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Nunca imaginei ver meus pais ver meus pais de volta ao Japão sem ser no feriado de Obon ou ano novo, ainda mais numa competição do ensino médio, mas aqui estavam eles, nos abraçando e falando animados do quão orgulhosos ficaram por nos ver nadar.

-Filho, você foi incrível, parecia um golfinho! - Meu pai bagunçou meu cabelo e minha mãe se virou para o Makoto.

-E você, Makoto-chan, quando ficou tão forte assim?

Ele retribuiu o abraço da minha mãe, um pouco acanhado com a intimidade e a animação dela. Minha mãe sempre foi um espírito livre e espontâneo, e para mim ela parecia mais jovem do que antes.

-Tia!

Nagisa sorriu para ela e foi retribuído com um abraço apertado. 

-Nagisa-chan? Você cresceu tanto, mas ainda continua tão fofo!

-É muito bom rever a senhora - O loiro puxou o moreno atrás dele para perto - Esse é o meu namorado, Ryugazaki Rei. Ele é do nosso time de natação também.

Rei estendeu uma mão para ela, mas também ganhou um abraço dela. Ou ela não tinha entendido o que ele disse, ou realmente não se importava com Nagisa. Eu acredito ser a segunda opção, afinal ela viu Nagisa no máximo três vezes, não deve ser tão importante para ela a sexualidade de alguém pouco presente no seu passado.

Minha mãe e Nagisa se engajaram numa conversa animada sobre o exterior, a cada frase falando mais alto e chamando atenção das pessoas na rua, já Rei, Makoto e meu pai estavam tendo uma conversa mais calma ao meu lado. Em certos momentos eu participava, ou só acenava quando o tópico vinha até mim, eu estava preocupado demais para de fato contribuir com a conversa.

Tenho certeza que meus pais viram Makoto e eu abraçados, já que nós só nos separamos quando eles me chamaram, então por que? Talvez, por estarmos numa cidade movimentada, ou por estarmos na frente dos nossos amigos, meus pais se refrearam de falar alguma coisa, só me sobrava ter paciência então. A conversa entre os dois grupos continuou até que meu pai parou do lado da minha mãe e abraçou seus ombros.

-Querida, está ficando tarde, os garotos precisam descansar.

-Tem razão, me desculpe a falta de jeito. Vamos? Nós estamos de ônibus também.

Como a conversa continuou até o caminho da rodoviária, Rei precisou correr para impedir o ônibus sair sem nós, já que demoramos mais do que o normal no caminho. Meus pais se sentaram juntos na frente do ônibus, e eu fiquei ao lado do Makoto algumas fileiras atrás deles, seguidos por Nagisa e Rei.

Makoto conversou animado comigo por alguns minutos, mas logo dormiu no meu ombro. Fiquei um tempo indeciso sobre o que fazer, mas como os meus pais estavam quietos e alheios a nós, deixei ele dormir ali mesmo, o cheirinho um pouco frio e seco vindo do seu cabelo me acalmou aos poucos.

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Depois de nos despedirmos do Makoto, fui com meus pais para nossa casa, um silêncio até que agradável nos acompanhando. Nos ajeitamos em casa, tomamos outro banho e fiquei conversando coisas sem significado com meus pais até que o jantar ficou preparado. Além de cavalinha, minha mãe preparou alguns legumes que eu tinha comprado, macarrão e várias outras coisas que não combinavam, mas estavam deliciosas e nos alimentamos com breves pausas para comentar uma coisa ou outra.

Depois de terminarmos de comer eu ajudei meus pais com a louça, e eu estava quase me iludindo, pensando que meus pais estavam ali apenas por coincidência ou só apenas para me ver nadar. Cheguei ao ponto de me sentir esperançoso e depois de terminarmos de limpar a cozinha e ir para as escadas, fui obrigado a congelar no lugar com a voz fria do meu pai atrás de mim.

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