Meu Querido Chefe.

Menina malvada.

Por Lauren.

Eu sabia poucas coisas sobre Henry Cavill, e uma delas era que, mesmo sendo um idiota completo, ele era dedicado ao seu ofício e com poucos dias na presidência da CMA, ele se mostrou capaz de qualquer coisa trazendo para empresa um grande e renomado projeto de marketing. O cara era bom, confesso.

Eu também tinha certeza de poucas coisas, eu adorava o provocar mesmo que o odiasse mais do que tudo, e o que mais me irritava era o ar de superioridade dele, todos estavam prontos para obedecê-lo e o paparicar como nunca tinha visto antes, fora o fato dele achar que poderia pegar o que quisesse, quando quisesse e moldar ao seu estilo ou vontade. Por Deus, ele era muito irritante e odiavel! Faziam poucos dias do ocorrido na casa dos Cavills e aquilo ainda me intrigava, e infelizmente, recebi o convite de passar o ano novo com a família que eu deveria querer distância.

Dias antes disso, eu havia conversado com a minha mãe por telefone, expliquei como estava a situação e também porque eu não poderia viajar até os Estados Unidos para visitá-los no ano novo. Bom, por sorte, — Ou talvez por falta dela, pois eu teria de aguentar a arrogância, o perfeccionismo e o ego do sr. Cavill a viagem inteira —, o novo projeto do mês iria disponibilizar a minha viagem a trabalho com tudo pago para Nova York no ano seguinte.

Pensei em mil possibilidades de sair correndo do hotel para visitar minha mãe e meu irmão pequeno, Theo, a saudade deles só aumentava. Assim como minha ansiedade também aumentava conforme os dias iam passando, na cabeça de Henry, eu nunca havia viajado antes e eu queria que ele continuasse acreditando nisso, seria terrível ter de explicar para ele minha vida pessoal. Só de imaginar seu olhar de tédio para mim ao escutar sobre meu passado e meus problemas, me dava um embrulho no estômago.

Os dias se seguiram na CMA com a lentidão de uma lesma. Era difícil de engolir o fato de que eu já havia transado com meu chefe e teria de vê-lo todos os dias — Andando pelos corredores, dando ordens, saindo apressado para algum compromisso ou reclamando, pois isso ele sabia fazer muito bem. Depois da mudança da norma de vestimentas na empresa, eu passei a me vestir como eu achava que seria adequado, mas sem deixar o sexy de lado. Eu sabia sim que meus vestidos, minhas saias e minhas blusas com decote mexiam com a imaginação do meu chefe, e mesmo adorando isso, a culpa não era minha.

Ele pedia por isso, gostava desse joguinho de gato e rato no trabalho, e mostrava isso em seus olhares todas as diversas vezes que entrava em minha sala para pedir alguma coisa — Que mesmo fora do meu alcance eu teria de fazer, se não ele faria algum comentário ofensivo ou soltaria seu veneno em um discurso sobre profissionalismo na minha sala, que servia de recepção para ele. E tudo isso em poucos dias, algo que me fez imaginar como seria anos mais tarde. Céus!

E lá estava eu, na casa de praia da família Cavill. Coragem a minha de aparecer de cara limpa e ainda transar com o queridinho da família no quarto de cima? Ora, talvez eu seja mesmo corajosa e cara de pau. Marianne era um doce de mulher, assim como seu marido, e quando recebi o convite não consegui recusar.

Eu até poderia passar o ano novo com o Eric — Que implorou minha presença em seu apartamento e ameaçou parar de falar comigo caso eu não fosse, mas amigos são assim —, mas seria um enorme prazer ver Henry Cavill, o CEO mais gostosão e cobiçado de Londres, incomodado com a minha presença, e foi como eu esperava. Eu sabia que no fundo ele iria se remoer de ódio por dentro ao me ver de biquíni,  sonsa e maravilhosa, surgindo de repente em sua reunião de fim de ano em família, e foi tudo exatamente como eu imaginei. Nossa, era tão satisfatório saber que eu era odiava e desejada ao mesmo tempo.

Londres, 9h.

Era manhã de sábado e o sol já estava lindamente posto, iluminando o quarto e trazendo um de seus raios até meu rosto. Esfreguei os olhos antes de me espreguiçar e sentar na cama. Meu corpo estava leve, de olhos fechados eu lembrei do motivo. Todos os toques, os beijos, os gemidos, tudo foi guardado em minha memória. Abri meus olhos devagar e olhei para meus braços, meus pulsos estavam marcados pelas alças de meu biquíni da noite passada, e involuntariamente mordi o lábio inferior.