Capítulo V: Caça e Caçador

6 4 0
                                    

Ausar, Lira e Boil andavam discretamente pelas ruas das favelas da lua, evitando as movimentadas avenidas principais. Os estreitos corredores das favelas eram abafados, calorentos, fedorentos e com pouca iluminação. As pequenas casas, simples e cadentes, não possuíam saneamento básico, explicando o fedor. As casas, acumuladas umas em cima das outras, somavam os barulhos de seus moradores, sempre dando para ouvir ao fundo a briga de algum casal, um bebê chorando ou um cachorro latindo.

Os três sabiam que, nesse exato momento, todos em Nar-Shaddaa os procuravam. Grakkus, além de controlar uma extensa rede de caçadores de recompensas e contrabandistas, ainda mandava, indiretamente, nas tropas stromtroopers. Os oficiais imperiais, em sua maioria corruptos, eram facilmente comprados e controlados pelos Hutt. Os que não se vendiam para o Clã Hutt eram ameaçados de morte, e os que mesmo assim não o faziam, acabavam assassinados.

Boil andava ao lado de Ausar e na frente de Lira. O jedi era o que melhor conhecia o lugar e o único que tinha um plano. Boil tira seu capacete, coloca-o embaixo do braço direito. Com sua mão esquerda, ele pega o ombro de Durron, chamando a atenção dele para si:

-Rapaz... eu sei o que eu e meus irmãos fizemos para vocês jedi, mas acredite em mim quando digo que fomos forçados. -Explicou, seriamente - Deixe-me ajudá-lo...

Para Boil, ajudar aquele jedi seria uma forma não só de redimir a si mesmo, mas redimir todos os seus irmãos clones que não puderam fazer o mesmo. Durron encarou o clone por alguns segundo, sabia que ele falava a verdade, ele podia sentir. Durron acenou a cabeça positivamente e disse:

-Ok... eu também tenho uma dívida com os clones... na verdade, era só com um, mas soube que ele morreu... então acho que você serve.

Lira aproximou-se, colocou seus braços em volta do pescoço deles e falou:

-Bem... já que eu não tenho muita opção... acho que vou com vocês. - Sorriu - Mas eu posso reconsiderar no caminho, ok? Não acho que um clone velho e um jedi bêbado são o melhor time do mundo. - Riu.

-Só não me peça para ser sua babá, criança. - Retrucou, o clone.

Depois de um longo tempo andando, eles finalmente chegaram no destino. Uma casa pequena, de um andar, com porta e janelas redondas. Durron se aproximou e bateu. Pit abriu a porta, o velho amigo whiphid. Ele estava usando seu colete de couro e seu cinto surrado que sempre vestia para ir ao trabalho. Sem pedir, Ausar entra na casa, seguido de Lira e Boil, com breves apresentações:

-Sejam bem-vindos. - Disse Pit, como o bom anfitrião que sempre fora - Poxa vida Durron, pensei que já estivesse morto...mas afinal, como posso ajuda-los?

Ausar ignorou, estava distraído com uma garrafa de uísque que acabará de ver em cima de uma estante. Pegou-a e começou a beber. Boil respondeu no lugar:

-Precisamos sair da lua ou iremos acabar virando comida de dragão. Não temos créditos nem uma nave para fazermos isso sozinhos.

-Eu tenho uma nave, posso tira-los de Nar-Shaddaa. - Respondeu, Pit, acariciando seus pelos do queixo enquanto pensava num plano de fuga - É um transporte petroleiro corelliano, uso para abastecer os barris do meu bar... vejo que hoje meu droide garçom vai ter que fazer todo o trabalho sozinho.

Pit se apressou, quanto mais tempo demorassem mais perigoso ficava. O peludo foi até seu armário, pegou alguns blasters e mantos e entregou para os homens. Especialmente para Lira, ele lhe deu um cachecol e um poncho. Ela ficou com brilho nos olhos. Por ser escrava nunca havia recebido um presente e sempre andará com roupas vulgares. Até hoje Durron andava com sua túnica bege, dois tabardos marrons, seu cinto de couro e suas botas, tudo gasto com o tempo; um novo manto não faria mal. Ele realmente não tinha um vestuário muito diverso.

Ausar Durron: A Star Wars StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora