Uma valsa ao coração.

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Por Lauren.

Burra? Eu? Uffh... Imagina... Me senti mesmo uma grande idiota por pensar que eu poderia ter algo com Henry. Seu olhar frio e sua falta de interesse enquanto mexia sua boca para dizer aquelas palavras nítidas, foi o que me fez não criar mais expectativas. Por que um gostosão, rico, pauzudo e egocêntrico, iria querer uma mera secretária ao seu lado? No mínimo uma modelo combinaria. Me senti usada? Sim. Me conformei? Não. Mas é o que eu tinha: uma grande confirmação de que eu era apenas o lanchinho do meu chefe, que nem ao menos era gentil comigo.

As fodas eram indescritíveis de tão viciantes, mas eu pus em mente de que era apenas aquilo. Fodas. Momentos de prazer. Tesão. Em tão pouco tempo ele aprendeu a andar sem cair entre as curvas do meu corpo, me sentia dele, não havia nada que me fizesse querer "dar" para outro homem. Minha amiguinha que fica entre minhas pernas, só desejava ele, e assim eu ficava entre a cruz e espada. Entre o trabalho e o sexo. Respira, Lauren, foca. Era meu trabalho, — Dei duro para chegar onde cheguei, precisava fazer tudo, menos: vê-lo; senti-lô; escutar sua voz; pensar no quão lindo ele ficava impondo seu poder e postura. Se não, era tchau emprego e bye bye reputação.

Não pense que eu não fiquei triste, o espírito intenso ainda morava dentro de mim, mas ao sair daquele quarto luxuoso onde Henry estava hospedado, eu me segurei para não desabar de raiva e desentendimento. Fui para meu quarto, tomei um banho e contei tudo ao Eric, principalmente sobre minha ida a casa de minha mãe as escondidas.

No dia seguinte, acordei e encarei o teto, já tentando convencer minha mente de que eu precisava ignorar tudo que tivesse a ver com Henry. Não havia reuniões naquele dia, a não ser que surgisse repentinamente, — então pus um vestido preto rodado, me deixando como uma adolescente colegial com aquelas mangas fofas. Sapatilhas de laço nos pés, um bolsa no ombro e meus cabelos estavam totalmente ondulados. Ridícula ou elegante, não importava. Nova York é a cidade onde ninguém te julga —. Avisei a Eric que desviasse de qualquer coisa que meu chefinho falasse sobre mim, ou perguntasse. Não acho que ele aprovaria eu sair do hotel, ainda mais sem saber que eu já estive ali antes.

Peguei um táxi para a casa de minha mãe, e como esperava fui recebida com muitos abraços e beijos. Eu senti muita falta de estar perto de minha mãe e meu irmão, eles eram tudo pra mim, e entre uma xícara de chá e outra sentadas na sala de estar — Que não era muito chique nem nada assim, já que nós não éramos pessoas com as melhores condições, mas eu sempre os ajudava com uma quantia de dinheiro todos os meses. Meu irmão ainda estava no colégio e minha mãe conseguia com dificuldade sustentar a casa com as faxinas. Isso quando surgia uma faxina —, eu contei a ela tudo o que havia acontecido. Ela era a pessoa que mais me conhecia, era minha confidente.

— Mas esse é o seu novo chefe? — Ela perguntou depois de botar os óculos para ver uma fotografia de Henry Cavill em meu celular.
— O próprio... — Revirei os olhos.

— É um partidão, não? — Ela me devolveu o celular, e riu.

— É... Deve ser... Acho que não devo pensar nisso... Aliás, não faria diferença mesmo...

— Se você diz que ele é isso tudo mesmo, que está sempre rodeado de lindas mulheres, luxos e dinheiro, tem razão.

— Não conheço ele como conheço Colin, seu pai. Colin foi incrível comigo em todo esse tempo, mas o filho dele é totalmente o contrário — Fiquei pensativa uns segundos sobre como eles eram tão parecidos fisicamente, e tão diferentes em suas decisões e opiniões, enquanto passava o indicador na borda de minha xícara quase vazia.

— Hum... Um duro passado ou um má-exemplo parental pode fazer alguém descobrir o pior de si — Minha mãe riu sem humor.

— Concordo...

Meu Querido Chefe.Onde histórias criam vida. Descubra agora