VÉSPERA DO CASAMENTO
Dorian estava inserido em algum tipo de estado de espírito que poderia facilmente ser comparado a um pós-morte no paraíso.
Seu peito parecia leve como aquelas nuvens que ele observava do parapeito da janela de sua sala, vivendo como se toda e qualquer ameaça um dia existente já estivesse fora da possibilidade de surgir. Porque seus olhos só enxergavam uma névoa, que rapidamente se condensava e mostrava uma cidade florida, alegre e, sobretudo, renovada.
Assim como ele.
Dorian também estava renovado. Cada parte de seu corpo; cada pedaço de sua alma que Manon costurara com o raro amor que decidira lhe dar.
O porquê de ser ele era uma boa pergunta.
Elide e Lorcan haviam chegado naquele dia, mais cedo, durante a manhã. Ele achava que chegariam com um exército, ou carregando um castelo sobre a cabeça, mas na verdade, não era nada daquilo.
Era ainda melhor.
Elide estava grávida. E não só grávida, mas seu mancar se tornara imperceptível.
Todos haviam se reunido no saguão de entrada quando os guardas avisaram que os senhores de Perranth haviam chegado, e então, Elide explicara tudo o que acontecera.
– Você sabia disso? – Dorian perguntara a Manon, quase ofendido pela omissão do plano.
Ela abrira um sorriso malicioso.
– Yrene enviou uma curandeira de Antica para Perranth, depois de testarem algumas vezes se o poder dela iria de exaurir. E pelo visto não, não se exauriu. E melhor ainda – ela trocou um olhar cúmplice com uma Yrene satisfeita. – Ela não precisa acompanhar Elide para curá-la totalmente ao longo do tempo.
Manon sabia da maldita notícia e não havia contado a ele, apesar de que ninguém soubera da gravidez de Elide antes da chegada deles naquele dia.
Lorcan nunca estivera tão ranzinza e mau humorado quanto naquele momento, principalmente quando sabia que sua esposa estava carregando um bebê. Feérico babaca.
Seria trágico, se não fosse engraçado. Ele e os amigos haviam virado uma fábrica de bebês, pelo visto.
E tudo aquilo deixava Dorian voando em pensamentos felizes.
Deuses, como tudo poderia estar tão, tão, tão certo?
Há pouco tempo ele estivera sozinho, se sentindo incapaz, infeliz e sem vontade alguma de falar com pessoas ou de sair de sua cama. E então, agora, ele estava prestes a se casar com a mulher que amava, esperando uma filha e com todos os amigos ao redor para poderem prestigiar aquele momento.
Que tipo de sonho era aquele em que estava vivendo?
– Podemos?
Dorian saiu de seus pensamentos quando a voz de Aelin invadiu o cômodo vazio, passando pela porta aberta acompanhada de Chaol.
– Não, não podem. – ele brincou.
– Uma pena. – a Rainha debochou, fechando a tranca. – Já entramos.
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[✔] Manorian - Pós Guerra
FanfictionApós a guerra contra Maeve e Erawan, Manon Bico Negro e Dorian Havilliard assumiram seus tronos em seus respectivos reinos, dispostos a fazer de tudo para que voltem ao que um dia foram. No entanto, governar um Reino em que as responsabilidades...