Guarda-Costas do Embaixador

PARTE - 08

Passamos quase vinte dias em Gales, Lorde Richard felizmente teve um ótimo progresso. Já fazia pequenas caminhadas no jardim, enquanto atormentava o juízo de todos. O retorno para Londres foi necessário, o embaixador não pode mais adiar certos compromissos. A agenda da semana está totalmente fechada, reuniões e eventos até no final de semana. Continuamos afastados, no sentido romântico, mas temos passado alguns momentos juntos. James e eu estamos redescobrindo o caminho que nos leva um ao outro. A Collins não deu mais as caras e os tabloides deixaram os rumores de romance de lado. Já as especulações sobre a saúde de Lorde Richard, pipocavam. Não sei como obtiveram as informações. A equipe do hospital não tem permissão para divulgar dados sobre os pacientes. Esses vazamentos precisam parar. Tenho que chegar à fonte deles, são pequenas falhas em conter informações. Reuni toda a equipe de Londres e Gales, por videoconferência, para uma reunião.

- Informações da vida pessoal dos Clark têm estampado os sites de fofocas e jornais. – Todos ouvindo com atenção. – Detalhes que devem ser mantidos em sigilo. Portanto a partir de hoje será implantado um novo protocolo, onde nós da segurança e todo o restante da equipe de funcionários da família deverá seguir.

Com o aval de Sir James, pedi ao advogado dele para redigir um novo contrato de confidencialidade. Contendo cláusulas mais abrangentes ao que pode ser considerado vazamento. Além de mudar a hierarquia de compartilhamento de informação. Agora apenas cinco pessoas terão acesso à parte das questões particulares da família. Frank por ser o chefe da segurança de Gales, Claude o mordomo de Lorde Richard, Corrine a governanta, Dorian o assessor e eu. Assim, eu posso monitorar com maior precisão o fluxo das informações. O novo contrato não agradou a toda equipe, especialmente Dorian, mas por fim todos assinaram. A minha investigação sobre os vazamentos está em sigilo, tenho alguns guardas na Scotland Yard trabalhando nela. Muito em breve terei algo concreto.

- Como foi o seu dia? – Sir James questionou interessado.

É o final do meu expediente.

- Bom, a reunião correu dentro do esperado e os novos contratos estão todos assinados. – Ele apanhou uma xícara e serviu um pouco de chá. – Dr. Scott irá cuidar dos registros amanhã.

- Isso é ótimo, mas eu quero saber como você está? Percebo que algo a incomoda. – James se aproximou me entregando a xícara.

Pelo aroma o chá é preto, com gotas de limão.

- Obrigada. – Exatamente como gosto. – Só estou cansada e com a velha dor na lombar.

Uma sequela da fatídica queda na água. James não perdeu a capacidade de me enxergar sem filtros.

- Posso fazer aquela massagem. – Ofereceu preocupado.

- Agradeço, mas vou subir e tomar um banho quente. – Respondi, bebericando o chá. – Você também parece um pouco triste, está tudo bem com Lorde Richard?

Ele suspirou baixo.

- Sim, ele está progredindo. Mas um primo dele está em estágio terminal, eles foram muito próximos na juventude e meu pai ficará abalado com a notícia.

- Sinto muito, não é possível que se encontrem?

- Não, ele vive nos EUA, Nova Iorque precisamente. Mudou-se para lá quando se casou e abriu uma editora, a Clark & Price. – Vi alguns livros com este selo na biblioteca de Sir James. Senti uma pontada forte na lombar, não foi possível disfarçar. – Sam, você não está bem, vou chamar um médico.

- Não, por favor, não é necessário. – Toquei o braço dele. – Vou tomar um banho, um comprimido e ficarei bem.

- Sam, eu não quero forçar nada, mas nós sabemos que apenas o banho e o comprimido não farão diferença. – Falou com seriedade.