CAPÍTULO 38-A FAMÍLIA DE AFONSO DECIDE VOLTAR PARA O BRASIL

223 43 19
                                    


"Os pessimistas acreditam que nada pode ser tão ruim que não possa ficar pior ainda..."


Cátia, mãe de Afonso,  cruzou elegantemente o enorme salão onde o marido tomava o café da manhã.

Felizmente o sogro, o senhor Salomão, estava fazendo a sua caminhada com um amigo, assim ela e o marido  poderiam conversar em paz, sem a interferência do idoso controlador.

Era difícil pra Cátia admitir que todas as decisões ainda precisavam do aval do sogro e também  do seu marido, pois eles eram os donos do dinheiro, claro...e sem dinheiro, na opinião dela, não se podia conseguir nada no mundo!

A bela mãe de Afonso sentou-se na mesa,  mas não tocou na comida, apenas esperou o marido olhar pra ela depois de terminar de ler as manchetes nos principais jornais dos Estados Unidos e do restante do mundo. O empresário estava sempre de olho no preço do petróleo.

_Bom dia, Cátia._disse Élio simplesmente percebendo que a esposa não parecia estar em seus melhores dias.

Cátia não disfarçou o mau humor, pois precisava desabafar com o marido tudo o que lhe estava preso na garganta ou iria explodir!

_Péssimo dia, isso sim! Talvez o pior dia da minha vida e daqui a pouco também será o seu, prepare-se!_ela disparou sem filtro para o marido.

"Os pessimistas acreditam que nada pode ser tão ruim que não possa ficar pior ainda...Sua esposa parece ser uma sádica se deliciando em dar notícias ruins e ainda adicionar comentários piores ainda", o velho Salomão dissera certa vez se referindo à nora.

Élio não se assustou, pois a esposa tinha o talento de sempre exagerar e fazer um drama quando apenas uma boa quantia em dinheiro resolveria o problema.

Élio, assim como o pai, não sabia de nada no mundo que não pudesse ser resolvido com dinheiro...só variava a quantidade...alguns exigiam mais, outros menos...outros só aceitavam dólares ou até mesmo algumas ações...o importante era que tudo sempre se resumia e se resolvia com  dinheiro!

_De quanto estamos falando?_perguntou Élio entediado imaginando que poderia encerrar as coisas ali mesmo.

O que seria daquela vez? A última bolsa de uma grande grife estava em falta, ou talvez os ingressos para algum desfile tivessem acabado...talvez ela agora quisesse aplicar fios de ouro não só no rosto, como também no restante do corpo inteiro, arriscou Élio tentando se antecipar às palavras da esposa.

_Não sei de quanto precisaremos para resolver este tsunami!_começou Cátia sentindo que a qualquer momento seria capaz de infartar só de pensar naquilo._Talvez dinheiro algum no mundo possa consertar isso!

O empresário pensou se algum dia a esposa cederia todo aquele talento em fazer tanto  drama para algum filme, novela ou mesmo para algum romance bem longo num livro  que fosse capaz de descarregar em si toda aquela carga de emoção que Cátia jogava sobre o marido.

Felizmente o hotel tinha um massagista maravilhoso para lhe aliviar as tensões mais tarde, ou ela realmente teria um ataque de nervos, pensou Cátia.

Élio a encarou impaciente e ela resolveu ir direto ao assunto, antes que o marido se levantasse e fosse embora a deixando sozinha.

_O problema é o Afonso!_disse com mais dramaticidade ainda.

Élio suspirou  inquieto, pois a esposa parecia pensar que o filho ainda era uma criança que não conseguia resolver os próprios problemas.

_O que foi? Terminou com a tal namorada que acredito que era o tal projeto tão importante que ele estava fazendo?_jogou os braços pra cima sem se importar se as pessoas em volta viessem a pensar que ele estava querendo bater na esposa, ou simplesmente espreguiçar bem à vontade._Se for isso, que se dane, Cátia! O seu filho troca de mulher como  troca de roupas! Enquanto jogamos conversa fora aqui, já deve estar com outras duas ou três trepando na cama!

ENTRE DOIS AMORES-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora