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Quando Louis recobrou a consciência após o seu segundo desmaio, Harry sentia todos os seus sentidos de lobo alfa a flor da pele. 

Ele dava o máximo de si para liberar a menor quantidade feromônios possível, afinal, estava na presença de dois ômegas... E um deles, bom, estava claramente perturbado

Louis estava dentro dos braços de Taylor, que havia sentado ao seu lado na maca e o abraçado. A feição da ômega era de preocupação, e o cheiro da sala de Harry agora era uma confusão. 

Taylor soltava feromônios para tentar acalmar o amigo ômega que, por sua vez, liberava feromônios de medo. Harry tentava liberar aos poucos, o suficiente para acalmá-los, apesar de não estar entendendo absolutamente nada.

O ômega estava esperando um filhote, certo... E claramente tinha um alfa, já que Harry podia sentir seu cheiro forte cada vez que chegava perto de Louis. Na maioria das vezes, quando um ômega encontra um alfa e permite que ele o marque com seu cheiro de tal forma, pensar em filhotes é apenas uma consequência... E uma das boas.

Apesar de Harry achar que o alfa de Louis é um merda, pois deixou que ele viesse para Londres sozinho, conhecendo só a Taylor, sem uma marca em seu pescoço e totalmente desamparado, ainda assim, a notícia de um filhote deveria ser boa, talvez assim o tal alfa viesse ficar com ele agora... Bom, era o mínimo que ele poderia fazer... Caso contrário, Harry iria descobrir quem ele era e iria ensinar o que era ser um alfa de verdade.

Taylor olhava para Harry, como se conseguisse ver as engrenagens de seu cérebro funcionar. Seus olhos estavam repletos de tristeza pelo amigo, e então Harry percebeu que devia ter algo que ele não sabia... Porquê sua melhor amiga jamais ficaria triste com a notícia da chegada de um filhotinho!

─ Tem algo que eu possa fazer? Alguém para quem você precisa que eu ligue, Louis? - o alfa deu um passo na direção do pequeno ômega, que ainda estava envolvido nos braços de Taylor.

─ Não tenho pra quem ligar. Não tenho o que fazer. - o ômega disse, sua voz soando quebrada e vazia.

O lobo interior de Harry se retorceu, tudo o que ele queria fazer era tomar o ômega em seus braços e o aromatizar, dizer que ele não estava sozinho e que o alfa cuidaria dele.

O que era basicamente loucura, tendo em vista que essa era a segunda vez que Harry via o ômega em sua vida.

─ Quer me dar o telefone de seu alfa para que eu ligue pra ele e peça pra ele vir cuidar de você? - Harry decidiu perguntar, mesmo que ele não sentisse a menor vontade de ter contato com esse projeto de alfa.

Os olhos de Louis arregalaram e Taylor o apertou mais em seus braços. 

─ Eu não tenho um alfa. - o ômega disse, suas bochechas completamente coradas e suas mãos se retorcendo juntas em cima de seu colo.

Harry sentiu seu corpo arder com a cena.

─ Mas... Como? Quando eu chego perto de você, claramente consigo sentir o cheiro de outro alfa. 

─ Deve ser o cheiro do casaco... Esse alfa é meu melhor amigo, ele me deu algumas peças de roupas aromatizadas para que eu pudesse me sentir mais seguro aqui, sem nenhum alfa pra cuidar de mim.

Os punhos de Harry estavam cerrados e tremiam, então o alfa cruzou os braços para que nenhum dos ômegas percebesse que ele estava a um fio de se render aos instintos de seu lobo.

Louis parecia ainda menor do que o normal. Por algum motivo, ele estava constrangido... E isso deixava Harry possesso. Nada disso era culpa dele.

O ômega voltou a chorar dentro dos braços de Taylor, que o segurava com toda sua força. Louis tremia visivelmente, e puxava o ar entre seus soluços desolados.

MEDICINE | L.S - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora