Capítulo 1

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— Boa noite, bela adormecida! — O loiro de farmácia que me amarrou na cadeira, apareceu no meu campo de visão.

— O que tem de bom? — perguntei irritada. — Eu ainda estou amarrada e ferida. — quase berrei a última frase.

— Por que será? — pós a mão no queixo e fez uma cara de pensativo. — Deve ser porque você é um perigo para todos! — disse como se fosse óbvio. — Você atacou o Chota e ele também está ferido. — Se referiu ao quase traumatismo craniano que eu tentei fazer no moreno menor. 

Não foi por mal, mas eu tinha acabado de voltar de um jogo do qual, felizmente eu, ou melhor, Kyle, conseguiu chamar a atenção da milícia. Logo, pensei que eles tivessem me seguido até aqui, o que de início, de acordo com meu plano, era exatamente o que deveria ter acontecido. Mas eu acabei me ferindo no jogo, então, tive que os despistar no caminho, pois se eles viessem agora, eu estaria exposta demais.

— Vocês invadiram, eu estava apenas me defendendo. — argumentei. — E eu já disse que não foi de propósito! — disse já cansada de repetir aquela frase.  — Eu confundi ele com outra pessoa. — respondi sincera, pois eu realmente pensava que o garoto e os demais presentes no cômodo, faziam parte da milícia. Mas ao julgar por eles terem me amarrado e me deixado viver, eles eram novatos. Pelo menos os garotos, a morena aparentava saber de muita coisa.

— Tem certeza? — alfinetou Shibuke, enquanto, eu tentava disfarçadamente, desamarrar as cordas dos meus pulsos.

— Quem te mandou, heim? — o loiro perguntou sério, mas eu o ignorei. — Garota, eu estou falando com você! — revirei os olhos e o encarei.

— Desculpe, disse alguma coisa? Eu não consegui te ouvir. — fiz minha melhor cara de confusão — Por que você não não chega mais perto? — provoquei o loiro com um sorriso nos lábios. O homem apenas balançou a cabeça em negação e se acomodou no sofá, pegando uma pequena bola que ali havia.

— Ela não vai falar! — Shibuke afirmou para os demais. 

— Nos diga uma coisa que ainda não sabemos. — O loiro retrucou jogando a bolinha no ar.

— Não podemos tentar algo mais agressivo? — pense bem no que você vai dizer.

— Ela está ferida e presa a uma cadeira! Quer mesmo fazer algo tão covarde? — perguntou Arisu.

— Sabe o que vocês precisam fazer? — comecei chamando a atenção de todos, exceto Karube, este ainda brincava com a bola. — Precisam me tirar daqui ou eu vou sangrar até morrer! — falei o óbvio.

— Eu não me importo se você morrer! — declarou Karube sem me olhar.

— Ei, você! — chamei o moreno maior. — Você não tem cara de quem seja assassino. — disse fazendo Arisu me olhar e o loiro parar de jogar a bola.

— Deixa ele em paz! — berrou Karube enquanto levantava e passava pelo amigo. — Ele pode não ser um assassino, mas eu sou. Sabia que eu fazia parte de uma gangue antes de vir parar aqui? — perguntou e fez uma cara, que eu julguei ser para me assustar, todavia a mesma só me fez gargalhar. — O que é tão engraçado? — perguntou irritado.

— Você é patético! — comecei depois de recuperar o fôlego. — Você não é um gângster, não com essa cara! — terminei fazendo Chota gargalhar, enquanto Karube resmungava alguma coisa.

— Temos que pensar no próximo jogo! — o moreno maior começou me ignorando. — Vamos ficar juntos, assim um cuida do outro. — não aguentei e após aquela última frase, comecei a rir, chamando a atenção dos patetas.

— Vocês têm que jogarem sozinhos e separados. — respondi, já sentindo as cordas menos apertadas nos meus pulsos.

— Mas é intrometida mesmo! — reclamou o loiro. — Ele mal pode andar sozinho. Precisa da nossa ajuda! — continuou irritado.

Fúria In Bordeland Onde histórias criam vida. Descubra agora