"Deus não desampara o filho que NELE confia!"
O primeiro dia do ano se arrastou sofrido...dona Eva se recusando a irem a um hospital, pois temia não mais voltar.
Estava mais abatida ainda...mais debilitada ainda...de cortar o coração de qualquer um que a visse quase invisível no meio dos lençóis.
_Me deixem aqui...Os hospitais devem estar com o número de médicos reduzido por conta do feriado de final de ano. Vamos chegar lá e vocês terão que enfrentar filas, aquela agonia da espera...ficar adulando médicos substitutos que nem me conhecem...É o primeiro dia do ano e eu quero ficar com os meus dois amores._disse a idosa com um sorriso maternal.
João Pedro temia que fosse acontecer justamente aquilo: eles numa emergência no hospital...aguardando alguém chamar...a mãe fraca daquele jeito...estava um tempo chuvoso, frio...ela poderia até adoecer mais com tanta friagem. Não conseguia se decidir se ia, ou se ficava...
_O que você acha, amor?_perguntou João Pedro não querendo ser o responsável por uma decisão errada que levasse a mãe mais cedo.
Liam se sentiu acuado...não queria ser ele a ter que decidir o que fazer. Temia atender a sogra e resultar em deixá-la morrer sem socorro ali...temia saírem com ela naquele tempo frio e piorar mais ainda a situação de dona Eva. Uma pneumonia naquele estado seria fatal!
De repente, como se os céus tivessem sentido pena dos dois e quisessem por fim àquela dúvida cruel, a própria dona Eva concluiu que não tinha o direito de deixar que os dois vivessem pelo resto da vida se sentindo culpados por terem tomado uma decisão errada.
_Quero ir para o hospital agora. _disse nas primeiras horas do segundo dia do novo ano.
Se ela ia morrer, então que fosse nas mãos de algum médico anônimo e não sob os cuidados das duas pessoas que mais amava na vida, concluiu a idosa admitindo que chegara o seu fim.
O motorista da ambulância já conhecia João Pedro e Liam e, por isso, não demorou em chegar para pegar dona Eva.
A sirene cortando o silêncio das ruas da cidade, imposto por uma madrugada pós dia de festa, parecia anunciar que aquela mulher não chegaria viva ao seu destino.
Liam tentava consolar João Pedro, mas sentia que ele mesmo precisava de consolo, pois amava dona Eva.
Hospital lotado...enfermeiros nervosos...a chuva ainda caindo lá fora e favorecendo a ocorrência de mais acidentes devido a pistas escorregadias e motoristas irresponsáveis...um caos insuportável.
Dona Eva foi internada às pressas, pois felizmente Deus colocara de plantão um médico que conhecia o histórico dela.
João Pedro estava agarrado à mão da mãe...Liam tentando afastá-lo para que os profissionais fizessem o seu trabalho...temendo que eles perdessem a paciência com o filho desesperado.
Os médicos não esconderam nada...só reafirmaram o que os dois já sabiam: dona Eva estava mal. Só um milagre poderia salvar a pobre idosa.
As pessoas da sala de espera, apesar de também estarem envolvidas em seus próprios problemas, tinham a sua atenção atraída para aqueles dois homens que não se intimidavam em se consolar um ao outro chorando alto e comovendo a todos.
O médico não dava esperanças de dona Eva poder voltar viva pra casa...também não permitia que o filho fosse ficar com ela, temendo piorar mais ainda o quadro.
De repente, um enfermeiro, usando máscara cirúrgica, alto, cabelos grisalhos, veio correndo até João Pedro e Liam. Os dois esperavam pelo pior ao ver o quanto o homem estava alterado olhando especialmente para o filho de dona Eva, que era o que mais se acabava em lágrimas.
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ENTRE DOIS AMORES-Armando Scoth Lee-romance gay
Roman d'amourIMPRÓPRIO PARA MENORES DE 21 ANOS-João Pedro precisava de três coisas para ser feliz: amor, sexo e dinheiro. Por que elas não podiam estar juntas no mesmo homem? Afonso era um homem lindo, rico, carinhoso, culto, apaixonado por João Pedro e dispost...