Capítulo 40 - Olhos Frios E Opacos

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— Merda. — Tatta exclama ao chegarmos na entrada do prédio principal. — Isso é um incêndio? 

— Eles estão tentando fazer as pessoas saírem. — digo, sentindo a fumaça invadir meu trato respiratório inferior.

Após a confusão, Tatta e eu fomos procurar as meninas e quando a encontramos partimos em busca do Arisu. No entanto, a morte de Joe não passou despercebida por ambas, que de lá para cá estavam desanimadas.

— Não vamos conseguir ir a lugar algum desse jeito. — Asahi toca as próprias mãos, nervosa.

— Eles realmente não vão parar. — Usagi diz baixo e eu observo a tensão pairar sobre seus ombros.

— Ei, nós vamos conseguir. — lanço um olhar feio para Asahi e me aproximo de Usagi, que parecia levemente abalada com toda a situação. — Você vai encontrá-lo. — afirmo, mesmo já não tendo certeza se o outro estava vivo. A essa altura, eu já não tinha certeza de nada. Entretanto, eu tinha fé e não queria que ela perdesse a dela.

A mulher me olha e a tensão nos seus ombros diminuem, quando ela sorri fraco.

— Nós? — questiona e eu aperto os olhos, sem entender a pergunta.— Achei que não existia o nós. — fala e eu imediatamente lembro do que disse mais cedo. Sorrio com a situação contraditória e concordo com a cabeça, dando alguns tapinhas em suas costas, como forma de incetivo.

— Vamos, Usagi. — evito ela e faço menção de adentrar no espaço coberto pela nuvem cinza, mas meu ato é interrompido pelo tiro próximo a gente. Rapidamente sinto meu corpo ser puxado para o corredor a minha direita e encostado na parede de maneira abrupta por Usagi, que arfa ao ouvir outro tiro.

Olho para a mulher, completamente surpresa e ignoro nossa proximidade, virando o rosto para observar Tatta e Asahi também amparados no corredor a esquerda.

— Mas quem será agora? — o homem solta, irritado.

Tento espiar, curiosa, no entanto a pessoa volta a atirar em nossa direção.

— Caralho! — toco meu corpo, me certificando se realmente não fui atingida e em seguida suspiro pelo susto. — Ae, seu filho da puta! — xingo, enquanto Usagi se afasta, nervosa.

— Olha se não é a nossa miliciana favorita. — a voz de Ren ecoa pelos corredores, carregada de desdém.

— Favorita? — abro um sorriso cheio de desprezo e fito um ponto fixo na parede. — Então vocês me perdoaram por matar alguns dos seus e enganar toda a Praia? — pergunto, alto, para que ele escute. 

— Você fez uma bagunça gigante dessa vez, Kira. — ele se queixa, parecendo realmente cansado. — Durante todo o tempo que eu estive aqui, a milícia permaneceu dividida, mas só a sua presença fez todos se juntarem. Tem que fazer muito barulho para isso acontecer, você tem noção?

Pisco irritada pela presença do homem e olho de Usagi para os dois do outro lado, tentando pensar em algo para sairmos dessa. O tempo estava passando.

— O que você quer que eu diga? — grito de volta, agarrando no revólver e voltando a checar as balas. Cinco. Minha mira que lute para derrubar ele. — Quem fala o que quer, ouve o que não quer.... E quem faz o que quer, também recebe o que não quer. — cuspo, sentindo os olhos de Usagi me queimar com o rumo da conversa.

— Estamos ficando sem tempo, pessoal. — Asahi sussurra, nos alertando.

— Você não deveria ter voltado, Kira. — berra e eu engulo em seco, cogitando algo.

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