Capítulo XIII - Abrindo os Olhos.

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Senku continuara fechado para Tsukasa, e parecia que o alfa também fizera o mesmo desde o último momento em que conversaram diretamente. Como agora possuía permissão para andar pelo império, o ômega resolveu matar a curiosidade para ver como os projetos, dos quais trabalhou na sala, estavam indo. Haviam muitas construções peculiares no império, Senku as analizava com um olhar detalhista, porém no fim, sempre acabava as julgando como ineficazes.

Estava bastante impressionado, pra falar a verdade. Muitas pessoas trabalhavam e faziam exatamente o que estava no papel. Livremente, ele se aproximou da mesa onde estava seus rascunhos e começou a lê-los de modo a compará-los, queria ver se detalhes importantes eram seguidos. Porém, enquanto estivera lá, foi abordado por uma mulher forte, parecia alfa por seu porte.


— Mas o que você está fazendo aqui, baixinho? — Ela pergunta, zombando e o inferiorizando. — Melhor ir para dentro, aqui não é lugar de ômegas ou betas, só os melhores alfas vêm ver a mesa de projetos.

— Me dê um tempo... — Senku coçou a nuca, fazendo uma expressão de tédio. — Eu não vou a lugar nenhum até ver como meus projetos estão.

— Seus? — Ela ri com escárnio. — Hahaha! Conte outra, isso foi desenhado pelos melhores alfas daqui. E também, Tsukasa não colocaria ninguém como você para um trabalho importante como esse.

— Ah, você está muito desatualizada.... Não tenho culpa se os alfas daqui não são competentes pro trabalho. — Senku sorri com cinidade. — Eu sou o chefe, aqui.

— Chega de palhaçadas, seu- — Ela corta a frase, pois ao se aproximar, a alfa sente o cheiro de Tsukasa no ômega, estranhando. Afinal, a roupa que ele usava, era a que Tsukasa havia encontrado no observatório, devolvendo para Senku tempo depois que ele fora sequestrado. O cheiro do alfa ainda era forte. — Humpf, você me dá nojo... Mas não estou interessada em arrumar briga com Tsukasa.


Ela se retira de repente e Senku logo entende porquê, ficando com um desgosto imenso. Parecia que nada nesse mundo funcionava para ele pelo simples fato de ser um ômega ainda, estava começando a ficar obcecado nesse assunto, pois pensava que assim que fosse reconhecido como beta, receberia mais respeito. Estava pensando em Tsukasa o dia todo, com raiva. Não o respeitaram por ser o responsável por aquelas construções, a alfa recuou apenas por causa do cheiro do líder do império.

Ao jogar o papel sobre a mesa, frustrado, Senku saiu em outra direção do local, indo para longe das construções. No meio de o que parecia ser pessoas que perderam suas terrar por conquistas de Tsukasa, o ômega acaba reencontrando Yuzuriha, lhe dando uma sensação de alívio indescritível.


— Senku! O que está fazendo aqui? — A garota pergunta, preocupada. — Você não estava preso na sala de Tsukasa?

— Eu dei meu jeito... — O jeito que ele falava era diferente do normal.

— Tem... Alguma coisa errada? — Ela pergunta, meio insegura.

— Tudo Yuzuriha... — Ele cruza os braços. — Não aguento mais viver como um ômega... Eu preciso logo voltar para meu laboratório e pesquisar sozinho como mudar isso, ficar neste império é sufocante.

— Hm... Senku, desde que te conheço, você diz que um dia vai deixar de ser um ômega. E eu realmente acho isso possível. Mas tem algo que eu não sei responder até agora...

— O que é?

— Senku, por que você quer deixar de ser um ômega?

— Não é obvio, Yuzuriha? Sendo um ômega, eu não vou conseguir fazer nada! Não tenho poder de mudar as coisas! Eu preciso deixar de ser isso, deixar de estar em uma posição miserável.

— Você diz querer igualdade, mas acaba inconsciente pensando da mesma forma. Se acha inferior por ser um ômega...

— O que...? — Senku parecia surpreso em ser contrariado.

— Não vê isso? Você sempre se odiou por ser um ômega, pois você se classifica como inferior, e fica sempre querendo se provar, se envolvendo em loucuras, como ingerir seus supressores que estão literalmente lhe matando!

— Isso não é... — Parou de falar de repente, surpreso. — Espera, como você sabe?!

— Taiju se encontrou com Chrome... — Yuzuriha reduziu sua informação a uma frase, falando um pouco mais baixo. Taiju lhe contou tudo em detalhes anteriormente. — Deveria parar de agir assim! Está tão cego por um ódio que está agindo de uma forma que você não é!

— Yuzuriha, já chega!

— Não, Senku... Parece que você não vê o quanto você mudou grandes coisas sendo determinado e lógico! Sendo você apenas, um ômega apesar de tudo. — Yuzuriha agora se demonstra insegura a como Senku iria reagir. — Sei que você sofreu a vida todo por isso, mas você mudou a mim, mudou Taiju e sozinho convenceu um grupo de pessoas a lutarem contra uma tradição centenária.

— O que é que você quer dizer com isso...?

Você pode mudar o mundo sem ter que mudar o que te faz único... Deveria dar uma chance a novas pessoas e oportunidades, as pessoas não são iguais, Senku. Por isso, você não deve mudar você mesmo dessa forma e, você pode ser flexível. A vida não é um número certo, como algo programado, matemático, é um humano, cheio de "e se", "talvez" e "porém".


Senku estava em silêncio, refletindo de forma cada vez mais confusa sobre aquilo, mas, no fundo, apenas se recusava em acreditar que Yuzuriha estava certa sobre tudo. Era complicado, porém, Senku entendeu que a garota estava apenas querendo ajudar, então agradeceu em meio a um sorriso fraco.

Agora, só precisava de tempo para pôr as coisas em seus devidos lugares, mas a primeira coisa que o ômega cogitou fazer foi mudar a forma com que tratava Tsukasa. Um pouquinho não iria matar ninguém... Mas ao se dar conta do que estava pensando, Senku balançou a cabeça para os lados por um momento, tentando focar em outras prioridades, não entendeu porque de repente começou a pensar sobre isso. E ficou ainda mais envergonhado quando percebeu que, na verdade, passou o dia pensando em Tsukasa, mesmo que de uma forma "ruim", foi um dia inteiro refletindo e lembrando dele. O alfa estava muito ocupado durante o dia, e Senku ficava curioso para saber o que fazia... Talvez, só talvez, estivesse com saudades.

Os Dois Líderes - Fanfic ABO.Onde histórias criam vida. Descubra agora