Fúria In Bordeland

Capítulo 27 - Agitação

07:13

Abri os olhos e quando encarei o teto branco acima de mim, me virei, decidida a dormir mais um pouco.

Mexi os pés, inquieta, sentindo a claridade me irritar e me cobri sentindo uma pequena brisa fria correr pelo quarto, me fazendo suspirar.

Voltei a abrir os olhos e bufei.

Quem eu tô querendo enganar? Eu não consigo dormir bem nessa porra de lugar. Tão pouco consigo relaxar aqui. Minha cabeça quase nunca parava de funcionar e não estava diferente agora.

Fiquei de pé e cocei os olhos, me espreguiçando e bocejando.

Merda de lugar maldito. Pensei, ainda sonolenta, agarrando em um frasco de remédio e o tomando logo em seguida, com a ajuda do copo de água, pousado na minha mesinha de canto.

- Bom dia, bela adormecida. - ouvi a voz de Niragi e automaticamente meu corpo ficou tenso, me fazendo acordar de uma vez.

Olhei ao redor a procura do homem, pensando estar tendo um pesadelo acordada e percebi que a luz do banheiro estava acesa.

Puta merda! Arregalei os olhos e rapidamente agarrei na minha adaga, a levando para minha cintura. Quando ele chegou aqui?

Andei com passos arrastados até a porta do banheiro e parei na frente da mesma, que estava fechada.

Neguei com a cabeça e apoiei o braço no batente da porta.

- Você pode me dizer o que diabos está fazendo no meu quarto? - questionei, deixando bem claro o quanto sua presença me incomodava.

- Relaxa boneca. - mandou e eu fechei os olhos, contando de trinta a zero, tentando me controlar para não manda-lo ir a merda. - Eu não mordo. - retrucou, derrubando algumas coisas no banheiro. - A não ser que você queira. - provocou, saindo do cômodo, com uma garrafa de tequila, o tronco nú, vários hematomas e alguns cortes.

- Que merda aconteceu com você? - questionei, sem conseguir raciocinar direito pelo sono.

- O jogo. - disse simples, me fazendo arregalar os olhos, lembrar de Kuina e do bendito jogo.

- Merda. - fiz menção de sair, mas ele agarrou no meu braço, me impedindo de sair. - Me solta. - mandei, o lançando um olhar mortal.

- Kuina ta bem. - disse como se tivesse lido meus pensamentos. - Eu é quem estou precisando de cuidados. - soltou meu pulso e apontou para o sofá, me fazendo observar os materiais no mesmo e sorrir com escárnio.

- Não vou te ajudar. - cruzei os braços, o vendo se arrastar até o sofá e dar um gole em sua garrafa, sorrindo abertamente logo em seguida.

- Você não tem escolha, boneca. - respondeu debochado. - Sua vida está nas minhas mãos, Kira, então eu acho bom fazer o que eu tô mandando. - continuou sorrindo, me fazendo fita-lo como se ele fosse um inseto deplorável. - Vamos logo, boneca. - riu me chamando com uma mão, como se eu fosse a porra de um cachorrinho.

Espumei de raiva, com aquele gesto, mas de repente, uma ideia mirabolante invadiu a minha mente, me fazendo engolir toda a raiva que eu estava sentindo.

Eu estava sozinha com Niragi. E ele estava todo fodido. Essa era minha chance. Se eu me livrasse dele, meu segredo estaria guardado e eu não teria que me preocupar mais com ele, suas ameaças e seus assédios constantes.

Descruzei os braços e andei até o homem, me posicionando atrás dele.

- Você fez? - questionei, tocando na adaga nas minha costas, o vendo dar um outro gole em sua bebida.