Pisca pisca de natal

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— Como essa desgraça tem toque mortífero por um de mana?

Jean Bart olhava fixamente para a carta em sua mão. A mesa metálica do refeitório estava tomada por outros exemplares de um jogo qualquer. Ao seu lado, como um fiel escudeiro, uma caixinha de madeira escondia seus dados.

— Eu sei – respondeu Shachi no mundo da lua – Ainda não acredito que as coisas podem dar certo com o nosso capitão.

O homem pequeno demais para a cadeira que usava devolveu a carta ao seu lugar, esfregando a palma no rosto preocupado. Seria um inferno destruir aquilo antes que seus pontos de vida acabassem. Reaveu o montinho esquecido atrás das filas de terrenos e colocou uma Aurora qualquer ao lado dos outros encantamentos; esperando do fundo do coração que aquilo barrassem a investida negra.

— Meu deus! Isso é perfeito!

— Sua vez…

— Eu tenho que fazer alguma coisa.

O enfermeiro se levantou pegando a jaqueta no banco ao lado. Jean por outro lado foi acordado com o movimento repentino, saindo do seu redemoinho de pura depressão. Assustado com o comportamento repentino do nakama, só teve tempo de fazer uma última pergunta antes dele sumir pelo corredor.

— Vai abandonar a mesa?

— Sim!

O grito divertido confirmou o descaso do ruivo com a partida. Contudo, isso significava uma vitória, então não é como se o homem se importasse. Agora entendia que não estava preparado para ser enrabado por aquele deck desumilde.

Enquanto isso, o chapéu de orca balançava ao passo que Shachi corria em direção ao laboratório. Na sua conversa da manhã com Penguin duas informações se sobressaíram: a primeira era a descrição sobre como Law ficara bobo depois de ganhar chocolates e a segunda era que ninguém tinha falado o resultado do teste para Sanji.

Usaria dessa situação para obrigar, por pura e espontânea pressão, o loiro a chamar seu capitão para sair. Tinha a absoluta certeza de que o lado emocionadinho do médico já estava aflorado depois do presente do dia anterior. Ia apenas dar um empurrãozinho e então, em questão de dias, teria um lindo casamento com direito a bebida e comida.

Talvez estivesse sonhando alto? Com toda certeza e sabia disso. Mas não conseguia não criar esperanças que dessa vez iria para frente.

Podia ver Ikkaku puta da cara consigo por ser tão inconsequente, mas de novo, era impossível não shippar os dois. Sentia entre suas tropas a animação crescer cada vez que via os dois juntos.

Era um caso perdido.

Assim que chegou ao navio aliado cumprimentou Usopp e perguntou o paradeiro do Vinsmoke. Foi prontamente mandado para a cozinha do Sunny.

Seu alvo limpava a geladeira, vestindo um avental rosa bebê combinando com a blusa de cor pastel. Além dele, outras três beldades dividiam um pedaço de bolo. Em outro momento baixaria o gado supremo, porém seus olhos estavam fixos no cozinheiro.

— Ei, Kuroashi-ya! Você vai sair com meu capitão!

Sanji bateu a cabeça em uma das prateleiras internas da geladeira, saindo desengonçado e com uma expressão de surpresa. Com o olho azul arregalado ele fitava o ruivo na ilha da sua cozinha.

— Oi?

— Você pode chamar ele pra sair hoje né?

O cozinheiro olhou para o aliado à sua frente com o rosto sério. Aquela situação estava fugindo do seu controle.

Claro que tinha contado tudo o que aconteceu para as garotas do bando ainda no dia anterior. Óbvio que tinha pedido conselhos sobre o que fazer a seguir. Já estava batido o discurso de que ele deveria "correr atrás de alguém que não fosse apenas um par de peitos", segundo Nami.

Vômito na nucaOnde histórias criam vida. Descubra agora