Uma nova amiga! parte 2

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A mulher estranhou ver a filha complicada de Cíntia ali.
A garota estava tão entretida falando sozinha que não percebeu a alguns metros dela.
Como sempre ela fazia sua caminhada matinal e se deparou com a famosa rebelde da Escola.

" O que diabos ela está fazendo..."

- Bom dia irmã!

Se virou ao reconhecer a voz.

Parada perto dela, o mesmo usava uma máscara na boca e um boné, sem dizer que estava de óculos escuros, estava irreconhecível mas a voz era a mesma.
Seus olhos estavam puxados demonstrando um sorriso e seus olhos que tinham um brilho agora estava desfocado e sem luz.
O garoto cheio de sonhos e ilusões que queria trazer a paz no mundo estava na sua frente novamente, sua postura era cansada e curvada, mas continuava forte com ombros largos escondidos pela pesada jaqueta escura.

Ela suspirou.

- Adam, é bom vê-lo novamente.

Ele sorriu fazendo as rugas dos olhos aparecerem .
Ele continuava um crianção.
Seu sorriso era o mesmo que há tempos atrás, um gênio nato que dominava de modo exemplar a língua portuguesa e se deixara seduzir pelos encantos da filosofia e política.
Trazendo o próprio caos a si e a todos a sua volta.

- Há muito tempo não me chamam assim irmã.

- Você voltou por causa dela não é? - foi direta.

Ele a encarou e ela continuou disposta a profundar o assunto.

- Sua filha! Ela está tão linda Adam, se parece muito com você e sua irmã também, às vezes até parece que estou diante de Adora novamente - no seu coração sabia disso mas precisava ter certeza se tinha mais outro motivo para aquele fantasma vivo estar ali.

- Acredite irmã - a encarou sombrio - quanto menos souber, mais segura estará.

...

- Catrina...

- Adora, eu juro que se você me perguntar onde estão a porcaria dos trens de novo eu jogo sal grosso nessa sua cara de rã - resmungou.

As duas agora andavam pela avenida com Catra empurrando a Bike enquanto a loira observava os prédios.

Ela bufou inflando as bochechas e Catra desviou o olhar tentando não ter um ataque de fofura ali.

- Eu já falei que são bondes, não trens e você ainda não me respondeu - contratacou - estamos andando a círculos.

Catra contou até dez e se virou pacientemente para a fantasma.

- Não tem trens nem bondes por aqui. Entendeu? Ou vou ter que desenhar?

A garota fez bico e Catra podia apostar que ela estava ficando com raiva.

- Eu sei disso sua grossa, só queria saber o que aconteceu exatamente com eles.

- E eu que sei? Tá me achando com cara de guia turístico garota? - voltou a andar calmamente ignorando a fantasma emburrada.

- Você mora aqui e não sabe de nada da sua cidade - provocou.

- Ok, primeiro - parou e a encarou firmemente pronta a colocar um fim naquele assunto - eu não sou daqui, meus pais são. Segundo: não quer dizer que sou obrigada a saber cada pequena coisa que essa estúpida cidade teve ou tem - aquilo provocou uma carranca da loira que sentiu raiva ao ter alguém falando assim da sua cidade - e por último, quando eu nasci, as coisas já estavam assim, então eu não tenho culpa de não ter presenciado o momento histórico em que tiraram os trens e bondes pra substituir metrôs e ônibus. Satisfeita?

O crime de Bright MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora