A mutante

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Pelo resto da semana, Catra não havia saído nem pro Skate.

Preferia ficar em casa no seu quarto tocando sua guitarra baixinho para Cintia não reclamar depois.

Ela mesma comprara a guitarra com um dinheiro que irmã Esperança havia deixado para ela.

Mas a mesma já estava bem gasta e suas cordas já haviam rompido um par de vezes. Comprar uma nova seria bom, teria que rever seu orgulho depois e aceitar trabalhar para o Beto, já que o mesmo insistia tanto.

Fez mais alguns acordes e guardou sua guitarra.

Pegou o celular e foi até o portal de notícias da Escola mas para sua surpresa ainda não postaram nada específico sobre a morte da dona Casta, era como se o próprio colégio estivesse tentando acobertar isso.

Não a surpreenderia, já que a reputação dele iria cair. Se perguntava como seria a sua volta aquele inferno, será que as provocações iriam acabar? Ou ela teria paz daqueles seres humanos imbecis tão viciados em ter atenção?

Navegou mais e viu pela imprensa que a polícia havia suposto que tinha sido um assalto que não deu certo ocasionando a morte da Bibliotecária.

Assalto!?

Ata!

Se lembrava da cena do crime, a bolsa de Casta estava intacta pendurada na cadeira.

Ela mesmo tinha sua teoria, a vítima conhecia seu assassino e tinha a confiança dele.

Alguém que viera devolver o livro e dona Casta deve ter se virado para o computador para registrar o nome do suposto assassino.

Então ele se aproximara por trás rasgando sua garganta e pela expressão serena e calma da velhinha ela nem teve tempo de reagir, quer dizer que ele era experiente.

Um assassino experiente e perigoso.

Logo depois ele apagou os dados e todos os programas do computador para eliminar qualquer suspeita.

Será que ele tivera tempo de apagar o histórico?

Não tinha como ser alguém de fora, até por quê a Biblioteca só abria pro público geral nas quintas e sábado e o assassinato ocorreu numa Segunda.

Então...

Era alguém de dentro.

Mas quem mataria alguém como dona Casta? Alguém tão dócil e bondosa...

Sabia que nos filmes isso ocorria quando a vítima sabia demais... será que dona Casta sabia algum segredo de alguém muito importante?

Poderia descobrir isso, era só pegar o computador e ver o histórico.

Catra sentia ansiedade e nervosismo só de pensar em descobrir quem tinha livros pra entregar naquele dia.

Queria voltar logo para a biblioteca e desvendar aquele mistério.

Nem se importava mais com as provocações que sofreria se fosse a Escola, ela só queria ir a Biblioteca.

Valia a pena passar por aqueles idiotas.

(...)

Uma semana depois

Finalmente o aguardado dia.

Catra estava mais do que ansiosa, dessa vez ela não fez marra para chegar atrasada, até seus pais ficaram surpresos.

Mais surpresos ainda quando ela aceitou a carona o que rendeu uma felicidade desnecessária de Beto que tentava se aproximar da garota rebelde. Já Cíntia, ainda insistia em lhe levar ao Psicólogo, Catra sabia o motivo.

O crime de Bright MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora