9. Mestres

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S/N Gray

– Como você conseguiu abrir a câmara secreta? - Tom Riddle me perguntou.

E foi realmente uma ótima pergunta, já que nem eu sabia como tinha feito aquilo. O garoto me encarava atentamente, esperando pela minha resposta.

– Então é verdade? - Eu perguntei - A Câmara Secreta realmente existe?
– Você acabou de abri-la. Vai me dizer que não sabia de sua existência?
– Eu achei que não passava de uma lenda!
– E então decidiu procurar por ela?
– Não foi especificamente isso que eu vim procurar. - Respondi, torcendo os lábios.
– Como você abriu? - Perguntou mais uma vez, ficando irritado. - Eu sou o herdeiro!
– O quê? Você é o... herdeiro de Salazar Slytherin! - E então, tudo fez sentido. Ou pelo menos quase tudo.
– Sim, e eu quem devia abri-la!
– Mas... Se você é o herdeiro, por que eu consegui abrir?
– É o que eu estou perguntando desde que cheguei, sua idiota.
– Isso não faz sentido algum!

O que estava acontecendo? Eu realmente tinha aberto a Câmara Secreta? Mas como isso tinha acontecido? Eram tantas perguntas, e eu simplesmente não tinha nenhuma resposta.

Tom Riddle era o Herdeiro de Salazar Slytherin. E esse tempo todo, ele estava procurando pela Câmara Secreta que eu abri. Algo estava errado. A não ser que... e se eu fosse o herdeiro?

"Eu sinto o cheiro dos sangue ruins"

Tom olhou para o túnel, era de lá que a voz vinha.

– Você também a escuta? Essa voz? - Eu perguntei e ele me olhou surpreso.
– Você consegue entendê-la? - Ignorou minha pergunta.
– Sim! - Ele ficou boquiaberto, parecendo confuso.
– Você vai entrar comigo. - Disse firme.
– Você está louco? Entre você, você é o herdeiro!
– E você quem conseguiu abrir essa maldita entrada! - Ele disse entredentes, se aproximando.
– Eu entro, mas não vou primeiro.
– Claro que vai. Eu não confio em você.

"Os sangue ruins estão chegando"

Eu e Tom olhamos em direção à porta do banheiro quando o som de passos começou a ecoar. Se não entrássemos, seríamos pegos e provavelmente expulsos.

Me virei para Tom, apertando forte minha varinha caso ele tentasse algo. Eu jamais iria na frente para correr o risco dele me trancar lá para sempre. Escutei vozes indicando que as pessoas já estavam próximas e o encarei.

Você é quem vai primeiro! – Em um acesso de coragem, estendi minha mão até o peitoral do garoto e o empurrei forte para dentro do túnel.

O rapaz desapareceu rapidamente pela escuridão. Enquanto ele - provavelmente - descia até a câmara secreta, pude escutá-lo gritar um sonoro "filha da puta".

Sem pensar duas vezes, me joguei também. Antes os dois presos lá dentro do que eu presa sozinha.

O túnel era escuro e estava totalmente empoeirado. Eu gritava feito louca enquanto escorregava sem saber onde era seu fim. Um tempo depois, caí bruscamente em cima de Riddle, que soltou um resmungo alto.

Ainda caída em cima do garoto, olhei à nossa volta e quando vi o que nos cercava, soltei um grito desesperado e me levantei.

– Cale a boca, porra. - Riddle reclamou, se levantando enquanto fazia cara de dor.
– Você está cego? Estamos cercados por ossos!
– Ossos de rato, Gray!
– Essa informação deveria me deixar menos assustada? - Perguntei irônica e ele revirou os olhos.

Ele ignorou minha pergunta e começou a andar por meio dos pequenos ossos, cada passo era um barulho diferente de coisa quebrando. O segui imediatamente, eu não ficaria sozinha num lugar desconhecido e assustador como esse.

Ambitious - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora