Capítulo - 19 - Os Invasores

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Já disse que odeio as festas do Chapeleiro? Bem, eu as odeio.

Após meu tão esperado banho, Kuina e eu fomos almoçar e a mulher aproveitou para me encher de perguntas. E eu, como prometido, contei-lhe boa parte do que aconteceu noite passada, da conversa com o Aguni e do meu feito logo em seguida, omitindo algumas coisas é claro. Conversamos mais um pouco e ela me convenceu de vir a festa, pois segundo ela, o platinado estava com um plano b em mente para pegar as cartas.

Depois disso, eu voltei para o meu quarto e comecei, sozinha, uma busca sobre o rabisco do platinado, olhei em livros e depois fui para os mapas de Tóquio, mas após horas procurando e nada, resolvi fazer uma pausa e colocar os meus planos em ação.

Passados as horas, a noite rapidamente chegou e cá estava eu. Na festa do chapeleiro. No bar, observando o ar caótico desse lugar. Virei a minha dose e voltei a analisar o ambiente.

- Se divertindo? - O platinado apareceu no meu campo de visão.

- Quem é vivo sempre aparece. - disse ironica, me virando para o balcão.

- Me ame menos, Ki. - resmungou, sentando a meu lado. Fiz uma cara de nojo e o fitei séria. - O quê?

- Que porra é Ki? - reclamei do apelido ridículo.

- Qual o problema? - sorriu e jogou os braços em cima do balcão. Não um sorriso de verdade, um sorriso forçado. - Somos parceiros de negócios, achei que precisávamos de algo mais íntimo. - respondeu e eu o olhei desconfiada.

- Parceiros uma ova. - disse levemente irritada pela sua felicidade suspeita. - Isso tudo é por causa do plano? - ele acentiu com a cabeça.

- E eu vou ficar mais feliz ainda, quando a minha parceira de negócio me contar em que parte daquele cômodo fica o cofre. - me olhou de forma sugestiva.

Então era isso, o cofre.

- Por que a presa, parceiro? - me voltei para ele, após pedir outra bebida, lembrando que ainda não tínhamos conversado sobre essas cartas. - Acredita mesmo nessa teoria do Chapeleiro?

- É eu acredito. - respondeu, simples. Mas eu não acreditei naquele resposta.

Tinha algo no Chishiya que sempre me fazia duvidar. Talvez fosse os olhos sem vida ou jeito calculista como ele sempre lidava com tudo, mas eu sempre duvidava.

- Mentiroso. - acusei e o vi vacilar.

- Onde está o cofre? - indagou, me fitando fixamente, fazendo o falso sorriso sumir.

- Por que você quer as cartas? - questionei, como quem não quer nada, enquanto dava um gole na minha bebida.

- Para que mais eu as quero se não para voltar? - me olhou com aqueles malditos olhos calmo.

- Na minha opinião, a pessoa tem que estar muito desesperado ou ser muito esperançoso para acreditar nessa teoria do Chapeleito - comecei brincando com meu copo. - Eu não acredito nessa merda. - revelei. - Mas a Kuina acredita e almeja com todas as forças voltar.

- Então ela seria a esperançosa? - debochou e eu concordei com a cabeça, sentindo meu rosto esquentar.

Não gosto de como ele zomba da Kuina.

- Já você, você é o tolo solitário, que acha que vai mudar sua vida quando voltar para o outro lado. - fiz uma pausa, observando ele travar o maxilar. - Mas nada vai mudar. Você vai continuar sendo a mesma concha oca e vazia, porque é egoísta demais para se importar com alguém além de si mesmo. - dei outro gole na minha bebida. - é isso, parceiro, Isso faz de você o desesperado. - completei sorrindo.

Fúria In Bordeland Onde histórias criam vida. Descubra agora