando o elevador se abre, escuto uma velha rabugenta dizer numa familiar voz de comando.
— Estou dizendo que não preciso de hora marcada com o técnico! Quero vê-lo agora.
A avó de Draco está empunhando sua sombrinha, como se fosse uma espada, na frente do porteiro. A mulher parece pronta a fatiar o porteiro em dois, ou pelo menos acertá-lo na cabeça, se não fizer o que ela quer.
— Senhora, é contra as regras deixá-la entrar no elevador sem hora marcada.
— Você é obviamente um paspalhão quando se trata de reconhecer autoridade — Elizabeth Black grita com a voz carregada de frustração e agitação — Agora saia do caminho para eu ver meu...
A sra. Black abaixa a sombrinha e pigarreira no segundo em que me vê.
— Olá, Harry.
Apenas estar no mesmo cômodo com essa senhora, mesmo quando ela está ameaçando alguém, é supremamente reconfortante.
— Sra. Black, o que está fazendo aqui?
— Este porteiro grosseiro me irritou terrivelmente — diz. Ela suspira irritada enquanto busca na bolsa, pendurada no braço, e tira um lenço com monograma. Ela limpa um suor invisível da testa.
Não foge à minha atenção que ela não respondeu à minha pergunta. É um hábito que ela obviamente pegou do neto. Ou talvez seja hereditário, e ambos nasceram com esse traço. Mas não vou deixá-la escapar.
— Achei que você tinha voltado ao Texas. O que está fazendo aqui?
A sra. Black coloca o lenço de volta na bolsa e pega outro limpo.
— Essa, meu querido, é uma ótima pergunta — Ela pigarreia e diz — Sinceramente, Harry, fiquei sabendo que você estava aqui e voltei para estar aqui com você. Tenho um carro esperando para levá-lo para casa.
Eu?
Ela veio aqui por mim?
Ninguém volta por mim. Eles vão embora, como minha irmã, meu pai, Cedric... até Draco, a pessoa que mais me importava. Mas essa velha rabugenta e má educada voltou por mim.
— Não olhe para mim assim — ela ordena.
— Obrigado — cochicho, com a voz trêmula.
A velha me puxa de lado e acena afastando o porteiro. Ela desdobra o lenço limpo com monograma e começa a limpar lágrimas do meu rosto.
— Você está totalmente desnorteado e, bem, você está, parece que precisa de instrução. Acho que sou a única capaz de torná-lo um ômega de respeito.
Seguro sua mão trêmula, e ela limpa lágrimas frescas dos meus olhos.
— Eu também te amo.
Seus olhos estão inchandos, mais lágrimas escorrem pelo seu rosto, mas ela os pisca e se recompõe.
— Pare de chororô, porque agora você está me deixando descomposta, e não vou permitir isso.
— Desculpe tê-la chamada de esnobe.
— Você não me chamou de esnobe.
— Eu pensei.
Ela faz um biquinho e bate a sombrinha no chão como uma bengala.
— Bem... a verdade é que eu, provavelmente, sou uma esnobe. Agora vamos entrar no meu carro e voltar para casa, mas primeiro precisamos almoçar. Estou com fome.
Uma limusine está esperando por ela... por nós. Eu me sento em frente a ela e noto um sorriso disfarçado, aquele mesmo sorrisinho que Draco tem quando está aprontando.
Mais tarde naquela noite, Bellatrix e a sra. Black saem para jantar enquanto eu cuido de Delphini, Depois que a ponho na cama e estou no telefone conversando com Leona sobre minha entrevista na Northwestern, Delphini vem para meu quarto usando seu pijama com estampa de desenho animado.
— Não consigo dormir — ela diz tímida, parando ao lado da minha cama.
Eu desligo e olho para minha sobrinha.
— Quer vir para minha cama?Ela faz que sim.
Eu levanto a colcha e ela deita. Está chupando o dedo, enquanto sua outra mão segura em mim.
— Eu te amo, Delphi — digo beijando-a no alto da cabecinha.
Ela tira o dedo da boca e olha para mim com olhos adoráveis.
— Eu também te amo, tio Harry.

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Amor em jogo - Drarry
FanfictionDraco acabou de ser expulso do colégio interno que estuda des de que seu pai foi convocado pela marinha. As coisas vão de mal a pior quando recebe a notícia de que terá que abandonar a sua amada Califórnia para morar com sua madrasta na cidadezinha...