"Feliz é quem valoriza a pessoa pelo o que ela é e não pelo o que ela parece ser."
O herdeiro da fortuna de Élio e Cátia percorreu as ruas da grande cidade iluminada ricamente naquela época de Natal.
Ele havia reconhecido que naquele ano os decoradores haviam caprichado nas milhares de luzes enfeitando praças, fachadas de casas e shoppings, mas naquele momento, nem o reflexo de tantas lâmpadas pareceu animá-lo.
Dinheiro, dinheiro, dinheiro! Por que tudo tinha que girar em torno de dinheiro e poder em sua família? Não que ele não gostasse dos confortos que o dinheiro lhe proporcionava, mas sentia que era pouco para fazê-lo feliz.
"Dinheiro não traz felicidade", ele também já lera certa vez e sua vida era a comprovação disso.
Por que os pais não podiam parar um pouco para pensar na felicidade do filho?
Por que até mesmo a escolha da mulher da sua vida tinha que ser um assunto tratado de maneira tão fria e prática?
Ele não se sentia preparado para se casar e se prender a uma única mulher quando podia ter tantas em sua cama! Isso destruía totalmente o romantismo, o amor...Lembrou-se das palavras do cantor Renato Russo...Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu. Será que seria feliz se encontrasse uma mulher que amasse?
Verônica, Alessa, Fabiana, Gina, Sofia, Camila...talvez a lista ultrapassasse os duzentos nomes, dos quais ele só se lembrava de uns dez! Aquilo irritava a família! Saber que ele era um predador faminto e indeciso incomodava os donos do dinheiro! Viam como ele tinha relacionamentos vazios que não o satisfaziam... Ele tentava achar naquelas mulheres descartáveis algo que nem ele mesmo sabia o que era!
_Seu filho cada dia leva uma piranha pra cama, Élio! Não vai fazer nada?_ouvira a mãe comentar com o pai certa vez.
_Que leve pra cama quantas mulheres quiser, Cátia, pois ele é homem, viril feito o pai e o avô e está aproveitando que ainda é jovem e pode se dar ao luxo de levar uma vida livre. Quando vier tomar a minha posição, tenho certeza de que sentirá o peso da responsabilidade que pesará sobre os seus ombros e irá sossegar.
_Sossegar? Ele pegou gosto pela coisa, Élio!_desabafara a mãe incomodada._ Não fosse Maria saber muito bem conduzir a situação e teríamos garotas trombando umas nas outras pela casa. Outro dia, enquanto uma saía pelos fundos, a outra já subia as escadas com uma amiga. Vergonhosos os sons que eu ouvi saindo do quarto de seu filho depois disso!
O pai gargalhou como se gozasse pensando na vadiagem do filho.
_Enquanto ele estiver levando fêmeas para a sua cama, fique feliz, Cátia, porque o filho do Marcone, aquele meu colega, assumiu que está ficando com rapazes! Pelo menos o nosso filho não é veado!
_Jesus! Preferia ver o nosso filho morto a vê-lo metido com outro homem!_repudiou a mãe._ Nojo destas aberrações que saem por aí dando o rabo pra outros homens!
O pai também era homofóbico e sentia nojo dos gays.
_São todos insaciáveis bestas primitivas e irracionais que acreditam que quando a graça se acabou com as mulheres, o jeito é partir para os homens. Afonso jamais fará uma barbaridade dessas! Puxou a mim e ao avô!_falou o pai orgulhoso.
Naquele dia em que ouvira esta conversa, Afonso saíra sem esperar para ouvir o resto, mas o simples fato dos pais terem se mostrado contrários àquela possibilidade já fez nascer nele um desejo estranho de desafio, de contrariar os pais, de quebrar as regras, talvez apenas para chamar a atenção, mesmo sabendo o quanto imatura e adolescente era aquela atitude de desafiar os pais!
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ENTRE DOIS AMORES-Armando Scoth Lee-romance gay
RomanceIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS-João Pedro precisava de três coisas para ser feliz: amor, sexo e dinheiro. Por que elas não podiam estar juntas no mesmo homem? Afonso era um homem lindo, rico, carinhoso, culto, apaixonado por João Pedro e dispost...