Meu Querido Chefe.

Ódio e desejo.

Por Henry.

Eu estava na merda. Tinha acordado há 40 minutos e encarava o teto procurando ali uma resposta para minhas dúvidas. Minha cabeça estava uma bagunça, meu pau estava duro novamente embaixo do meu lençol e eu só tentava entender porque Lauren simplesmente agiu daquela maneira em minha sala. Eu fiquei puto, ou bem pior do que isso, ela teve a coragem de me deixar na vontade depois daquele oral, eu nunca estive tão irritado e isso me intrigava. É óbvio que eu poderia ter deixado pra lá após a nossa ficada na casa de meus pais, mas eu queria mais.

Há alguns anos, meu pai me pôs numa faculdade que não era do meu gosto, e por respeito a ele eu me formei, mas não exerci a profissão. Depois da segunda faculdade — Também terminada e não exercida —, passei parte de minha vida nas baladas de Paris e em qualquer outro lugar que me trouxesse prazer e álcool. Meus pais sempre quiseram o melhor para mim e meus irmãos, mas recebi uma atenção especial e única, talvez por ser mais velho ou porque eles acreditavam que eu dirigiria o negócio da família: a administração, a publicidade, a propaganda e o marketing. Há alguns meses recebi de primeira mão a notícia do câncer de meu pai, senti um pesar por não ajudá-lo como deveria e também por me aproveitar da situação, sempre gastando seu dinheiro para minhas diversões. Céus! Não sei porque não me sinto tão culpado como deveria...

Como o homem responsável e consciente que meu pai sempre foi, ele tomou a decisão que achava correta: passar a presidência de sua tão preciosa empresa para o filho mais velho, que também era um pouco doido, confesso. Não tive escolha, devo muitas coisas a minha família e foi com esse pensamento que eu passei minha semana, pensando que tudo iria ficar bem hora ou outra e que eu conseguiria manter o controle da CMA. Claro que eu poderia fazer isso sem problemas — Se não, por que eu teria dois diplomas empoeirados em meu guarda-roupa? —, se não fosse por Lauren caminhando pela empresa com seus saltos scarpins fazendo aquele barulho irritante pela manhã e também pelas roupas que ela usava, um look mais enlouquecedor que o outro. Já fazia 6 dias do ocorrido em minha sala e minha mente só me torturava. É, eu sei que transar na casa dos próprios pais na véspera de natal é extremamente errado, mas quando eu soube que aquela linda mulher seria minha assistente, quis laçá-la o quanto antes, e por sorte ela também queria o mesmo que eu.

Bom, cá estava eu em mais um dia de trabalho em minha sala. Eu ouvia longe um barulho de telefone tocar, deduzi ser o meu encima da mesa a minha frente, mas, por um segundo, batendo a ponta da caneta na superfície de vidro, eu me distrai entre meus pensamentos.

— Sr. Cavill? — A voz doce e arrogante de Lauren surgiu na sala, me tirando do breve transe. Levantei o olhar, mesmo que eu soubesse que não iria gostar do que viria, e lá estava ela mais gostosa do que nunca dentro de um de seus vestidos de trabalho. O tecido de seda de cor gelo tinha mangas curtas nos ombros, delineava perfeitamente sua cintura até acima dos joelhos, e eu fiquei ansioso para ela sair logo dali para mim admirar para aquela bunda sinuosa que ela tinha.

— Sim? — Respondi ajeitando a postura na cadeira e ela olhou o telefone ao meu lado.

— Não vai atender? — Ela desviou o olhar para mim novamente e tombou um pouco a cabeça para o lado, ajeitando os óculos em seu próprio rosto.

— Não. — Falei pegando o telefone e o colocando no lugar novamente para ele parar de tocar. Não ligava se era alguém importante naquele momento, o barulho me irritava e eu sentia algo crescendo dentro de minha calça social. Agora não, garotão!

— Bom... — Lauren mexeu em alguns papéis em suas mãos, que até então eu estava tão distraído que não os vi, e caminhou até minha mesa — Eu tenho aqui os novos gráficos do projeto semanal... — Ela colocou os papéis em minha frente e manteve uma postura forçada, talvez estivesse nervosa?