NA: Eu chorei várias vezes enquanto escrevia esse capítulo. Leiam e saibam o porquê. E me digam o que acharam também 🤪.
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Arrepios subiam pela coluna de Dorian enquanto ele puxava Manon por um dos corredores da ala oeste. As paredes pálidas e a iluminação pobre os engolindo como se fossem a escuridão em si. Já passara da meia noite, Yrene e Chaol acabavam de se retirar, e o Rei a Rainha deixaram Terrin no berço, dormindo profundamente; o castelo inteiro estava o mais silencioso possível. E apesar do Rei se sentir desconfortável passando por aqueles cômodos, ele se sentira obrigado a mostrar a ela.
A bifurcação se abriu; seu quarto à esquerda, para onde a havia levado na semana anterior, e aquela morbidez à direita, abandonada. Vazia.
E foi para lá que ele a guiou.
Dorian mandara limpar aquele lugar. Não havia mais teias de aranha pendendo nas colunas adornadas; o batente da porta não estava mais empoeirado e tampouco a maçaneta estava pálida devido à sujeira. Na verdade, a porta inteira brilhava, puro ouro escaldante e reluzente, como se há pouco tivesse sido fundido.
Manon não disse nada enquanto o encarava, em frente à porta.
Ela havia ficado tentada a perguntar a ele o que era aquele lugar, Dorian tinha certeza. Qualquer um que olhasse aquela luxúria isolada e escondida ficaria. Mas Manon era confiante demais para que soltasse sua dúvida em voz alta.
Ele ponderou mais uma vez.
Deixar aquele local trancado para sempre ou mostrá-lo à Manon? Abrir-se para aquela coisa pútrida, por mais que estivesse limpa depois de tanto tempo, ou simplesmente matar a curiosidade da mulher ao seu lado?
Chega de lembrar de coisas fúteis. Seu futuro era o casamento, a aliança; era a bruxa ansiosa à sua direita.
Ele estendeu a mão e abriu a porta.
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O lugar tinha um cheiro de essência fria e pura. Forte demais. Como se o cheiro de velharias fosse tão agressivo que os criados tivessem derramado vários óleos para tentar diminui-lo.
Manon percebeu que haviam limpado desde a entrada até o interior. Dorian já planejara mostrar, então.
- Eu deveria ter mostrado antes. - ele disse, adentrando no quarto logo após ela.
Era o maior cômodo que já havia entrado. Aquilo não podia ser simplesmente um quarto. Era quase uma casa.
Uma cama três vezes maior que a sua estava posicionada bem ao centro, sem dossel, mas com uma infinidade de travesseiros dourados e vermelhos acomodados na cabeceira. Por mais que estivesse tarde, não estava tão escuro devido à janela panorâmica que estava aberta. Deusa. Forte da Fenda inteira era vista lá de cima. Era um luxo indescritível. Desde o candelabro preso ao teto, com todas as velas bruxuleantes acesas, até o carpete vermelho sangue.
Tinha uma penteadeira à esquerda da cama, um enorme espelho do lado oposto, uma mesa de mogno próxima à janela aberta, e um sofá de veludo rubi logo depois da entrada.
Era uma ignorância ao menos usar aquele quarto. Até mesmo o teto tinha adornos de ouro em formato de arabescos. O teto.
Aquele lugar era o dormitório de alguém que não tardava em esbanjar o luxo e a riqueza. Alguém podre por dentro.
- É o quarto Real, não é? - Manon perguntou, apesar de já saber a resposta.
Ela sentiu Dorian assentir atrás dela, então caminhou até a borda da cama, batendo os saltos contra o carpete.
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[✔] Manorian - Pós Guerra
FanfictionApós a guerra contra Maeve e Erawan, Manon Bico Negro e Dorian Havilliard assumiram seus tronos em seus respectivos reinos, dispostos a fazer de tudo para que voltem ao que um dia foram. No entanto, governar um Reino em que as responsabilidades...