CAPÍTULO 1-AFONSO CASTRO RIBEIRO MORAES

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"O homem é livre, enquanto pode pensar", Ralph Waldo Emerson.


Muitas pessoas diriam que ser rico é o maior sonho de todo mundo! Com certeza essas pessoas nunca devem ter imaginado o que é ter uma vida fútil, sem obstáculos, sem desafios, onde o ócio não é uma opção, mas uma regra... onde o indivíduo vive  cheio de pessoas falsas  a sua volta te bajulando por causa de seu dinheiro o tempo todo e sem nenhuma certeza de quem realmente é sincero...quem realmente te ama... vivendo num mundo onde tudo não passa de um jogo de interesses...Essa era a avaliação que Afonso Castro Ribeiro Moraes fazia da própria  vida.

Afonso era filho único e herdeiro de uma grande fortuna. Solteiro, rico,  bonito em 1,90 de altura, corpo malhado, 45 anos, olhos castanhos  penetrantes, cabelos grisalhos para dar mais charme a sua pele bronzeada, extremamente sexy e irresistível!

Sexo não era problema na vida de Afonso, que  só dormia sozinho quando queria. Só precisava estalar os dedos para ter todas as mulheres que desejasse...o carro que quisesse, viajar para o país que escolhesse, hospedar-se nos hotéis que lhe atraíssem, ter as regalias que pedisse...dinheiro também nunca fora um problema em sua vida!

Afonso sabia que com tudo isso era quase uma obrigação ser feliz...mas ele não se sentia feliz! Faltava algo em sua vida que nem mesmo ele sabia dizer o que era!

Mesmo já sendo um homem maduro, Afonso ainda não sabia o que faria de sua vida! Ele não conseguia fazer planos para o futuro e por isso tinha a filosofia de sempre tentar  viver um dia de cada vez...

"Viver o aqui, o agora, somente esse momento! Tem gente que morre sem saber o quê quer da vida", ele ouvira num filme  certa vez e talvez esse fosse o seu caso. Talvez ele  nunca viesse a saber o quê queria fazer de sua vida!

Por preguiça de discutir com o pai e o avô, cursou Administração de Empresas até o fim, afinal, toda aquela fortuna seria dele um dia e ele precisaria saber como administrá-la!

Afonso depois pensou em fazer outra faculdade...filosofia, talvez...tentar achar algo de que realmente gostasse e que o animasse...não deu. Faltava-lhe força de vontade pra levar qualquer projeto adiante.

Admitia que gostava dos grandes filósofos, dos pensadores, admirava os homens que pareciam saber exatamente o que queriam da vida! Admirava os seres humanos  que marcavam a história como arquitetos da humanidade...que haviam arrastado multidões de fãs, de seguidores...Jesus Cristo, Ghandi, Buda, Sócrates, Aristóteles, Einstein...todos aqueles autores de feitos e   frases imortais que nunca seriam esquecidos!

"O homem é livre, enquanto pode pensar", Ralph Waldo Emerson, pensador que, na opinião de Afonso, devia ter levado uma vida melhor do que a dele, pois com certeza sabia exatamente o que queria da vida.

Era sufocante ter a pressão dos pais e do avô paterno, fundador daquele império no ramo de petróleo, sempre pegando no seu pé para que ele desse um herdeiro para os Ribeiro Moraes continuarem a sua linhagem. 

Mesmo ainda conseguindo driblar  a família para  se conservar solteiro e sem filhos, ele  sabia que ainda faltava algo que o fizesse  feliz... e ele não sabia o que era...só sabia o que não era. Não era a  falta de dinheiro, muito menos a falta de sexo, ou mesmo a falta de  pessoas submissas as suas vontades e prontas a atendê-lo imediatamente  sem questionar. Nos últimos tempos, porém,  os pais o sufocavam e estavam tornando a sua vida um inferno, com tantas cobranças por um posicionamento do filho.

_Você precisa seguir uma carreira, filho! Tomar um rumo na vida!_dizia a mãe nervosa com a apatia do filho único.

_É fato que você irá herdar  os negócios da família um dia, mas precisa aparecer na empresa de vez em quando, filho!_insistia o pai._Não pode continuar vivendo alheio ao que herdará e terá que administrar, Afonso!

ENTRE DOIS AMORES-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora