Capitulo 23 - Ajuda Inesperada

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Passei a língua em meus lábios e me arrependi imediatamente ao sentir arder por conta do corte.

Maldito Lunático. Ele não perde por esperar. Eu vou mata-lo e tá para nascer alguém que vai me fazer mudar de ideia.

Estava no corredor, cambaleando e tropeçando nos meus próprios pés, enquanto tentava voltar para meu quarto. Fiquei travando uma guerra comigo, entre ir no quarto da morena ou ir até Ann, mas desisti de ambas as opções. Kuina iria ficar preocupada e iria perguntar o que aconteceu, já Ann ficaria só curiosa e iria contar tudo para o Chapeleiro, então decidi que iria ao meu quarto e que eu mesma cuidaria de tudo. Já havia feito isso antes e não seria problema. A não ser pelo corredor, que parecia cada vez mais longo a medida que eu caminhava.

- Kira? - ouvi alguém chamar meu nome e levantei o olhar, afim de enxergar a pessoa. A pessoa parecia estar longe.

- Chishiya? - chamei com certa dúvida. Minha visão estava turva e eu me sentia tão cansada.

- Por que está toda molhada? - questionou, mas eu permaneci calada. Minha cabeça estava tão pesada. - Nossa, você está horrível. - zombou e a única frase que me veio na cabeça, eu proferi.

- Vai se foder. - falei antes de sentir uma pontada forte e uma tontura tomar conta de mim.

Meu corpo foi de encontro ao chão ou pelo menos foi isso que eu pensei. Senti braços me segurarem, me impedindo de tocar o chão e eu agradeci ao céus por isso. A pessoa estava quente e usava um perfume maravilhoso, que eu tratei de respirar fundo para apreciar melhor.

- Merda. - a voz brandou. - Que porra aconteceu com você? - questionou e eu abri os olhos, encarando o homem de de fios platinados.

Estavamos ambos no chão. Ele me segurava, da mesma forma que eu fiquei com Yuna, antes dela morrer. Ele também parecia ligeiramente preocupado, mas não me prendi a isso.

- Eu cai? - disse em um tom de dúvida, tentando achar uma boa desculpa.

- Eu estou falando sério. - retrucou. - Tá ferida? - perguntou e eu acenei com a cabeça, voltando a fechar os olhos e me encolher ao sentir outra pontada.

- Kira? - chamou. - Ei, Kira? - voltou a chamar, quando eu permaneci calada. - Merda. - ouvi sua respiração ficar pesada e abri os olhos. Ele estava olhando de um lado para o outro, mas quando me viu parou. - Ei, consegue andar? - acenei com a cabeça e ele me ajudou a ficar de pé, algo extremamente doloroso. - Se apoia em mim. Para onde você estava indo? - questionou e eu engoli em seco.

- Meu quarto. - respirei fundo, começando a andar.

- O seu fica para o outro lado, nunca iria conseguir chegar lá desse jeito. - mencionou me guiando.

- Só vamos logo. - rosnei.

- Como preferir. - disse, ficando em silêncio.

Andamos pelos corredores e após uma eternidade, chegamos ao meu quarto. Minha visão ainda estava turva, mas a partir do momento que ele abriu a porta e entramos no interior do cômodo, eu tentei, o máximo, me atentar a tudo.

- O banheiro. - mandei atenta.

Fui guiada até o banheiro e assim que entramos, ele baixou a tampa do sanitário e me colocou sentada no mesmo.

- Aqui, faz pressão. - me deu uma toalha branca. - Vou chamar a Ann. - soltou e eu franzi a testa, arregalando os olhos.

- Perdeu o juizo? - berrei, automaticamente. - Esqueceu que eu já estive lá duas vezes desde que cheguei? Se eu aparecer por lá novamente, vai pegar mal. - expliquei.

Fúria In Bordeland Onde histórias criam vida. Descubra agora