Malditos olhos azuis.

470 24 0
                                    

Vocês devem estar se perguntando porque eu estava chorando quando Henry, repentinamente, entrou no meu quarto para entregar a lingerie. Eu confesso que minha vontade foi de enforcar ele com aquela calcinha, seu rosto estava carregado com uma expressão que dizia "eu vou te infernizar até os últimos dias da sua vida". Ele adorava aquilo, se tornava cada vez mais difícil aturar ele na empresa, na minha vida e também na minha mente, ele não saía da minha cabeça mesmo que eu o odiasse. Aquela manhã começou mal, Antony insistia em me procurar e eu sentia falta dele. Não me julguem, por favor! Só ele sabia me dar o carinho que eu tanto precisava, seus braços me acolheram por longas noites, seu corpo era o lugar que eu mais gostava de estar, mas eu sabia que o pior aconteceria, e aconteceu. E como era esperado, ele me mandava mensagens todos os dias para saber do meu sumiço. Recebi até uma ligação do porteiro do meu prédio, naquela mesma manhã na casa de praia dos Cavills, avisando que o traidor do Antony havido me procurado como um louco no final de semana. Eu mereço isso? Céus... E não é só isso: o motivo do meu choro tem nome, endereço, dinheiro, um corpo escultural e uma vontade desesperadora de me atingir. Sim, eu estou falando do meu ex, Jamie. O cretino teve a mais pura coragem de aparecer no meu prédio, e como não me achou, decidiu me ligar e me humilhar. As coisas ardilosas, pesadas e maldosas que ele havia me dito naquela manhã, acabaram com meu dia, eu precisava chorar e também precisava muito gritar pondo aquilo tudo pra fora. E o que ele queria? Bom, além de me deixar mal? Ele ainda lutava pela posse de meu apartamento e também começou a agir como uma criança, falando de mim coisas que nunca aconteceram, coisas que não eram verídicas. Canalha!

Eu nunca desejei tanto estar com a minha mãe como naquele dia. Eu sentia falta das conversas com ela, dos chás que tomávamos juntas a tarde, das memórias boas enquanto víamos fotografias antigas de quando eu era bebê. Sempre foi minha melhor amiga, sempre me ajudou em cada situação, mas infelizmente eu precisava seguir a minha vida e correr atrás dos meus objetivos, então, arrumei as malas e vim para Londres. Só não esperava ter que conviver com meu chefe grudado em mim, sempre dando ordens e sempre mexendo comigo.
A noite de réveillon foi agradável ao lado da família Cavill, todos eram muito gentis e receptivos, e naquela noite eu só queria me vestir bem, beber e pedir coisas boas quando o relógio batesse meia noite em ponto. Mas é claro que Henry estava lá, seus olhares e suas provocações me deixando fraca, não conseguia resistir a ele nem que eu quisesse, porque de fato eu não queria resistir. Depois da festa, todos se recolheram, mas eu fiquei na aérea da piscina admirando as estrelas e esperando a mensagem de confirmação de Jamie. Sim, acreditem, ele viria a Londres para conversar comigo após tudo o que ele disse pelo celular, e talvez fosse bom resolver tudo de uma vez.

Depois do sexo caloroso com o arrogante do meu chefe, meu corpo entrou em transe. Henry me soltou, ajeitou sua roupa e pegou seu whisky. Ainda encostada no vidro, eu o olhava tentando entender o que estávamos fazendo e se era certo. Qualquer um poderia descobrir, seria um enorme vexame a família Cavill ficar sabendo do nosso envolvimento escondido, mas eu não conseguia dizer não. Albo não me permitia dizer não. Eu queria estar perto e ao mesmo tempo não suportava a presença de Henry. E ele sempre estava lá. Em um momento de medo, ansiedade e desespero, ali em sua frente, eu comecei a chorar sem motivo aparente. Henry me encarou curioso, não parecia preocupado ou mal com a cena, mas sim curioso. Ele bebeu um gole de seu whisky e tombou a cabeça para o lado, provavelmente se perguntando porque eu estava chorando depois de transar como uma vadia sobe a janela da sala. Até porque, eu mesma o procurei para o sexo, eu quis aquilo.

— Por que o choro? — Henry perguntou ao franzir o cenho. Eu o encarei com meus olhos avermelhados, como explicar para o meu chefe que o cansaço e o medo de perder tudo, caiu sobre minhas costas?
— Ah... Nada... — Falei limpando algumas lágrimas do rosto e dei um sorriso nervosa — Bobeira minha... Eu acho que vou subir...
— Certo, Lauren — Ele disse apenas aquilo e caminhou até a janela, pôs uma bolso da calça e admirou o mar lá fora.

Meu Querido Chefe.Onde histórias criam vida. Descubra agora