🐾CINCO🐾

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Me virei ficando frente à frente com Levi, que eu agora olhava mais de perto. Eu sempre fui considerada alta com meus 1,75 mas, ele era uns quatro ou cinco centímetros mais alto que eu. Além de ter um perfume amadeirado misturado com o aroma do café que tomara a pouco, era inebriante.

Levi tinha um sorriso bonito e gentil.

— Sim?

— Então você é a moça do crachá?

— Sim —  sorri. — Eu mesma. E você, o dono do Titan e do pen drive azul?

— O próprio! — Ele riu. —  Titan não era acostumado a me manter em enrascadas, mas nessa última semana ele se superou.
Meu sorriso murchou um pouco. Enrascadas?

Percebendo, Levi logo se corrigiu:

— Perdoe-me, não me refiro a você. Digo no sentido de eu sempre sair correndo atrás dele no meio da rua e o perde-lo de vista quando devia estar trabalhando... — Ele riu. — Mas o que queria lhe perguntar não era isso. Posso te pagar um café?

Olhei para Titan um pouco sem graça pelo convite, o animal estava concentrado na nossa interação, intercalando os olhares entre o dono e eu, sem perder nada. Ele latiu e eu ri. Sim, aquele era um sinal!

Voltei os olhos para Levi que me aguardava com uma expressão hesitante.

— Tudo bem, eu aceito o café! — Ele sorriu.

— Por favor - deu um passo para trás como um cavalheiro e apontou para a mesa que ele estava, me deixando ir na frente.

Ele puxou a cadeira para mim, eu me sentei e logo após isso ele se sentou à minha frente.

— Então... Como conheceu esse pestinha? — perguntou brincalhão, acariciando a cabeça do animal.

— Ele pulou e colocou as patas na minha barriga quando eu estava tirando o lixo —  sorri. — Levei um susto, mas fiquei feliz. —  comentei enquanto mexia nas unhas por debaixo da mesa.

Era estranho o quanto aquilo me deixava nervosa...

— Posso te confessar uma coisa e pular as formalidades? — Levi se apoiou nos braços sobre a mesa e se aproximou, falando baixinho, como se alguém não pudesse ouvir. Assenti com a cabeça e ele sorriu. — Titan ficou uma gracinha com seus cachecóis!

Eu ri. Apesar de nervosa, Levi me deixava confortável na sua presença, então tentei ser um pouquinho mais sociável em compensação à sua gentileza.

— Pensei que ele estivesse com frio... —  Ele sorriu de canto mostrando as covinhas por debaixo da barba. — Aliás, ele estava brincando de se vestir no meu guarda-roupa, tirou tudo para fora procurando outro cachecol.

Levi deu uma gargalhada estranha e eu ri junto com ele, era contagiante.

— Adoraria ver isso! —  comentou entre risos. — Fiquei surpreso quando cheguei em casa e Dona Ruth me entregou um Titan todo emperiquitado. Achei que era arte dela, mas ela me explicou que uma moça foi deixá-lo lá e ele já estava assim. Vi seu bilhete embaixo da porta e supus ser a dona do crachá que eu encontrei no sofá...

O garçom chegou trazendo duas canecas de café, sachês de açúcar e uma jarra pequena de leite.

— Obrigada — agradeci e ele sorriu.

— De nada senhorita, se precisarem de mais alguma coisa não hesitem em chamar.

— Obrigado amigo — agradeceu Levi, com aquele tom e simpatia que fazem todos serem seus amigos instantaneamente. — Você quer leite? —  ofereceu antes de colocar um pouco em seu café.

𝙏𝙞𝙩𝙖𝙣, 𝙤 𝙘𝙖𝙘𝙝𝙤𝙧𝙧𝙤 𝙘𝙪𝙥𝙞𝙙𝙤Onde histórias criam vida. Descubra agora