4. Quem é Tom Riddle?

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S/N Gray

A professora explicava a aula, nos relembrando dos primeiros feitiços que aprendemos no primeiro ano de Hogwarts. Hoje iríamos repetí-los, mas dessa vez, sem falar o seu nome para que aconteça.

– Essa é a aula de feitiços não verbais, então, vocês já devem imaginar que não falamos, certo? - Olhou em volta, com sua varinha em mãos - Vamos começar com um feitiço leve, e depois vamos para feitiços mais fortes e que precisam de maior concentração. Virem-se para suas duplas.

A sala toda escutava com atenção, esperando os próximos passos a serem seguidos.

– Peguem suas varinhas. Vamos começar com Lumus. Mentalizem o que vocês querem que aconteça, e falem mentalmente o nome do feitiço. Pensem com convicção, apenas repetir o nome mentalmente não será o suficiente para dar certo.

Toda a sala tentava ansiosamente fazer a varinha acender, mas pouquíssimos realmente conseguiram de primeira. Algumas vezes, podíamos ouvir uma ou outra pessoa acabar falando o feitiço sem querer.

Em meio a minhas tentativas, Sirius decidiu puxar assunto.

– Então... - Pigarreou.
– Sim?
Quem é Tom Riddle? - Perguntou curioso e eu não pude deixar de olhar para ele, juntando o cenho.
– Hum... Eu deveria saber quem é? - Perguntei confusa, enquanto tentava fazer a varinha brilhar, sem sucesso.
– Deveria, já que você passou um bom tempo com ele ontem a noite. - Sirius fez uma careta como se fosse óbvio, e eu só fiquei mais confusa.
– Não sei do que você está falando, Sirius.
– Então quer dizer que você está saindo com alguém e não quer me contar? - Falou em tom de brincadeira.
– Cala a boca. - Ri - Eu realmente não sei do que você está falando. Ontem a noite só fiquei com você, e depois eu... - E então houve um estalo na minha cabeça.

O monitor. Além de ter conversado com Sirius ontem, eu também havia ficado uns bons minutos barganhando a minha detenção com o monitor. Então era esse seu nome? E como Sirius sabia que havíamos nos visto?

– Olha só, parece que a cabeça de vento tá se lembrando das coisas. - Tirou onda com a minha cara, e eu mostrei o dedo do meio - E então, vai me contar quem é esse misterioso Tom Riddle?

E no mesmo segundo em que ele proferiu seu nome, meus olhos cruzaram com o brilho escuro dos olhos dele. Ele estava atrás de Sirius, segurando firmemente sua varinha já acessa e olhando fixamente para mim.

Desviei o olhar nervosa, com medo dele ter escutado seu nome em nossa conversa. Tudo que eu menos precisava era confusão com o cara que iria me ajudar a passar na matéria.

– Sirius... só... cala essa boca. -Falei pausadamente, sem nem olhar para o mais alto à minha frente, com medo de enfrentar mais uma vez aqueles olhos escuros.
– Porque você está toda vermelha, S/A? - Perguntou com um sorriso sacana no rosto - Ele também está aqui nessa sala?
– Sirius. Eu juro que se você falar mais alguma palavra...
– Porque dizer uma palavra se eu posso dizer o nome? - Levantou as sobrancelhas, me desafiando - E digo em alto e bom som.
– Não ouse.
– Então me fale quem é. - Bufei. Sirius adorava me provocar, e era extremamente insistente quando queria saber de algo.
– Só se você me falar como sabe que eu estava com ele.
– Não é óbvio? - Revirou os olhos quando percebeu que eu não sabia a resposta - O mapa dos marotos.
– Ah! Esse maldito mapa... - Praguejei. Como eu poderia ter esquecido dele?
– Sua vez. Quem é Tom Riddle? - O mandei um olhar repreendedor quando ele repetiu o nome.
– Não é ninguém importante. Apenas um monitor.
– E porque ficaram tanto tempo juntos? - Perguntou com os olhos cerrados, acusador.
– Ah, por favor, Black. O que você acha? - Comecei a me exaltar enquanto ele prendia o riso - Ele me parou porque eu estava fora do quarto, seu infeliz. - Falei a última parte mais baixo.
– Nossa, e porque a senhorita estava fora do quarto naquela hora? Posso saber? - Disse autoritário, prendendo o riso.
– Ah, vá se foder, Black. - E isso fez com que ele gargalhasse - Eu tô muito puta contigo. Quase me fodi ontem por sua culpa.
– Não sei do que você está falando, S/A. Isso que dá ficar saindo do quarto tarde da noite...
– Ah, Sirius Black... como eu te odeio.
– Nós dois sabemos que isso é mentira, meu bem. - Deu uma piscada e finalmente voltou a se concentrar na sua varinha, percebendo que a professora iria passar do nosso lado. Revirei os olhos e fiz o mesmo.

Ambitious - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora