Extra 2: a gente não precisa disso para ser um casal

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Eu não acredito que estou terminando essa fic, ela significa tanto pra mim que chega a ser ridículo. Enfim, finais são necessários e eu não vou abandonar esse casal apenas por causa de um término.
Cada palavra aqui me faz feliz, assim como todo o apoio do pessoal q leu e votou nela. Sério, sem vcs eu não seria ninguém.
Espero que gostem desse fechamento.
Com todo o amor e carinho do mundo
Simba
💙🖤💛🖤

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— Sabe o que eu andei pensando ultimamente?

A cabeça de Law que antes repousava no travesseiro se levantou para mirar as safiras curiosas que jaziam sobre seu peito. O cozinheiro dos Chapéus de Palha descansava sobre seu corpo, um dia exaustivo de trabalho sendo recompensado com sonecas entre os braços do cirurgião.

Já faziam algumas semanas desde o ocorrido no banheiro do Polar Tang e as coisas não podiam estar mais estranhas entre eles. Não no sentido ruim, o moreno estava adorando a convivência próxima do mugiwara, mas não esperava, nem em seus sonhos mais profundos, levar aquela amizade tão peculiar. Às vezes, enquanto dividiam esses momentos de proximidade, seu espaço pessoal era tomado pela boca do aliado, transformando suas certezas em pó. Em outras horas, compartilhavam risadas às duas da manhã no balcão de alguma cozinha aleatória. A noite que narro é essa segunda opção, um vislumbre de companheirismo natural que crescia nos peitos bandidos.

Agora, iluminados pela luz que se infiltrava pela escotilha do quarto do médico, ambos aproveitavam a pseudo noite do pijama. Acampados entre cobertas e um colchão macio, assistidos pelos peixes curiosos que apareciam na vitrine, Trafalgar fazia leves carinhos na bochecha do Vinsmoke; um hábito que criara a pouco tempo e tinha adorado.

— Tenho medo do que se passa na sua cabecinha — respondeu o doutor com sinceridade.

Uma almofada que antes jazia no chão do cômodo acertou em cheio o nariz pardo, seguido de um xingamento. Sanji se levantou, sentando nos calcanhares e deixando que a coberta escorregasse, mostrando seus ombros desnudos pela camiseta exageradamente grande que tinha roubado do parceiro. O ex Shichibukai nunca aceitaria esses shows particulares de beleza inata do loirinho explosivo, muito menos os efeitos que tinham na sua mente.

— Eu tô falando sério! — protestou, um beicinho nascendo em seus lábios. — É uma pergunta séria.

As falanges tatuadas gesticularam para que continuasse, aproveitando a deixa para também se ajeitar entre os travesseiros. Como se fosse ensaiado, o cozinheiro pervertido deitou novamente sobre o peito manchado de tinta.

— Eu queria saber o que aconteceu com o Ichiji… Eu até perguntei pra outras pessoas, mas ninguém me responde. Zoro teve a pachorra de olhar na minha cara e dizer "se eu não lembro então não aconteceu". — Uma leve risada saiu da boca morena, a imitação do loiro sendo perfeita. — Luffy foi outro que não me falou muita coisa, só disse que tinha botado os dentes dele pra dentro.

Outro som de divertimento saiu do médico. Aos poucos ele estava aprendendo a se abrir com Sanji, a prova cabal disso eram as crises de riso cada vez mais frequentes na presença do garoto mais novo. Quem sabe não fosse apenas o fluxo das coisas, contudo, Law realmente não entendia como tinham se tornado cúmplices mesmo depois de tudo.

— Você sabe alguma coisa — afirmou o rapaz, enlaçando suas pernas nas do capitão. Não era uma pergunta, mas uma afirmação, uma intimação para que ganhasse uma resposta.

— Olha — começou o dono dos olhos prateados, esses que estavam fixos na clavícula exposta do aliado. — Não posso dizer muito, porque não sei muito… Mas garanto que onde quer que ele esteja, vai estar comendo por um canudinho.

Vômito na nucaOnde histórias criam vida. Descubra agora