Sol de Outono

Starting Days II

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De todos os perfumes o meu preferido é o que vem carregado pelo vento refrescante da primavera, o cheiro das flores e do sol misturados com a brisa do mar perfeitamente equilibrados. Sempre que eu sentia aquele aroma, minha mente se perdia em lembranças.

A primeira vez que eu vi o Haruka foi na primavera. Eu lembro que estava no colo da minha mãe e uma mulher bonita segurando as mãos de um menininho tão pequeno quanto eu veio se apresentar. 

Minha mãe me levou para um parquinho, aquela mulher foi junto conosco. No começo achei estranho seu jeito calmo e reservado um pouco estranho, mas ele foi o único que estendeu a mão para mim quando eu caí na areia do parquinho.

-Você está bem?

-Hai - Falei animado e aceitei sua mão.

Ficamos brincando o resto da tarde. Haru se tornou meu primeiro amigo e desde então fazemos tudo juntos.

Acho que é por isso que eu me assustei quando ele sugeriu que eu entrasse no clube de basquete. Não conversamos sobre isso, mas eu supus que iríamos entrar no mesmo clube, já que não estamos na mesma sala e costumamos fazer tudo juntos.

-Tudo bem para você se eu entrar no clube de basquete?

Ele deu alguns passos na minha frente, mexendo os lábios eu esperei que ele falasse que iríamos decidir juntos sobre qual clube escolher. Esperar ele falar foi sufocante.

-Você é livre para entrar no clube que quiser.

Não era o que eu esperava, e sem querer, me lembrei de alguns momentos da nossa infância. Uma certa vez eu e minha mãe encontramos com Haru e sua mãe um pouco a nossa frente no caminho para nossas casas, eu soltei a mãe da minha mãe para correr e ficar ao lado dele.

No festival daquele mesmo ano, eu fiz a mesma coisa, me soltei da minha mãe e corri para dividir meu algodão doce com ele.

Acho que eu estava o sufocando.

-Isso é verdade - Eu tentei sorrir para mostrar que tudo bem por mim ele querer um pouco de espaço - Será que eu devo? Eu nunca joguei basquete fora das aulas, mas pareceu divertido.

Divaguei sobre os clubes até chegar em casa, assustado com a sombra de solidão que me seguiu.

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Assim que entramos no clube de natação da escola, iniciamos o treinamento para o revezamento que nenhum de nós, exceto o Asahi, estava animado para nadar.

Eu sempre tentei manter o otimismo e a alegria principalmente por causa da personalidade reservada do Haru, mas até mesmo eu estava desiludido e perdido. Cada braçada dele parecia estar exigindo mais que o normal, o que me deixou aflito.

-Por que ele não gosta de nadar no revezamento? 

Nao-senpai me perguntou e eu só consegui suspirar com as lembranças que sua pergunta me trouxe.

-Ano passado vencemos um revezamento e foi muito especial para nós. Acho que para o Haru, nossa equipe é insubstituível.

Na verdade, eu pensava que Rin era insubstituível para o Haru. Desde que ele se mudou para a Austrália, Haru se fechou ainda mais no seu mundo e me deixou de fora de tudo ligado ao Rin.

-E você, está bem com isso?

-Desde que eu possa nadar com o Haru, eu estou bem - Respondi sem pensar.

-Você gosta mesmo de nadar ou faz isso apenas para ficar perto do Haruka?

Aquela pergunta do Nao-senpai me pegou desprevenido e me deixou perdido. Eu tentei não pensar muito nela e só me concentrar em voltar para casa.