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Nas primeiras vezes em que Harry foi chamado de papai alfa ao acompanhar Louis em consultas, ele sempre se via na obrigação de corrigir. Ele usava sua voz mais gentil ao dizer "eu não sou o outro pai do filhote, estou apenas acompanhando". Era um sacrifício.

Mas, em algum momento, ele apenas começou a concordar. Sempre que alguém o felicitava por estar esperando um filhote com o ômega de olhos azuis, ele apenas sorria grande e concordava. Se alguma atendente de loja de artigos infantis olhasse para os dois e dissesse "vocês são papais tão novos e lindos", tanto Tomlinson quanto Styles apenas respondiam "obrigado", pagavam as compras do bebê e saíam do local.

Em um dia aleatório, quando os dois almoçavam, uma senhorinha gentil os interrompeu e disse, olhando nos olhos de Harry, que ele era um alfa de sorte por ter um ômega tão lindo e grávido. Louis corou e Harry apenas assentiu, pois ele era de fato sortudo.

A sintonia entre Tomlinson e Styles crescia cada dia mais. Era como se eles se conhecessem há anos. Muitas vezes o alfa conseguia saber o que o ômega pensava ou precisava apenas olhando pro mesmo. Era assustador, mas ao mesmo tempo reconfortante.

Até ali não tinha sido fácil, haviam dias em que o ômega simplesmente sentia-se uma bagunça. Chorava e pedia para que o alfa o abraçasse com força, procurando sentir-se seguro. Outros dias, Louis apenas acordava sentindo-se dono de si mesmo - com absoluta razão - e simplesmente decidia ignorar o ímã que o puxava para Harry, como se esse fosse inteiro feito de metal.

Em dias assim, em que o ômega decidia desfilar pelo consultório de nariz empinado e batendo os pequenos pézinhos com força contra o piso, com raiva do mundo e principalmente do alfa, o maior apenas se divertia com a cena. Ele entendia que havia uma zona de hormônios e instintos novos dentro do gravidinho. E, claro, o alfa seguia tranquilamente sabendo que, no dia seguinte, o lindo ômega iria pedir um abraço logo cedo pela manhã, quase implorando pelo seu cheiro. Ele era uma graça.

Naquele dia específico, Louis estava cabisbaixo. E Harry sabia o motivo... O ômega sentia falta de seu melhor amigo, um alfa, e esse fato - lógico - tirava um pouco Styles de seu eixo. Mas, ver aquele ser tão pequeno sentir-se triste por algo que poderia facilmente resolvido, tirava-o muito mais. 

─ Louis, você pode vir até aqui? - o alfa gritou de sua sala, após decidir que faria algo para colocar um sorriso no rosto do ômega.

Afinal, nada fazia sentido se ele não sorrisse.

─ Pois não. - foi a resposta do pequeno, que não demorou nem um minuto completo até adentrar na sala de Styles.

─ Eu tive uma ideia! - Harry sorriu ao falar, levantando de sua cadeira para ficar mais próximo do ômega.

─ Uau! - Louis sorriu, provocando o alfa.

─ Ei, não seja engraçadinho comigo.

─ Certo, me conte sua ideia.

─ Hoje é sexta-feira, né...

─ Isso não é uma idéia, é um fato.

─ Louis! - o alfa rosnou baixinho, um tanto irritado com as interrupções do menor.

─ Pode falar, é sério, eu vou ficar bem caladinho até o final. - o ômega sorria descaradamente, irritar Harry era seu esporte favorito.

─ Então, como eu tava falando... Hoje é sexta, e nós não temos nada pra fazer durante esse fim de semana... Então, eu pensei, por que você não liga para seu amigo Zayn e o convida para vir até aqui?

Louis arregalou seus olhos azuis de uma forma que o alfa nunca havia visto ele fazer.

─ Você tá falando sério? - sua voz estava trêmula e já era possível, olhando-o de tão perto como Harry fazia, ver seus olhos encherem de lágrimas.

MEDICINE | L.S - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora