Era ridículo.
Dorian a provocara o mínimo que ele era capaz de provocar, e Manon quase se derretera ao toque dele. Com o calor de seu hálito contra a pele dela, a voz cheia de rouquidão e promessas sensuais, que ela sabia muito bem o que prometiam.
E com esses pensamentos, ela não conseguiu dormir a noite.
Castigando a si mesma, ela continuou se perguntando o porquê de ser tão difícil responder a uma simples pergunta a qual ela sabia a resposta, e até a falara.
Então por que doera tanto?
A noite inteira se passou com seus olhos observando a lua brilhante em meio a escuridão de estrelas, meros pontos que nada mais eram que companheiras para apaziguar aquele escuro abrangente e intimidador, que tendia a aumentar e aumentar a cada segundo que se passava, cada segundo que ela tentava fechar os olhos e não conseguia, e então os fechava novamente. Nem mesmo as poucas vezes que ela dormia e caía em um sono leve como sua coroa, ela os abria e a noite continuava,e as estrelas ainda estavam lá, quietas e imóveis, a observando.
Logo quando o céu se tornou alaranjado e azulado, ela concluiu que era tempo de ir embora, talvez no dia seguinte Abraxos já estivesse descansado suficiente para voltarem aos desertos.
Seu objetivo em Adarlan já fora alcançado, ela conseguira o que queria, o que lhe restava era ir para casa.
Casa. Ainda era estranho chamar aquele lugar de casa. A Rainha passou 117 anos de sua vida escutando sobre a cidade das bruxas, a fortaleza e as construções gigantescas, as enormes áreas férteis e a imensidão que era possível expandi-la. Mas não era isso que elas esperavam encontrar, e realmente não encontraram.Talvez com os acordos com Dorian as coisas fluíssem mais rápido do que o esperado, podia começar a investir as riquezas do Reino das Bruxas em prédios e templos.
Ela se permitia sonhar com tal coisa.
Quando o céu clareou e o laranja tornou-se um azul homogêneo e profundo, Manon Bico Negro enfim se levantou.
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Suor escorria pelo Rei de Adarlan, pelo pescoço, testa, braços e debaixo da roupa quente que vestia. Quanto mais movimentos para frente e para trás ele fazia, mais a água ameaçava invadir sua visão e embaçá-la, mais o cansaço o tomava, a cada giro e movimento de Damarys em sua mão, contra a espada lustrada do guarda contra quem lutava.
Grande parte de seus dias se resumiam a isso, agora. Acordar, comer e treinar, uma mera tentativa de ocupar o tempo livre e deixar o tédio de lado. Não se comparava com seus treinos com Chaol, mas enquanto o amigo não voltava, era sua única opção.
Seus poderes e sua habilidade com a espada estavam mais aprimorados a cada dia, o gelo palpitando em suas veias e Damarys esquentando em sua mão. O barulho de aço contra aço ecoava nos jardins de treinamento, o guarda investindo contra Dorian enquanto o Rei plantava sua defesa.
Ele não estava fazendo seu máximo. Seria injusto e humilhante lançar um bloco de gelo no homem e desarmá-lo sem muito esforço. Era preferível que ele suasse e se cansasse apenas com sua espada em mãos.
Não demorou muito para o guarda dar um solavanco e a arma sair voando da mão de Dorian.
- Está distraído hoje, Majestade.
Ele sabia que estava.
Sua mente estava centrada em qualquer coisa que não fosse aquele treino, contrariando totalmente a ideia do treino de distrair sua cabeça.
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[✔] Manorian - Pós Guerra
FanfictionApós a guerra contra Maeve e Erawan, Manon Bico Negro e Dorian Havilliard assumiram seus tronos em seus respectivos reinos, dispostos a fazer de tudo para que voltem ao que um dia foram. No entanto, governar um Reino em que as responsabilidades...