Réveillon.

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Havia alguns minutos que eu estava perdido em minha própria mente. Não parava de pensar naquele maldito vestido transparente da Lauren, era impressionante como ela conseguia me instigar. Era fato que eu sempre fui um "filho da puta", sempre fiz coisas que nem eu mesmo acreditava que tinha feito, mas naquela mesa da sala de refeições, eu senti algo diferente. Ajudar Lauren a realizar sua fantasia sexual me deixou com coragem para fazer qualquer coisa, me senti na obrigação de fazê-la gozar, e ela se mostrou satisfeita. Já eram 3 horas da manhã e eu estava sentado na poltrona de couro do escritório da casa, pensativo sobre minhas últimas relações sexuais e sobre a semana corrida que começaria em breve.

Era véspera de ano novo, tudo já estava pronto para a queima de fogos na praia, mas eu não estava animado para isso. Recebi uma ligação importante de meu antigo assessor, avisando que eu teria de encarar um renomado produtor de marketing se eu decidisse entrar na disputa a qual Simon havia mencionado no café da manhã. Mais do que nunca eu precisaria da srta. Davis para ganhar isso, como um bom competidor, eu nunca deixaria a CMA fora do projeto, mas seria um grande problema ter de trabalhar com a mulher que fazia meu pau pulsar com uma simples troca de olhares. Cretina. Sempre mexendo comigo.

Eu poderia dizer muitas coisas sobre mim, mas é perceptível cada detalhe. Minha vida amorosa? Nossa, nem sei se eu poderia chamar assim. Fazia um bom tempo que eu atendia os desejos carnais no lugar dos desejos do meu coração. Aproveito para contar aqui que já fui noivo. É difícil de acreditar, sim, eu sei disso, mas durou pouco menos de 8 meses esse relacionamento. Eu não era a pessoa mais certa do mundo, mas minha ex noiva era bem pior do que eu imaginava, escondendo de mim sua vida dupla no auge dos meus 33 anos de idade. Quando cheguei aos 37, resolvi que seria tudo diferente e lá estava eu, refletindo sobre minha vida enquanto bebia o sétimo copo de whisky. Talvez eu tenha bebido mais do que isso, eu não me lembrava ao certo, a minha única lembrança fixa era da Lauren gemendo quase acordando a casa. Minha nossa, foi tão bom.

A única luz no escritório vinha de um pequeno abajur encima da mesa, eu encarava algum lugar aleatório no cômodo, mudando meu pensamento sobre minha vida, para: como eu dormiria quase bêbado cheio de dor de cabeça? Me levantei com dificuldade da poltrona, deixando o copo sobe a mesa, e caminhei devagar do corredor até a escada, que não tinha corrimão. Inferno, eu via quase tudo embaçado. Com um pé de cada vez, subi os degraus lentamente me martirizando. Eu não poderia cair dali, além de me machucar, eu acordaria a casa inteira para ver a vergonha que eu havia passado. Força, Henry! Consegui subir e fui até meu quarto, trancando a porta em seguida e já me despindo ali mesmo para tomar um banho gelado. Parei nu no meio do cômodo, olhei em volta e fiquei me perguntando "será que estou no quarto certo?", já que os quartos eram todos iguais. Seria horrível se uma das esposas dos meus irmãos me vissem do jeito que vim ao mundo, mas, felizmente, eu estava no quarto certo. Entrei no banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água descer pelo corpo quente, esfriando a pele com as gotas gélidas.

Na manhã de domingo, os empregados já estavam postos para preparar tudo até antes da virada de ano. Minha mãe estava no controle dos preparativos da festividade, então, fiquei mais a vontade para aproveitar um dia de sol na beira da piscina na companhia de meus irmãos e meu pai, já que minhas cunhadas haviam saído para um passeio na praia. Com meu chapéu cor bege, óculos escuros e um short simples, me sentei em uma das cadeiras brancas e me acomodei para tomar um drink e checar minhas mensagens recentes.

Entre um gole e outro, com o sol batendo forte contra meu corpo, eu escutava a conversa de meu pai com Niki e Charlie, e ao mesmo tempo, reservava pela internet um hotel em Nova York para a próxima semana. É, eu estava um pouco ansioso para o dia 6. Distraído em minhas redes sociais, ouvi uma voz doce familiar dizendo "bom dia" e logo percebi uma sombra passar, era Lauren se sentando na cadeira ao lado após cumprimentar os demais presentes ali. A diaba estava gostosa - Com um biquíni cor de pêssego de alças finas embaixo de um cardigã branco, cabelo preso em um coque e óculos escuros. Que corpo, Deus.

Meu Querido Chefe.Onde histórias criam vida. Descubra agora