Guarda-Costas do Embaixador

PARTE - 10

Voltamos para o Reino Unido, precisamente para a propriedade em Berkshire, Windsor. A casa de Londres passará por algumas reformas de segurança, apenas Corrine, Dorian e a equipe de segurança nos acompanharam. Passamos três dias maravilhosos na França, gostaria de ter ficado mais, mas os deveres não param. James assumiu de vez todos os negócios da família, está atolado de contratos para ler e assinar. Além do trabalho como diplomata, o meu amor passa horas dentro daquele escritório cozinhando os neurônios. Dorian apesar de esnobe, intrometido e um pouco suspeito faz um bom trabalho. Ele auxilia James com muita eficiência. Não temos nos estranhado com tanta frequência, mas sei que ele é um dos que torcem para o meu relacionamento com James falhar.

Liguei para os meus irmãos, eles precisam crescer e parar de birra com nossa mãe. A decisão que ela tomou foi a melhor que pôde, não poderia permanecer em um casamento que estava dando errado. Nos deixar com o almirante partiu o coração dela, mas foi pelo amor de mãe que optou por isso. Ela não poderia, naquele momento, nos dar o que precisávamos. Mamãe não merece passar o resto de seus dias isolada, sem ao menos conhecer os netos.

- Seja razoável, Mike. Ela está sozinha.

- Porque quis que fosse assim. Papai encontrou alguém, não vá trazer essa mulher de volta para nossas vidas.

Não sei como meu irmão pode ser tão frio.

- Nossa mãe! A sua mãe, Michael! – Perdi a paciência. – Por que você é tão insensível?

Ouvi a porta do quarto, James acaba de entrar. Ele me olhava preocupado.

- Ela manipula você, idiota! Era muito criança para entender e agora continua ingênua. Chega desse assunto, eu não quero me aborrecer. – Michael desligou.

Atirei o celular sobre a cama.

- Sam, o que aconteceu? Por que Michael agiu daquela maneira?

Suspirando pesado olhei para ele.

- Mamãe, ele não é capaz de perdoá-la e diz coisas horríveis. – Respondi triste.

- Meu amor, cada um tem o próprio tempo. – Falou James. – A própria visão dos fatos, não pode forçá-lo a aceitar.

Fiquei surpresa com as palavras dele.

- Ela está se sentindo sozinha, é minha mãe, não posso fechar os olhos. – Me sentei na beirada da cama.

- Talvez Michael tenha um pouco de razão. – Olhei para ele com espanto. – A Sra. Uliel é uma mulher brilhante e inteligente. Mas, eu percebi um pouco de manipulação, ela sabe que certas coisas mexem com você e mesmo assim as diz.

Levantando da cama sentia o sangue borbulhar.

- Estamos falando de minha mãe, não faça suposições sobre ela. – Meu tom áspero.

- Não são suposições, estou sendo honesto sobre algo que vi. – Ele se manteve seguro. – Você só não percebe pois está emocionalmente envolvida. Samantha, eu não vou fazer vista grossa. Nessa, dou um pouco de razão a Michael.

Estava tão nervosa que o deixa lá plantado.

Tive uma videoconferência com a superintendente e Frank, onde analisamos a adição de mais um membro a cada equipe e as novas medidas que serão adotadas. Tratamos também do grande esquema que será necessário em Gales. Afinal, todos os Clark estarão lá, por cerca de duas semanas. Estarei de fora do quadro de vigilância, mas não totalmente ausente do comando. Frank cuidará do dia a dia, mas se reportando a mim. A propriedade de Gales é gigantesca, são dezenas de hectares, isso é impossível de ser controlado. Por isso decidi criar o perímetro nas imediações das residências, áreas de lazer e no pessoal. Designei dois guardas para cada grupo da família, ninguém poderá sair sem companhia deles. Lorde Richard receberá Charles, a esposa e os filhos. Uma prima e o marido, a irmã e os seus filhos. Além de Aaron e os pais da esposa de Charles. James e eu não ficaremos na casa principal, eu achei uma ótima ideia, todas essas pessoas que não conheço me deixam ansiosa.