Capítulo XX: Blue Dragon

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Todo o Esquadrão Aurora estava na ponte do Barril, olhando o túnel azul do hiperespaço. Carlos, o droide B1, estava agitado. Tocava suas mãos uma na outra, como se estivesse ansioso para falar algo. Durron percebeu tal agitação, a lataria do droide era barulhenta. Carlos desistiu de sua apreensão e começou a tagarelar:

-Só queria lembrar vocês que eu e meu mestre estamos ajudando apenas porque prometeram que, depois que terminarem essa operação maluca, entrarão para a Rebelião!

-Obrigado por relembrar, tinha me esquecido. – Durron o respondeu, sarcasticamente, revirando os olhos.

-Acredite, ninguém aqui quer trabalhar para uma lesmona tarada! – Complementou, a dathomiriana.

Bi começou a falar. Assim como o droide, ele parecia agitado. O único ser vivo que entendia o Chadra-Fan era o whiphid, que sabia a língua do pequeno roedor. Lira e Durron olharam o B1, esperando dele uma tradução:

-Concordo, mestre! – Ele respondeu Bi. Nem sempre o droide se concentrava na sua tarefa primordial, havia esquecido de decifrar a fala.

-Infelizmente meu amigo, vamos ter que ajudar Jabba até acabar com a Aurora Escarlate. – Pit, sentado na cadeira do piloto, começou a discorrer – Sabe se lá quanto tempo isso vai demorar!

Bi terminou a conversa com um suspiro angustiado, colocando a mão sobre a testa. A nave, em seguida, saiu do hiperespaço, dando de frente com um cruzador. A grande espaçonave tinha a tinta desgastada, um modelo antigo que aparentava ser antecessora as Guerras Clônicas. Apesar da velhice evidente, era um poderoso encouraçado. O Barril adentrou o hangar do cruzador, pousando. O hangar, incluindo quase todo o funcionamento da embarcação, era operada por Gotais. Os gotais possuíam chifres cranianos gêmeos em forma de cone. Tinham faces achatadas e alongadas. Pelo áspero e desgrenhado cobria a maior parte de seus corpos com exceção do rosto, tórax e abdômen.

O esquadrão, ao deixar o Barril, foi recebido por quatro homens armados. Entre eles, estava uma mulher de pelos brancos, idosa, que vestia uma túnica elegante e portava uma bengala – diferente dos outros – e os recebeu de braços abertos:

-Esquadrão Aurora, sejam bem-vindos! Eu sou a Dragon Head, comandante desse cruzador! – Ele fez uma reverência.

O resto do esquadrão fez o mesmo, menos B1, que não entendia tamanha formalidade. Aquele navio pertencia ao sindicato do crime Blue Dragon, e Dragon Head era a líder. Os dragões azuis estavam em uma guerra silenciosa contra a Aurora Escarlate muito antes dos Hutts, desde a Era da República. Eles competiam pela dominância do tráfico no Setor Oplovis, principalmente o Sistema Celestial, o qual estavam agora.

Todo o Sistema Celestial era governado pela Megacorporação chamada Céu-terra, num regime oligárquico. Os grandes proprietários, acionistas da corporação, utilizam a sua influência política e econômica para determinar o destino dos planetas do Setor. O dono majoritário da empresa e diretor executivo, Mazu Karen, havia deixado sua aliança com o Blue Dragon, achando mais lucrativo uma união com a Aurora Escarlate.

Dragon Head achava que Mazu poderia ter informações sobre onde Qi'ra, líder do sindicato inimigo, poderia estar. Por isso o esquadrão foi enviado pessoalmente por Jabba até os dragões azuis, para confirmar a veracidade da notícia. A velha Gotal já tinha ouvido falar do Esquadrão Aurora, mas achava que a maior parte da história era propaganda de Dryden. Curiosa, ele rondou Durron, olhando seu sabre e sua túnica jedi, gasta ao longo dos anos:

-Então, vocês têm certeza se esse diretor tem as informações que queremos? – Ausar foi direto.

-Certeza absoluta! – Ela ainda o encarava – Karen e Qi'ra conversam constantemente. – Ela finalmente tirou os olhos de Durron para pegar um holopad, projetando o holograma de um destroyer da classe Venator – O problema é que a sede da Céu-terra é um antigo cruzeiro republicano!

Ausar Durron: A Star Wars StoryOnde histórias criam vida. Descubra agora