Guarda-Costas do Embaixador

PARTE 16

Foi como sair da realidade por alguns segundos, ao retornar senti alívio. As luzes se estabilizaram, o salão iluminado revelando o homem no chão.

O atingi no ombro direito, desestabilizando sua pontaria e o fazendo cair. Os guardas o cercaram, rendido soltou a arma, gemendo de dor e fracasso.

Abaixei a pistola, ativando a trava de segurança. Girando o corpo, encarei James.

- Acabou, topázio está fora de perigo. – Informei aos ouvintes, meus olhar fixo no dele.

- Obrigado. – Disse ele. – Obrigado, a todos vocês.

Owen foi socorrido pelos paramédicos, será levado ao hospital sob forte esquema de segurança. Thony o acompanhou e cuidará de tudo. Os comparsas foram encaminhados para sede da Scotland Yard, onde ficarão detidos e serão interrogados.

Voltamos para casa, ainda com proteção reforçada. Lorde Richard e os outros Clark aguardavam ansiosos. Eu subi sem dizer nada, deixando que James desse as explicações a eles.

Sozinha, começo a sentir tudo que mantive represado. Meu corpo está dolorido com se eu tivesse saído de luta, sinto frio e as lágrimas jorrando. Um emaranhado de cenas do passado se misturam com as do presente. Tudo aquilo que me afastei, volta com força. Um peso pressionando meu peito.

JAMES

Encontrei Sam sentada na beirada da cama, de os olhos fechados. Ao me aproximar percebi que está tremendo e chorando.

Toquei o rosto dela.

- Você está gelada, o que está acontecendo?

- Chega. – Ela abriu os olhos. – Nunca mais quero precisar atirar em alguém. Estou farta, eu não quero voltar para aquela vida de violência.

Seu tom devastado.

- Você não precisa. – Apanhei as mãos dela.

- Não me toque, minhas mãos estão cheias de sangue. – Ela tentou se afastar.

Meu Deus, está sofrendo uma crise. Sam disse que elas eram comuns, quando estava na marinha. Me abaixei diante dela.

- Olhe para mim. – Ela resistiu, ainda tentando se afastar. – Samantha, ouça a minha voz e olhe para mim. Estou aqui meu amor.

Lentamente ela cedeu, abrindo os olhos e os fixando nos meus.

- Se ele morrer? Será mais uma morte para minha conta, eu não posso...

- Ele não vai morrer. Você deu um tiro limpo, apenas para desarmá-lo. – Meu tom firme. – Samantha, você cumpriu com o seu dever.

- É tão difícil. – Ela ainda está muito gelada.

- Venha comigo. – A ajudei levantar.

Conduzi Sam até o banheiro, a livrando daquelas joias, dos sapatos e das roupas. Abri o chuveiro, e a levei para baixo da água quente. Deus, ela parece tão frágil. Tirando o paletó, a camisa e o colete me juntei a ela. Envolvendo meus braços a seu redor. Com a cabeça em meu peito Samantha chorou.

SAMANTHA

O primeiro-ministro foi informado da verdade, os demais convidados e a imprensa receberam a desculpa de falha elétrica. Duas semanas passaram, Owen saiu do hospital. Foi levado para uma detenção do MI6, mas até o momento se recusa a falar. Os outros confessaram participação, eles foram contratos para auxiliar. Thony confirmou tudo, seguindo o dinheiro e vasculhando a casa de Owen. Ele agiu por motivação própria.