Ambitious - Tom Riddle

21. Sentimentos?

S/N Gray

Fiquei uns segundos deitada, meio zonza. O impacto da queda havia sido forte, e eu sentia uma pontada de dor.

Escutei o som de algo descendo pela tubulação e imaginei que seria o garoto. Levantei imediatamente, antes que o corpo dele me atingisse.

Eu não sabia com total certeza o que ele queria comigo, mas pelo que Narcissa me contou de sua reação,  provavelmente seria relacionado ao beijo. O que me assustava era... porque ele precisava me trazer aqui para falar comigo?

Eu mais do que ninguém sabia como o garoto ficava quando estava irritado, e coisa boa não sairia dali.

Aproveitando que ele estava desorientado pela queda, corri até a segunda entrada da Câmara Secreta, que infelizmente estava fechada. Me posicionei na frente da porta, pronta para sussurrar as palavras em língua de cobra novamente, mas os passos apressados de Tom desviaram a minha atenção.

Me virei para ver o quão perto ele estava, e para meu azar, ele já estava muito próximo. Foi uma questão de segundos até que Tom me empurrasse para trás, segurando firme em minha capa. Eu bati forte na porta de metal atrás de mim.

– O que você acha que está fazendo? - Grunhi sentindo a dor se espalhar pelas minhas costas já dolorida.
– Porque caralhos você fez aquilo? - Ele perguntou irado, me encarando profundamente.
– Aquilo o quê? - Minha voz saiu fraca. Eu podia sentir o ódio em seu tom de voz.
– Você está brincando comigo, não é? - Me empurrou ainda mais contra a porta. Seus olhos mais escuros que o habitual.

Se aquilo realmente se tratava do beijo, ele estava com ciúmes, assim como eu fiquei. Seria isso um sinal de sentimento da parte dele?

– Eu não sei do que você está falando, Riddle! - Respondi - Me solta agora!
– Não banque a esperta comigo, S/N.
– Eu não fiz nada.
– Você beijou Sirius Black, porra! - Tom gritou, fazendo sua frase ecoar pelo lugar. Ele estava muito puto.

Após ele finalmente dizer do que aquilo se tratava, o silêncio tomou conta do lugar. Mas não por muito tempo.

– Então é sobre isso. - Deixei escapar e desviei o meu olhar do dele. Então comecei a rir. Rir muito.

Não era um riso feliz, mas sim um riso frio e cheio de mágoa. A feição de Riddle piorou, e ele travou o maxilar sem entender o motivo daquilo.

– Do que está rindo, porra? - Suas narinas inflaram, impaciente à espera da resposta.
– Você preferia que eu fizesse o que, Tom? Que eu transasse com ele, assim como você fez com a Bonnie? - Perguntei tranquilamente, voltando a encará-lo.

Seus lábios se abriram em surpresa e, por um momento, suas mãos até se afrouxaram de minha capa. Ele não fazia ideia de que eu sabia, mesmo não tendo feito o mínimo esforço para esconder o que tinha rolado entre ele e a garota.

Sentindo a raiva em minhas veias novamente, eu me aproximei dele, olhando profundamente em seus olhos escuros.

– O gato comeu sua língua, Riddle? - Eu estava a centímetros de distância - Ou foi a Bonnie?

Por um segundo eu esqueci o quão ágil e forte o garoto era. Rapidamente, ele passou suas mãos em volta dos meus pulsos e os segurou forte, ameaçador.

– Quem te contou? - Ele perguntou. Não era possível essa ser a sua primeira preocupação.
– Porque estamos aqui, Tom? - Eu ignorei sua pergunta, e ele não pareceu nada feliz.
– Quem. Te. Contou? - Ele repetiu, desta vez pausadamente.
– Eu mesma vi. - Disse depressa.

Ele não falou nada, ficou apenas me encarando com cara de poucos amigos. Era quase como se ele não soubesse o que falar, ou como se não tivesse mais controle dessa situação.