5. Garota maldita

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S/N Gray

Eu não sabia o que fazer ou o que pensar. Após a saída de Tom daquela sala eu fiquei por uns bons minutos parada, apenas tentando entender o que tinha acabado de acontecer.

Minhas pernas e mãos estavam trêmulas, eu mal conseguia pegar meu material espalhado pela mesa. Eu olhei para o corredor e ele já começava a ficar escuro, o vento frio entrava pela porta e fazia meu corpo se arrepiar por inteiro.

O sino tocou, indicando que a janta já estava posta, mas eu não tinha cabeça para ir até o grande salão agora, na verdade, nem fome eu sentia mais. Passei rápido pela porta e fui em direção as masmorras.

Passei por um grande corredor e consegui escutar a voz de Lucius, fazendo seu drama exagerado como sempre. Corri e entrei no banheiro antes que ele e os meus amigos pudessem me ver ali.

Eu não estava em condições alguma de responder ao questionário que eles iriam fazer. O banheiro estava frio, e naquela hora não havia ninguém mais ali. Suspirei aliviada.

Caminhei até a pia ainda trêmula, prestes a jogar uma água em meu rosto. Olhei no espelho e meus olhos arregalaram instantaneamente em choque. Meu pescoço estava com marcas vermelhas que estavam começando a mudar para um tom azulado.

O contorno dos dedos compridos de Tom eram nítidos, e eu passei os meus próprios dedos em volta, ainda sem acreditar no que eu estava vendo.

Ergui as laterais da minha capa para que as marcas ficassem menos a mostra e corri para o meu dormitório. Hoje eu não queria ver nem falar com ninguém, queria apenas descansar e esquecer o que tinha acontecido.

Tom Riddle

Eu havia me descontrolado, ficado cego pelo ódio que senti da garota. Quem diabos era ela para me chamar de mestiço?

Meu coração estava acelerado, eu não devia ter agido daquela forma. Pelo menos, não agora.

Porque caralhos eu me descontrolava tão facilmente perto dela? O que essa filha da puta tem que eu não consigo me manter focado? Do que ela sabia?

Minha cabeça estava latejando e eu só queria explodir, torturar um trouxa ou qualquer sangue ruim que aparecesse na minha frente. Cheguei em meu quarto e chutei tudo que via pela frente.

Essa garota era um enigma para mim. Eu já havia planejado tudo, mas ela... ela estava dificultando todo o processo. Eu simplesmente não conseguia lê-la.

No dia em que nos esbarramos na masmorra, eu estava saindo do dormitório para ir até o banheiro que da entrada para a Câmara Secreta de Salazar Slytherin. Eu não podia ser visto rondando por ali naquela hora, mas lá estava ela para estragar tudo.

Tentei entrar em sua mente, mas não obtive sucesso algum. Era como se ela tivesse bloqueado sua mente, que já imaginasse o que eu pretendia fazer. Mas como?

Há meses atrás, quando decidi usá-la para fazer parte do meu plano, eu não contava com isso. Não contava com alguém tão teimosa, e muito menos que não conseguiria manipula-la.

Já estava tudo planejado, do início ao fim. Indiretamente fiz com que Sirius, seu amiguinho traidor de sangue, fosse incansavelmente atrás dela e voltasse com a amizade dos dois. Eles se reaproximaram graças a mim.

Eu só precisava daquela merda de Mapa que os grifinórios criaram, e eu a usaria para consegui-lo. Pelo menos, foi o que pensei. E depois essa porra de reforço apareceu, e eu já estava tão a flor da pele que com uma mínima provocação da garota eu explodi.

S/N Gray, garota maldita. A esse ponto me fingir de bom moço não era mais uma opção, ela já havia me visto como eu realmente era. Ela está arruinando tudo, e vai pagar caro por isso.

Ambitious - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora