Capítulo 11

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Capitulo 11

(Se possível leia esse capitulo ouvindo a música que vou deixar aqui)

You didn't run away when you should've
Caught up in the day, you mistook the
Voices you heard for your friends
We all get hurt by the ending

I didn't make you stay when I should've
We let the flicker fade when we could've
Held the whole world in our hands
Leave what we were where we standing


As últimas palavras que sua tia tinha dito foram marcantes e fortes; era quase que impossível Leo não pensar no pior. Seu olhos agora já começava a querer deixar escapar algumas pequenas lagrimas, onde o mesmo tentou disfarçar;

--- Ta tudo bem Leo?

Aproxima Lucas, vendo que seu amigo não estava naquele mundo, ele teve a certeza quando o mesmo não respondeu sua pergunta e lagrimas começaram a derramar sob seu rosto. Lucas apenas o envolveu em seus braços, pegando o celular de sua mão, passando para Karol, a mesma logo entendeu o que era pra fazer.

--- Eu tó aqui, e daqui não irei sair.

Em poucos minutos Karol se aproxima apenas confirmando com sua cabeça para Lucas, o mesmo entendeu e apenas abraçou mais seu amigo que até agora não pronunciou nenhuma palavra; era como se ele não conseguisse falar ou se mexer, ou fazer alguma coisa com seu corpo naquele momento.

--- Vem, precisamos ir.

Diz Lucas levantando seu amigo e praticamente o carregando em seus ombros, até a secretaria da escola. Explicando toda situação para a Diretora, que logo entendeu liberando ambos para que fossem até o hospital. Lucas logo ligou para seu irmão que estava bem perto da escola naquele momento, os levando para o hospital onde a vó de seu melhor amigo estava.

Em poucos minutos eles chegavam na grande portaria do hospital, o ambiente era com certeza devastador, Lucas logo começará a reparar em sua volta; era possível ouvir pessoas gritando provavelmente de dor em alguns quartos, outras que passava pelos corredores através de cadeiras de rodas, em seu semblante não se via mais esperança, ou até vontade de viver, outras que era como se só estivesse esperando sua vez chegar, e em a alguns outros quartos era possível ver outras que lutava pela vida, enquanto estivesse um pouco de força, elas lutavam. Em algum lugar daquele grande prédio, tinha algum medico fazendo atestados de óbitos, em outro tinha corpos esperando para que fosse liberado para ter um velório digno. Sem dúvidas Lucas se sentirá tocado por todas as cenas que acabara de presenciar.

--- TIA?

Leo aproxima de sua tia que agora estava sentada com um paninho nas mãos, deixando claro que não tinha mais lagrimas para chorar.

--- Leo.. Preciso que seja forte meu filho. Infelizmente sua vó teve um infarto em casa, enquanto eu tinha saído pra ir no supermercado comprar coisas para fazer o almoço e frutas que ela tinha pedido. Os médicos disseram que até tentaram fazer com que ela voltasse, mas infelizmente foi fulminante.

Leo ainda tinha esperança de não ser nada grave, que fosse apenas mais uma ida de sua vó ao hospital como de costume, mas dessa vez seria diferente. Dessa vez ela não voltaria, seu mundo tinha acabado, parte de sua alegria, e sua alma tinha ido junto com sua vó; a pessoa que ele abriria mão de qualquer coisa pra vê-la feliz, a pessoa que ele doaria sua vida se pudesse para vê-la respirando. A única pessoa que o acolheu quando ele mais precisou de alguém, quando ele chorava ela estava lá, quando ele precisava de algo, ela estava lá para dar; era ela que sempre foi seu porto seguro, sua ancora, sua salvação nos piores momentos e sua vida. E agora tudo isso será apenas lembrança em sua mente.

O Filho da VizinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora