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Meu quadril ainda tinha marcas roxas e verdes dos seus dedos, uma lembrança do que fizemos no vestiário da escola. Como um idiota fiquei parado diante do espelho, sorrindo com os dedos por cima das marcas, aquelas marcas sumiram logo da minha pele, diferente das lembranças que ele gravou no meu coração outra vez.
Não só porque Makoto é tão intenso e impetuoso, mas sim pela gentileza e amor por cada gesto, cada movimento. Mesmo quando ele usa sua força em mim eu consigo ver carinho por trás dos seus olhos e isso me embriaga completamente.
Senti vontade de ver o Makoto então quando sua mãe me pediu para levar o seu obentô, sai animado de casa para poder o ver, me lembrando de controlar meus passos para não correr até ele.
O nosso clube de natação mantém a mesma construção de antes e até mesmo o balcão da recepção está no mesmo ângulo e ainda era diferente do que eu me lembrava, mais movimentado do que eu nunca tinha visto.
-Ah, Haru. Você veio mesmo!
Makoto parou a um passo de mim, o uniforme preto e verde marcando seus ombros largos. Mesmo que eu tenha o visto crescer e conheça de cor cada movimento sutil das fibras do seu corpo, eu nunca deixaria de me encantar com seu porte.
-Sua mãe me pediu para trazer seu obentô.
-Obrigado. Você vai ficar aqui?
-Vou.
Achei fofo a maneira que ele curvou os ombros um pouco e sorriu pequeno. As crianças que chegaram pareciam mais ansiosas para conversar com o professor do que pela aula em si, e da área de observação um pouco acima da piscina infantil eu entendi o porquê.
Makoto tinha um jeito afetuoso com as crianças, elogiando sinceramente cada esforço e dedicação e as corrigindo com um tom simpático e atencioso. Sempre que uma delas conseguia completar as braçadas, Makoto as recebia com tanta gentileza que até os pais e irmãos do meu lado comentavam sobre a sua atitude.
Senti cócegas no meu peito com seu jeito único de ensinar, e propositalmente ignorei as correntes de tristeza quando pensei "Makoto vai ser um bom pai".
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Eu me distraí conversando com o Sasabe-coach no final da sua aula e perdi Makoto de vista. Eu sei que ele não iria embora sem mim, mas eu não estava o achando em nenhum lugar do clube. O único lugar que não tinha procurado é o bicicletário nos fundos.
Fiquei desanimado assim que eu vi com quem ele estava conversando.
-Ah, Haru! Há quanto tempo!
Kisumi andou rápido e me abraçou, me chacoalhando algumas vezes com animação exagerada.
-Você continua menor do que eu.
Eu não sou complexado com minha altura, exceto quando ele brinca assim. Qual o mérito em ser alto?
-Makoto, temos que ir antes que fique muito tarde.
-Que reação fria é essa, Haru? Você não pode ficar nem um pouco feliz por me ver?
-Não.
-Que crueldade!
Kisumi reclamou outra vez, e Makoto se limitou a rir de nós. O que me salvou foi o mesmo menino um pouco tímido de mais cedo o chamando. Depois de acenar para nós ele finalmente resolver ir encontrar o garoto parecido com ele, Makoto segurou a minha mão e caminhamos juntos para a rua. Já na avenida, tentei me soltar, mas ele apertou mais ainda nossos dedos.

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Sol de Outono
Fiksi PenggemarA aparência controlada do Haruka Nanase esconde sentimentos fortes e intensos, assim como as ondas calmas do oceano escondem uma imensidão dentro de si. E nessa fanfic, Makoto Tashibana não vai ter medo de mergulhar fundo para alcançar o coração de...