Capítulo 15

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Coloquei a cabeça para fora e quando constatei que não tinha ninguém por ali, saí em disparada, e por vias das duvidas, caso eu precisasse, levei comigo uma garrafa de Macallan do pequeno bar. 

Comecei a andar rápido, na esperança de não ser pega e levantar suspeitas, mas meus planos foram por água abaixo quando ouvi uma voz histérica berrar.

— EI, VOCÊ! — ouvi uma voz já conhecida por mim, ecoar no fim do corredor. Gelei. Me virei calmamente, tentando não parecer nervosa ou suspeita. Niragi vinha em minha direção, nem um pouco feliz por me ver ali. Segurei fortemente a garrafa de whisky e me preparei para meu próximo personagem. — Não sabe que aqui é só para os membros executivos, caralho? — apontou para mim. Fodeu. Segurei a garrafa com força e rapidamente raciocinei, deixando um sorrir preencher os meus lábios, enquanto o olhava de forma sedutora.

— Mesmo? Acho que eu acabei me perdendo então. — disse piscando e fingindo tropeçar, o que fez o garoto me segurar pela cintura e murmurar um merda. — Desculpe por isso. — pedi, dando um sorriso. Subi as mãos pelo seu peito e abracei seu pescoço, o puxando para perto. — Eu estava triste e comecei a beber, mas depois de um tempo decidi que não queria beber sozinha. — fiz beicinho, após umedecer meus lábios, fazendo o moreno olhar fixamente para os mesmos.

— E por que uma gracinha como você estaria triste? — ele me puxou mais para si e colocou algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha. Meu sorriso se alargou ainda mais. Idiota!

— Tem a ver com um garoto, mas eu não quero falar sobre ele. — comecei enquanto olhava para sua boca e corria uma mão pelo seu ombro.  — Acho que ambos podemos fazer coisas mais interessantes juntos. — mordi o lábio levantando meus olhos e fixando nos dele. 

— Acho uma ótima ideia! — concordou e logo começou a me puxar pelos corredores. Essa não. Arregalei os olhos.

— Para onde estamos indo? — questionei, preocupada e com o coração mil, enquanto ele me arrastava com presa. Não sabia que ele iria realmente concordar quando eu sugeri, mas eu me enganei. Me enganei feio.

— Achei que queria se divertir, boneca. — disse parando, de repente. — Vamos nos divertir. — Então ele fez algo que me pegou de surpresa. O homem grudou os lábios nos meus, com uma força exagerada e agarrou firmemente os meus cabelos. Logo, ele pediu passagem com a língua e eu imediatamente cedi. Não queria fazer nada que o deixasse zangado ou coisa parecida, Kuina me alertou sobre ele e eu vi como ele poderia ser agressivo, não queria o testar. Além do mais, Chishiya falou que viria ao meu encontro se algo desse errado, no entanto, eu não estava afim de esperar que as coisas ficassem pior do que já estavam. Segurei a garrafa firmemente e ergui o braço, na intenção de ataca-lo com a mesma, entretanto fui surpreendida quando ele me largou e me puxou para dentro de um quarto qualquer.

— É o seu quarto? — perguntei tentando ganhar algum tempo, enquanto ele estava fechando a porta. Aproveitei o momento e retirei o rádio de dentro do meu vestido, desligando e jogando o mesmo numa lixeira, que estava próximo a uma escrivaninha, observando o homem voltar para perto de mim. 

— Eu não levo mulheres para o meu quarto! — grifou, levando tudo que tinha na escrivaninha ao chão e me colocando em cima da mesma, de maneira brusca, o que fez eu derrubar o bendito Whisky, quando apoiei as mãos em seus ombros. O olhei pronta para dar um falso sermão sobre a bebida alcoólica, mas fui interrompida pelos seus lábios, que grudaram furiosamente nos meus. Seu beijo era agressivo e parecia que ele tinha a necessidade daquilo, como um animal faminto. 

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