Capítulo 24 - Copas

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Abri meus olhos devagar e rapidamente, minha mente foi bombardeada por pensamentos infelizes a respeito de hoje. Sentei em um pulo, e me arrependi logo em seguida pela tontura que tomou conta de mim pelo movimento bruto.

— Vai com calma, mulher maravilhava. — a voz de Kuina preencheu os meus ouvidos.

Olhei para o lado e foi então que percebi a presença da mulher. Ela estava sentada na cama, encostada na cabeceira, com seu tão querido cigarro entre os lábios e os pés cruzados, enquanto lia um livro. Não qualquer livro, ela estava lendo Harry Potter E A Criança Amaldiçoada.

— Meu personagem favorito é o Escórpio. — disse, olhando para o livro. — O que tá achando? — questionei massageando minhas têmporas e fechando os olhos. — Ai.

— Tudo bem? — abri os olhos e observei sua fisionomia preocupada e completamente atenta a mim.

Concordei com a cabeça.

— Meu personagem favorito também é o Escórpio. — disse fechando o livro e pousando o mesmo na mesa de canto. — Apesar dos inúmeros furos ele tem seus pontos positivos. — expôs se virando para mim. — Como você tá? — questionou e me encarou, tirando o cigarro da boca.

— Eu estou bem, kuina. Tentaram me afogar e me deram uma surra, mas eu estou ótima. — respondi sarcástica, fazendo a mulher virar a cara e voltar a brincar com seu cigarro.

— Ok, pergunta idiota, mas não precisa ser tão cavala. — me olhou séria. — Nada disso teria acontecido se você tivesse ficado quieta. — apontou. 

— O que queria que eu fizesse? Que eu ficasse quieta e ignorasse o Aguni e a milícia querendo devorar os dois menores? — retruquei e lembrei de como os dois ficaram ao serem abordados pelos milicianos. — Eram vários contra dois e eles mal podiam se defender, Kuina. — argumentei séria.

— Você não pode salvar todo mundo, Kira. — falou e aquela frase me pegou mais do que deveria. 

— O que tá fazendo aqui? — suspirei, tocando a cabeça.

— Eu vim ver como você estava. Depois do ocorrido da piscina, você me mandou voltar para o quarto e disse que depois iria passar lá para tomar banho, mas não apareceu. — engoli em seco, quando ela fez uma pausa e me olhou seria. — Imagina a minha surpresa quando encontrei com o Chishiya e ele me pediu para ficar com você...

— Ele pediu? — interrompi ela, surpresa.

— Eu também fiquei bem surpresa. — revelou pensativa. — Enfim, ele me pediu para ficar com você e explicou o ocorrido. — me olhou parecendo cansada. — Você tá horrível.

— Não fode. — resmunguei, me movendo.

 — É sério, eles acabaram com você. — afirmou e eu a fitei, irritada. Eu sabia que estava na merda, não precisava de ninguém me dizendo isso. — Afinal, como isso aconteceu? — questionou, cruzando os braços.

— Quando eu estava no corredor. — disse, a vendo apertar os olhos.

— Em pleno o corredor? — neguei com a cabeça tentando pensar. — Ok, porque seria estranho, uma vez que ninguém falou nada a respeito e você sabe que nada passa batido pelo pessoal. — falou tudo rápido, enquanto apontava.

— Sim eu sei, mas não foi em pleno o corredor. — disse fazendo uma pausa. Ela estava me testando. Ela sabia que eu estava mentindo, por isso estava me colocando contra a parede. — Ele me puxou para um quarto.

— Ele? — corcordei com a cabeça. — Foi um só cara? — concordei, novamente, sem pensar. — Os milicianos só atacam em grupo. — pontuou e gelei.

Fúria In Bordeland Onde histórias criam vida. Descubra agora