𝐄𝐒𝐏𝐄𝐂𝐈𝐀𝐋 𝟒𝟎𝐊

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O mundo estava escuro como o fim

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O mundo estava escuro como o fim.

Em algum canto daquela dúvida interminável e obscura, havia um som oco ressoando por todos os cantos. Insistente, insistente.

Apenas um bater fraco, quase cansado, como se tentasse chamar atenção de algo no meio do nada.

Toc, toc.

Mas não havia nada naquele meio, apenas o ar frio que penetrava pelos poros da pele e a escuridão absoluta que a engolia. Ela hesitou em atender, mas uma força interna a puxou para baixo.

Toc toc. O som continuou, ecoando por sua cabeça, sua mente e seus ossos, estremecendo o sangue em suas veias, entrando por seus tímpanos, e foi nesse momento que Manon se forçou a abrir os olhos.

Não era a escuridão.

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Ainda estava escuro, mas não a completa escuridão, apesar de ainda ser tarde da madrugada - se virasse o corpo para trás, certamente veria a lua reinando no céu atrás das janelas panorâmicas. Sua visão estava frágil e sensível pelo contraste do sono profundo, mas, em algum lugar do quarto, havia uma luz acesa que a guiava pelo cômodo repleto de sombras deformadas.

Toc toc.

– Papai?

Um balançar súbito dos lençóis chamou a atenção da Rainha, e então viu que a pequena chama de luz era uma vela acesa por Dorian, que já se levantava em direção à porta, à caminho da voz doce que o chamava no meio da noite silenciosa. O maldito barulho era apenas um bater na porta, que perdera lugar para os passos firmes de Dorian no chão frio.

Com as costas latejando como se o mundo pendesse de seus ombros, Manon suspirou, cansada, e se sentou ereta na cama, esfregando os olhos como se fosse o bastante para fazê-la despertar – Não era. Apenas uma hibernação seria capaz de melhorar seu humor.

A porta se abriu, e feixes das poucas luzes externas entraram pela fresta aberta.

– Oi, Asterin.

Manon abriu a audição para a conversa, mas não se virou para a porta. Àquela maldita hora da noite, só havia uma possibilidade de baterem na porta. E era Asterin estar os procurando para algo.

– A Lottie tá chorando – ela ouviu a voz baixinha e aguda de Asterin soar. – Aí o barulho me acordou.

Manon quis dar outro suspiro de cansaço, no entanto, se deteve a mais um esfregar de olhos. Outra noite. Mais uma noite como todas as outras.

Quando deu indício de se levantar da cama, Dorian a impediu.

– Deixe comigo. Descanse um pouco.

[✔] Manorian - Pós Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora