Capítulo XII - Perdido.

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Como sempre, observado por Tsukasa, Senku escrevia em papéis para resolver os problemas que lhe foram entregues. Já pensou muitas vezes em escreves soluções erradas apenas para o império começasse a corroer gradualmente, mas o orgulho do ômega era forte demais, pois logo achariam ele insuficiente novamente, menor do que os alfas. Ele estava tomando seus supressores, o mesmo que Chrome dizia ser perigoso. A cada dia, ele aparentava mais pálido, e mal tinha apetite, parecia até anêmico por não comer.

Em um dia como esses, Tsukasa havia recebido uma grande entrega encoberta que parecia ser bem pesada, na sala onde ele e Senku ficavam. Por algum motivo, o líder alfa sempre dizia para levarem aquela entrega com cuidado, pois deveria entregá-la a alguém, mais tarde...

Nesse mesmo dia, mais tarde, a sós com Tsukasa, Senku começa a tossir. E tossir. E tossir... Sem parar. Novamente, era uma das crises devido ao supressor, estava tossindo sangue mais uma vez. Tsukasa, ao ver aquilo, ficou em choque, afinal, não era médico e nem nada para compreender o motivo daquilo acontecer. "Pneumonia?", imaginou logo de primeira. Mesmo que Senku tentasse esconder o sangue, Tsukasa não se conteve em se aproximar de Senku e tentar lhe dar suporte, mas o menor logo o empurrou, com nojo no olhar.


— Não encoste em mim! — Senku fala. — Eu não preciso de sua ajuda!

— Você está sangrando! Deixe me fazer algo.

— Não! Eu não quero ser ajudado por um alguém como você. — Sua tosse gradualmente começou a diminuir. — Ainda mais um assassino.

— Do que você está falando?! — Ele faz uma pausa. Por algum motivo, aquele assunto lhe trouxe uma ansiedade. — Diga!

— Agora o alfa vai se fazer de burro, típico... — Senku seca o sangue da boca, mais sério do que o normal, seu corpo parecia fraco. — Ordena ataques a lugares pequenos e considera uma conquista isso.

— Mas, — Tsukasa engole seco. "Por que aquilo estava doendo tanto?" Ouvia aquelas coisas o tempo todo, mas vindo de Senku era diferente. — Humpf...! Eu não faço mais isto, desde a última invasão. Mesmo que Hyoga me diga que precisamos crescer e dominar, eu não relutei em avançar mais.

— Isso não muda que graças a você, meu pai, o homem que me possibilitou aprender tudo que sei, morreu!


A ficha caiu, Tsukasa finalmente entendeu o porquê Senku estava tão irritado. Hyoga, novamente, agindo impulsivamente, matou quem não deveria morrer. Afinal, em nenhum momento, o líder mandou seu parceiro de batalha atacar o homem que só estava tentando salvar seu filho.


— Senku... — Tsukasa fala em tom grave, sério, e um tanto retraído, como se toda sua confiança tivesse se esvaído. — É minha culpa, por eu ordenar o ataque àquela cidade. Eu nunca quis matar aquele homem que tentou lhe salvar. Meus homens agiram sem seguir minhas ordens aquele dia.

— Hm...? — Senku sentia verdade em suas palavras, mas se recusava acreditar devido a traumas a forma com que cresceu. — Eu sei que você só diz isso da boca pra fora... Cabeças duras como vocês só pensam unicamente em vocês mesmos.

— Acredite no que bem-quiser, Senku... — Ele suspira, começando a sair do recinto. — Eu não irei insistir para que acredite em mim, minhas cartas estão na mesa. E, aliás... Está livre para andar pelo império, mas se tentar fugir, matarão você sem pensar duas vezes.


"Matarão? Significa que ele não irá fazer nada?", o ômega se perguntava. Tsukasa sai do recinto do trono e Senku fica encarando a abertura pelo qual saiu com a mente bagunçada... Ele não sabia como reagir, o que pensar, tudo era um grande borrão e nada mais. Ao andar um pouco, procurando água para se limpar, Senku, curioso, resolveu abrir a entrega que Tsukasa recebera mais cedo e fica completamente surpreso. Afinal, ali tinha tudo do seu observatório, seu pequeno laboratório, textos, mapas, recursos e até tubos de ensaio. Senku se sentou na parte de trás do trono, no chão, abraçando os próprios joelhos e começando a chorar pela grande confusão e pesar que carregava no peito. Aquele sentimento era asfixiante e horrível... Estava perdido.

Os Dois Líderes - Fanfic ABO.Onde histórias criam vida. Descubra agora